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terça-feira, 27 de março de 2018

JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ OU PELAS OBRAS ?

Existe contradição nestes textos ?


O Apóstolo Paulo em sua carta aos Romanos 3:28 afirma que o homem é justificado pela fé:


"Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei".

Já o Apóstolo Tiago, irmão do Senhor afirma em sua epístola no capítulo 2, verso 24 que o homem é justificado pelas obras:

"Vedes então que o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé".


Existe contradição nesses textos ? Afinal o homem é justificado perante Deus pelas OBRAS ou pela FÉ ?




Quem está certo ? Paulo ou Tiago ?




Um dos pilares do Cristianismo é a doutrina da justificação pela fé.  
Justificação significa que Deus declara um pecador como sendo justo. Isto acontece quando o pecador põe a sua fé no sacrifício de Jesus e confia nele e não em si mesmo para ser justificado, perdoado.

Esse é um dos maiores ensinamentos deixados pelo Apóstolo Paulo em suas epístolas. São várias passagens que nos mostram que o homem é justificado para com Deus mediante a fé em Jesus Cristo. Ou seja, o homem é Justificado pela FÉ.  PONTO. Mas e o Apóstolo Tiago ? Existe contradição entre os apóstolos ? É claro que não. Contexto é tudo.  

O que não se pode fazer é isolar um texto e fazer em cima dele doutrina. Isso se chama heresia.


Vamos analisar o texto de Tiago.



O curioso é que existe uma variada gama de versículos que nos mostram o homem sendo justificado pela FÉ, MAS existe somente uma passagem isolada da Bíblia, um único registro que nos mostra que o homem sendo também justificado pelas obras.

Uma única passagem que talvez pudesse levantar alguma suspeita sobre a justificação pela fé.

No entanto Tiago aborda o mesmo tema, mas só que pôr outro prisma. Talvez aqueles que são céticos, ou ainda aqueles que gostam de selecionar alguns versículos aparentemente contraditórios, aqueles que são indoutos na hermenêutica bíblica ou ainda os neófitos na fé, talvez para esse grupo seleto existam contradições na Bíblia.

Portanto para aqueles que conhecem o texto bíblico, dominam a ciência de interpretar textos, essa suposta contradição não existe.

Portanto explanarei aqui a suposta contradição que existe nos escritos paulinos e nos escritos do Apóstolo Tiago acerca desse assunto, visto que o mesmo Espírito Santo inspirou ambos, ou seja, com certeza não houve contradições entre os autores, para tanto passemos a análise à Luz da Palavra de Deus e não conforme as conveniências dos céticos.

Em Romanos e Gálatas, o Apóstolo Paulo está explicando como um homem pode ser declarado justo diante de Deus, isto é, como o homem pode ser transferido de um estado de condenação para um de justificação diante do tribunal de Deus.

Por outro lado, o Apóstolo Tiago, em sua Epístola de igual forma inspirada por Deus, está explicando o que caracteriza a fé verdadeira, como os homens demonstram ser justos diante dos homens dando prova da sua fé.









Enquanto Paulo está repudiando o erro daqueles que, em seu tempo, a exemplo dos papistas de hoje, tentavam combinar a graça com as obras, a justiça de Cristo com os esforços pessoais do indivíduo, condicionando a graça a certos rituais necessários para salvação.

Tiago, por sua vez, está condenando aquilo que se chama de "antinomismo" - que era aderido por pessoas que, em seu tempo, pareciam não compreender que a fé genuína é manifesta na obediência.

Logo, a pergunta a que Paulo trata responder é distinta daquela que Tiago se empenha em elucidar. Paulo está elucidando a questão de "Como eu, pecador, posso ser colocado numa posição de retidão diante de Deus?"; já Tiago, diferentemente, está elucidando a questão de "Como eu posso saber que minha fé é genuína?".

Deve-se observar, ainda, que "justificar" em Tiago refere-se a algo distinto daquilo a que Paulo referencia com o termo. 

