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sábado, 29 de janeiro de 2022

O VINHO NAS SAGRADAS ESCRITURAS

 O VINHO NOS TEMPOS DO 

ANTIGO TESTAMENTO

Divulgação: https://www.fazfacil.com.br/jardim/plantio-cultivo-domestico-videiras


Nm. 6.3 “de vinho e de bebida forte se apartará; vinagre de vinho ou vinagre de bebida forte não beberá; nem beberá alguma beberagem de uvas; nem uvas frescas nem secas comerá.”

PALAVRAS HEBRAICAS PARA “VINHO”. De um modo geral, há duas palavras hebraicas traduzidas por “vinho” na Bíblia.


1) A primeira palavra, a mais comum, é yayin, um termo genérico usado 141 vezes no AT para indicar vários tipos de vinho fermentado ou não-fermentado (ver Ne 5.18, que fala de “todo o vinho yayin,” = todos os tipos).

a) Por um lado, yayin aplica-se a todos os tipos de suco de uva fermentado (Gn 9.20,21; 19.32-33; 1Sm 25.36,37; Pv 23.30,31). Os resultados trágicos de tomar vinho fermentado aparecem em vários trechos do AT, notadamente Pv 23.29-35.

b) Por outro lado, yayin também se usa com referência ao suco doce, não-fermentado, da uva. Pode referir-se ao suco fresco da uva espremida.

 

Isaías profetiza: “já o pisador não pisará as uvas [yayin] nos lagares” (Is 16.10); semelhantemente, Jeremias diz: “fiz que o vinho [yayin] acabasse nos lagares; já não pisarão uvas com júbilo” (Jr 48.33).


Jeremias até chama de yayin o suco ainda dentro da uva (Jr 40.10, 12). Outra evidência que yayin , às vezes, referese ao suco não-fermentado da uva temos em Lamentações, onde o autor descreve os nenês de colo clamando às mães, pedindo seu alimento normal de “trigo e vinho” (Lm 2.12). O fato do suco de uva não-fermentado poder ser chamado “vinho” tem o respaldo de vários eruditos.

 

A Enciclopédia Judaica (1901) declara: “O vinho fresco antes da fermentação era chamado yayin-mi-gat [vinho de tonel] (Sanh, 70a)”. Além disso, a Enciclopédia Judaica (1971) declara que o termo yayin era usado para designar o suco de uva em diferentes etapas, inclusive “o vinho recém-espremido antes da fermentação.”

 

O Talmude Babilônico atribui ao rabino Hiyya uma declaração a respeito de “vinho yayin do lagar” (Baba Bathra, 97a). E em Halakot Gedalot consta: “Pode-se espremer um cacho de uvas, posto que o suco da uva é considerado vinho yayin em conexão com as leis do nazireado” (citado por Louis Ginzberg no Almanaque Judaico Americano, 1923). Para um exame de oinos, o termo equivalente no grego do NT, à palavra hebraica yayin, ver os estudos O VINHO NOS TEMPOS DO NOVO TESTAMENTO (1) e (2), na Bíblia de Estudo Pentecostal.

 

2) A outra palavra hebraica traduzida por “vinho” é tirosh, que significa “vinho novo” ou “vinho da vindima”. Tirosh ocorre 38 vezes no AT; e nunca se refere à bebida fermentada, mas sempre ao produto não-fermentado da videira, tal como o suco ainda no cacho de uvas (Is 65.8), ou o suco doce de uvas recém-colhidas (Dt 11.14; Pv 3.10; Jl 2.24). Brown, Driver, Briggs (Léxico Hebraico-Inglês do Velho Testamento) declaram que tirosh significa “mosto, vinho fresco ou novo”. 


A Enciclopédia Judaica (1901) diz que tirosh inclui todos os tipos de sucos doces e mosto, mas não vinho fermentado”. Tirosh tem “bênção nele” (Is 65.8); o vinho fermentado, no entanto, “é escarnecedor” (Pv 20.1) e fermento na Bíblia é símbolo de PECADO,  causando embriaguez (ver Pv 23.31 nota - BEP).

 

3) Além dessas duas palavras para “vinho”, há outra palavra hebraica que ocorre 23 vezes no AT, e frequentemente no mesmo contexto — shekar, geralmente traduzida por “bebida forte” (e.g., 1Sm 1.15; Nm 6.3). Certos estudiosos dizem que shekar, mais comumente, refere-se a bebida fermentada, talvez feita de suco de fruto de palmeira, de romã, de maçã, ou de tâmara.


A Enciclopédia Judaica (1901) sugere que quando yayin se distingue de shekar, aquele era um tipo de bebida fermentada diluída em água, ao passo que esta não era diluída. Ocasionalmente, shekar pode referir-se a um suco doce, não-fermentado, que satisfaz (Robert P. Teachout: “O Uso de Vinho no Velho Testamento”, dissertação de doutorado em Teologia, Seminário Teológico Dallas, 1979). 

Shekar relaciona-se com shakar, um verbo hebraico que pode significar “beber à vontade”, além de “embriagar”. Na maioria dos casos, saiba-se que quando yayinshekar aparecem juntos, formam uma única figura de linguagem que se refere às bebidas embriagantes.

 

A POSIÇÃO DO ANTIGO TESTAMENTO SOBRE O VINHO FERMENTADO

 

Em vários lugares o AT condena o uso de yayin & shekar como bebidas fermentadas.

1) A Bíblia descreve os maus efeitos do vinho embriagante na história de Noé (Gn 9.20-27). Ele plantou uma vinha, fez a vindima, fez vinho embriagante de uva e bebeu. Isso o levou à embriaguez, à imodéstia, à indiscrição e à tragédia familiar em forma de uma maldição imposta sobre Canaã. Nos tempos de Abraão, o vinho embriagante contribuiu para o incesto que resultou em gravidez nas filhas de Ló (Gn 19.31-38).

 

2) Devido ao potencial das bebidas alcoólicas para corromper, Deus ordenou que todos os sacerdotes de Israel se abstivessem de vinho e doutras bebidas fermentadas, durante sua vida ministerial. Deus considerava a violação desse mandamento suficientemente grave para motivar a pena de morte para o sacerdote que a cometesse (Lv 10.9-11).

 

3) Deus também revelou a sua vontade a respeito do vinho e das bebidas fermentadas ao fazer da abstinência uma exigência para todos que fizessem voto de nazireado.


4) Salomão, na sabedoria que Deus lhe deu, escreveu:

 

Ver nota sobre o referido texto na Bíblia de Estudo Pentecostal.

 

As bebidas alcoólicas podem levar o usuário a zombar do padrão de justiça estabelecido por Deus e a perder o autocontrole no tocante ao pecado e à imoralidade.

 

5) Finalmente, a Bíblia declara de modo inequívoco que para evitar ais e pesares e, em lugar disso, fazer a vontade de Deus, os justos não devem admirar, nem desejar qualquer vinho fermentado que possa embriagar e viciar (ver Pv 23.29-35 notas - BEP).

 


OS NAZIREUS E O VINHO


Divulgação: Brother Bíblia Arte


O elevado nível de vida separada e dedicada a Deus, dos nazireus, devia servir como exemplo a todo israelita que quisesse assim fazer (ver Nm 6.2 nota - BEP).

Deus deu aos nazireus instruções claras a respeito do uso do vinho.


1) Eles deviam abster-se “de vinho e de bebida forte” (6.3; ver Dt 14.26 nota -BEP); nem sequer lhes era permitido comer ou beber qualquer produto feito de uvas, quer em forma líquida, quer em forma sólida. O mais provável é que Deus tenha dado esse mandamento como salvaguarda ante a tentação de tomar bebidas inebriantes e ante a possibilidade de um nazireu beber vinho alcoólico por engano (6.3-4). 


Deus não queria que uma pessoa totalmente dedicada a Ele se deparasse com a possibilidade de embriaguez ou de viciar-se (cf. Lv 10.8-11; Pv 31.4,5). Daí, o padrão mais alto posto diante do povo de Deus, no tocante às bebidas alcoólicas, era a abstinência total (6.3-4).