Em Paulo, "justificar" está se referindo unicamente à justificação "diante de Deus" (Gl 3.11), mas, em Tiago 2, o mesmo termo é usado em referência à justificação diante dos homens (verso.18, "... mostra-me a tua fé... te mostrarei a minha fé pelas minhas obras").

Paulo trata a Justificação para com Deus do lado invisível, Tiago porém para com o homem, do lado visível, através das obras.

Ou seja o homem é justificado diante/para com os homens pelas obras, é o que Tiago explica, já Paulo, ensina que o homem é justificado diante de Deus por crêr naquele que o justifica diante de Deus: “JESUS”.

Portanto isso fica claro, para àquele que estuda a Bíblia, e não para àquele que pega um versículo isolado, e monta em cima dele, UMA DOUTRINA, exatamente como fazem os falsos mestres.

Portanto, Justificação, no contexto de Paulo, tem a ver com o ato declarativo de Deus; mas "justificação", no contexto de Tiago, tem a ver com uma vindicação de justiça, em que o indivíduo que professa ter fé é justificado diante dos homens pelas obras.

Enquanto Paulo fala do meio instrumental da salvação, Tiago está falando da evidência da fé genuína e do fruto da salvação - "porque o Senhor não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração"(1 Sm 16.7).

Deus conhece o meu coração e sabe da fé que existe nele; mas você não o conhece, portanto, as minhas obras testificam, diante de mim e de você, a existência da fé genuína. 

Se eu disser que creio, Deus saberá perfeitamente se falo a verdade; mas, a menos que eu mostre a você a minha fé pelas obras, jamais você saberá de tal coisa. 
 




É precisamente por isso que, embora diante de Deus sejamos justificados somente mediante a fé (no sentido de sermos colocados numa posição correta diante d'Ele), somos "justificados" diante dos homens (no sentido de que provamos nossa fé diante deles) pelas nossas obras.

Para Tiago, assim como para Paulo, uma fé falsa (i.e., meramente histórica) é morta. Mas é absolutamente certo que, tanto para Paulo quanto para Tiago, a fé genuína, pela sua natureza, é uma fé viva e jamais morta, porquanto o crente verdadeiro tem pela fé a vida de sua alma (Rm 1.17), e a Cristo como a vida de sua fé (Gl 2.20).

A justificação é "pela fé" no sentido de ser "mediante a fé" e não, no sentido de ser baseada nela.

As Escrituras Sagradas ensinam que os crentes são justificados dia pisteos, em Rm 3.25, que quer dizer "mediante a fé"; pistei, em Rm 3.28, que quer dizer "pela fé"; e ek pisteos, em Rm 3.30 e 5.1, que quer dizer "por fé". 

De fato, a própria Bíblia estabelece que a salvação é "pela graça... por meio da fé" (dia pisteos), em Ef 2.8 - denotando, assim, a função de meio instrumental que a fé possui, no que concerne ao recebimento da salvação.

Mas, mesmo isto sendo verdade, jamais é dito que os crentes são justificados dia pistin, isto é, por causa da fé.

Portanto como explanado existem inúmeras passagens que mostram o pecador sendo justificado pela fé em JESUS, e somente em Tiago um texto isolado que possa levantar suspeita, mas como isso já foi explicado, é de suma importância salientar que como as demais religiões falsas,  o Catolicismo Romano se encaixa perfeitamente neste contexto, pois transtorna o Evangelho de Cristo, como os mestres judaizantes que diziam aos gentios convertidos ao Cristianismo, deveriam além da fé em Jesus, guardar os ritos da lei mosaica. É ou não é uma interessante semelhança ?

Sendo assim não existe contradições entre os Apóstolos. Cada um apresenta a JUSTIFICAÇÃO sobre um prisma, sem serem contraditórios.



"[...] sabendo que fui posto para a defesa do Evangelho".


Filipenses 1.17



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