 

2) Beber álcool leva, frequentemente, a vários outros pecados (tais como a imoralidade sexual ou a criminalidade). Os nazireus não deviam comer nem beber nada que tivesse origem na videira, a fim de ensinar-lhes que deviam evitar o pecado e tudo que se assemelhasse ao pecado, que leva a ele, ou que tenta a pessoa a cometê-lo.

 

3) O padrão divino para os narizeus, era de total abstinência de vinho e de bebidas fermentadas, e seus uso era rejeitado em Israel nos tempos de Amós. O profeta declarou que os ímpios deram vinho aos nazireus: “aos nazireus destes vinho a beber” (ver Am 2.12 nota - BEP).


O profeta Isaías também falou sobre o perigo do vinho:  “o sacerdote e o profeta erram por causa da bebida forte; são absorvidos do vinho, desencaminham-se por causa da bebida forte, andam errados na visão e tropeçam no juízo. Porque todas as suas mesas estão cheias de vômitos e de imundícia; não há nenhum lugar limpo” (Is 28.7,8). Assim ocorreu, porque esses dirigentes recusaram o padrão da total abstinência estabelecido por Deus (ver Pv 31.4,5 nota - BEP).

 

4) A marca essencial do nazireado — i.e., sua total consagração a Deus e aos seus padrões mais elevados  nos remetem a uma tipologia bíblica — ficando evidente que é dever do crente em Cristo ser um nazireu de Deus, dedicado e consagrado ao serviço do Senhor (cf. Rm 12.1; 2Co 6.17; 7.1 – 1ª Pedro 1:14-16 - ).

Pedro diz que somos um povo separado:


Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;
Vós, que em outro tempo não éreis povo, mas agora sois povo de Deus; que não tínheis alcançado misericórdia, mas agora alcançastes misericórdia.

1ª Pedro 2:9,10

 

A abstinência de tudo quanto possa levar a pessoa ao pecado, estimular o desejo por coisas prejudiciais, abrir caminho à dependência de drogas ou do álcool, ou levar um irmão ou irmã a tropeçar, é tão necessário para o crente hoje quanto o era para o nazireu dos tempos do AT (ver 1Ts 5.6 nota; Tt 2.2 nota – BEP e ver os estudos O VINHO NOS TEMPOS DO NOVO TESTAMENTO (1) e (2).


Artigo extraído da Bíblia de Estudo Pentecostal - (BEP) sob o título 

O VINHO NOS TEMPOS DO ANTIGO TESTAMENTO", pág, 241


"...sabendo que fui posto para a defesa do evangelho" 

Filipenses 1:17

  

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

DEBATE ENTRE UM CALVINISTA E UM ARMINIANO

 CALVINISTA DEBATENDO 

COM UM ARMINIANO

Capa do Livro: Calvinismo ou Arminianismo - Quem está com a razão ?

 

CALVINISTA:
"Você sabe quem são os eleitos?"

RESPOSTA DO ARMINIANO:
"Sim. Jesus disse quem eram os eleitos! 'TODO aquele que CRER!"

CALVINISTA:
"E quem é que vai crer?"
 Quem se arrepender.

Então o arminiano devolve a pergunta:

Quem vai se arrepender? Quem ouvir o evangelho e aceitá-lo Romanos 10. 17 e não rejeitá-lo (Mateus 23. 37; Lucas 7. 30; João 5. 40; Atos 7. 51; Atos 17:30; Hebreus 3. 7-12.

 

O ARMINIANO ENTÃO CONTINUA

Quem vai ouvir o evangelho? Todos escutarão a mensagem mas nem todos DARÃO OUVIDOS (OBEDECERÃO) a essa mensagem.

Quem rejeita o Evangelho significa que Deus não deseja salvar tal pessoa? Em absoluto: Lucas 19. 10; Romanos 5. 6, 8; 2ª Coríntios 5. 15, 19, 21; 1ª Timóteo 2. 4; Hebreus 2. 9, 14, 15;  2ª Pedro 3. 9; 1ª João 2. 2, são textos que revelam incontestavelmente o desejo de Deus: A salvação de TODOS os homens sem distinção e sem exceção.

 

Porém, quem rejeita o Evangelho, rejeita a graça salvadora que Deus OFERECE a todos os PECADORES, através de seu Filho Jesus Cristo ! (Tito 2. 11).
 

NO EMBATE O ARMINIANO FEZ AINDA UMA DISTINÇÃO PARA O CALVINISTA, ENTRE O QUE ENSINA O CALVINISMO E O QUE ENSINA A BÍBLIA:

"Você, que aprendeu no Calvinismo, que ELEITO é quem Deus QUER SALVAR, deveria aprender que a Bíblia ensina que ELEITO é aquele que se submeter à vontade de Deus em salvá-lo por NÃO REJEITAR SUA GRAÇA CAPACITADORA".
 

A Bíblia mostra claramente que Deus deseja que TODOS sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade, no entanto muitos REJEITAM A VERDADE e não se SUBMETEM a ela por mais que Deus lhes aponte seus pecados e deseje SALVÁ-LOS.

(Ezequiel 33. 11).

 

Artigo extraído da internet

Autor desconhecido.

 

"...sabendo que fui posto para a defesa do evangelho"

Filipenses 1:17

REFUTANDO O CALVINISMO

 OS CALVINISTAS E SUAS PERGUNTAS FALACIOSAS


O artigo de hoje se baseará em perguntas que calvinistas geralmente costumam fazer aos arminianos.

Se um calvinista lhe fizesse as seguintes perguntas, como você arminiano responderia ? Talvez você já tenha passado por isso e por algum motivo ou outro não soube responder. 

Pensando nisso,  o Blog Oráculos Divinos preparou uma matéria especial para te ajudar nisso. Vamos lá ? 


PERGUNTA CALVINISTA

1)Você sabe quem são os eleitos?

RESPOSTA 

"Sim. Jesus disse quem eram os eleitos! "TODO aquele que CRER!"

CALVINISTA
2)Como você sabe quem será os que crerão?

RESPOSTA
"Quem vai crer? Quem se arrepender."

E quem vai se arrepender? Ora, quem ouvir o Evangelho e aceitá-lo (Romanos 10. 17) e não rejeitá-lo (Mateus 23. 37; Lucas 7. 30; João 5. 40; Atos 7. 51; Hebreus 3. 7-12).


CALVINISTA

3) E quem vai ouvir o Evangelho ?

RESPOSTA:

Todos escutarão a mensagem do Evangelho, mas nem todos DARÃO OUVIDOS (OBEDECERÃO) a essa mensagem.

Quem rejeita o evangelho significa que Deus não deseja salvar tal pessoa? NÃO !  Lucas 19. 10 - Atos 17:30 - Romanos 5. 6, 8; Romanos 11:32 - 2ª Corintios 5. 15, 19, 21 - 1ª Timóteo 2. 4 - Hebreus 2. 9, 14, 15;  2ª Pedro 3. 9; 1ª João 2. 2 , são textos que mostram claramente  o desejo de Deus.

Quem rejeita o evangelho, rejeita a graça salvadora que Deus OFERECE a todos os PECADORES! (Tito 2. 11 - 2ª Pd. 3:9).

 

CALVINISTA:
4) Se você tem livre-arbítrio por que não para de pecar ?

RESPOSTA

Essa é uma das perguntas mais comuns feitas por calvinistas e também uma das mais fáceis de se responder:

 
A primeira coisa que temos que fazer quando nos deparamos diante dessa pergunta é devolver a pergunta nos seguintes termos: 

"E você que é calvinista que não tem livre arbítrio, peca porquê? 


"Se Deus decreta tudo na sua vida, como ainda assim você comete vários pecados? Então Deus é autor dos seus pecados???"


Ou seja, se você não tem LIVRE ARBÍTRIO, mas continua pecando significa que Deus decreta os seus pecados. 

Significa que Deus é o autor dos seus pecados. Isso é uma questão óbvia.

 

Eu explano mais profundamente esse tema neste artigo que você encontra aqui no meu blog clicando no link abaixo: 


https://oraculosdivinos.blogspot.com/2019/10/sera-que-o-homem-tem-livre-arbitrio.html 


CALVINISTA

5) Se Jesus morreu por TODOS, significa que a pessoa que não se salvar, vai sofrer no inferno a pena do pecado duas vezes provando que a morte de Jesus por ela foi inútil?

RESPOSTA

Os Arminianos acreditam que a descrição calvinista do escopo da expiação é falha, por que ela não pode deixar de evitar limitar o amor de Deus, que contradiz passagens bíblicas tais como João 3.16, que os calvinistas interpretam como se referindo não ao mundo todo (ou seja, todas as pessoas), mas a todo tipo de classe de pessoas, como de todas as tribos e nações. 

Os Calvinistas argumentam que a ênfase Arminiana na Universalidade da expiação resulte inexoravelmente em Universalismo; se Cristo, na verdade, padeceu os pecados
de todas as pessoas, por que é que alguém iria para o inferno? Todos não seriam salvos pela morte expiatória de Cristo? O inferno não seria uma punição redundante?[argumentam eles]

Os Arminianos respondem que é exatamente isto que torna o inferno tão trágico - ele é absolutamente desnecessário. A Bíblia diz que o inferno foi preparado para o diabo e seus anjos(Mt. 25:41) e as pessoas vão para lá não porque suas punições não foram sofridas por Cristo, mas porque rejeitam a anistia oferecida gratuitamente por Cristo na Cruz do Calvário¹.

___________________________
1. 
TEOLOGIA ARMINIANA - MITOS E REALIDADES, Roger Olson, Ed. Reflexão, pág. 84
 
 
Os Arminianos consideram estas e outras passagens bíblicas semelhantes a estas como clara e inequivocamente apontando para o desejo universal de Deus para a salvação de todas as pessoas. 
 
O versículo de 1ª Timóteo 2.4, na língua grega, não pode ser interpretado de qualquer outra forma além de se referir a todas as pessoas, sem limite. Alguns calvinistas interpretam 2ª Pedro 2.4 como se referindo apenas aos eleitos, mas à luz de 1ªTimóteo 2.4, tal interpretação dificilmente funciona.²


______________________________
2. CONTRA O CALVINISMO, Roger Olson, Ed. Reflexão, pág. 105
 
 

CALVINISTA
6) É verdade que no Arminianismo, a salvação depende das boas obras do homem, pois a decisão do pecador de aceitar a Cristo torna-se o fator decisivo em sua salvação?
 
 
RESPOSTA

Parece mais o caso que o Calvinismo torna a salvação dependente das boas obras ou de algo bom acerca das pessoas eleitas para a salvação, senão, como é que Deus as escolhe dentre a massa de pessoas destinadas ao inferno? Ou é algo que Deus vê nessas pessoas senão a escolha de Deus destas pessoas é arbitrária e caprichosa. 

Além do mais, a teologia Arminiana não torna a salvação dependente das boas obras; toda a “obra” de salvação é de Deus. O pecador é capacitado a se arrepender e a crer pela graça preveniente de Deus e a mera decisão de aceitar a salvação de Deus não é uma boa obra; ela é simplesmente a aceitação de um dom da graça. Em caso nenhum a aceitação de um presente é considerada o “fator decisivo” para que o presente seja usufruído.
 
 

CALVINISTA

7) O fato de Deus saber quem irá se salvar e se perder significa que de antemão Ele já PREDETERMINOU quem será salvo e quem será condenado?

RESPOSTA 


Em primeiro lugar, o fato de Deus ser eterno e transcendente implica uma onisciência que independe de predeterminação. A Bíblia afirma claramente a eternidade e a transcendência divinas (Sl. 90.2; 102.27; Is 55.8,9; 57.5; 1Tm 1.17), o que significa que Deus transcende o tempo e o espaço. Ora, se Deus está além do tempo e do espaço, preenchendo-os, mas também transcendendo-os – uma vez que Ele não está limitado à sua criação –, logo Deus vive em um eterno presente, conhecendo o passado e o futuro dos homens diretamente e ao mesmo tempo. 

Segundo, a própria cosmologia moderna indica que uma presciência divina independeria de predeterminação.

Em terceiro lugar, a própria onipresença de Deus, afirmada claramente nas Sagradas Escrituras, implica uma onisciência que independe totalmente de uma predeterminação de todas as coisas. 

 

Deus não precisa predeterminar todas as coisas para saber de todas as coisas se a presença dEle já habita plenamente o tempo e o espaço.


Diante deste dilema, surge algumas questões que geram dúvidas. Qual linha seria mais bíblica afinal ? A presciência absoluta causativa ou a presciência absoluta não-causativa?

A presciência absoluta causativa é aquela tese que afirma que uma presciência absoluta implica necessariamente DETERMINISMO ou predestinação absoluta.

A presciência absoluta não-causativa, por sua vez, é a linha que afirma que uma presciência absoluta NÃO IMPLICA DETERMINISMO ou predestinação absoluta, sendo esta portanto a linha mais coerente biblicamente falando.

Ou seja, o pré-conhecimento infalível de um evento não pressupõe a necessidade desse evento. Certeza não é necessidade intrínseca. Há uma diferença entre a certeza de que algo vai ocorrer e a necessidade de que algo vai ocorrer. 

 

Você pode ter a certeza de que algo vai acontecer porque é necessário que este algo ocorra, e você pode ter também a certeza de que algo vai acontecer sem que seja necessário que este algo ocorra. 

 

Uma coisa (a certeza de acontecer) não implica necessariamente a outra (o dever de acontecer).

 

O fato de eu saber que algo certamente vai acontecer não significa que este algo precisa acontecer.

 

Portanto, a presciência absoluta causativa é totalmente incoerente, enquanto a presciência absoluta não-causativa, além de ser totalmente coerente, respeita o livre-arbítrio, o que se encaixa plenamente com aquilo que a Bíblia apresenta sobre a presciência de Deus: ela não se choca com o nosso livre-arbítrio.

 

Por fim, uma das maiores provas de que Deus conhece previamente todas as coisas sem precisar predeterminar todas as coisas é que a Bíblia mostra que Deus conhece até mesmo o futuro contingente condicional.

O futuro contingente condicional não é aquilo que acontecerá, mas aquilo que aconteceria se as circunstâncias e as decisões fossem outras. Ou seja, Deus não sabe só o que vai acontecer, mas também “o que aconteceria se".

 

Pensar que Deus precisa predeterminar tudo para poder prever tudo, além de ilógico, é diminuir o Deus da Bíblia. É tratar Deus como um ser excepcional, incomparavelmente poderoso, mas que ainda está sujeito a algumas limitações que nós, seres temporais, temos. Sim, porque um Deus que precisa predeterminar tudo para conhecer de antemão tudo nada mais é do que um Ser que, por ainda estar sujeito, de alguma forma, à lógica do tempo e do espaço, precisa usar do artifício da predeterminação para atingir uma presciência absoluta. 

Se for para crer que Deus predestinou algumas pessoas a ir para o inferno, então devemos também acreditar que Ele predestinou Adão e Eva deveriam pecar e, portanto, predestinou todo o mal que se seguiu. Isso é totalmente ilógico, imoral, absurdo e antibíblico. 

 

CONCLUSÃO

É evidente que Deus sabe realmente quem vai ser salvo e quem se perderá, porque Ele é “perfeito em conhecimento” (Jó 37:16) e “conhece todas as coisas” (Iª João 3:20), inclusive “o que há de acontecer” (Is 46:10). Mas esse conhecimento divino, como dito anteriormente é absoluto, mas não-causativo, não restringindo qualquer forma a liberdade humana de escolher o caminho da salvação ou da perdição.

 

A Bíblia deixa claro que o mesmo Deus que “faz nascer o sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos” (Mt 5:45) também oferece a salvação a todos igualmente. Ele não apenas ordena que o evangelho seja pregado “a toda criatura” (Mc 16:75), mas também convida: “Ah! Todos vós os que tendes sede, vinde às águas…” (Is 55:1) e “Vinde a Mim, todos…” (Mt 11:28). 

 

O mesmo conceito da imparcialidade divina é apresentado pelo apóstolo Pedro em sua declaração:  

 

“Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas; pelo contrário, em qualquer nação, aquele que O teme e faz o que é justo Lhe é aceitável” (At 10:34 e 35).

 

Alegar que todos os seres humanos já nasceram individualmente predestinados para a salvação ou para a perdição implica na rejeição das declarações apostólicas de que Deus “deseja que todos os homens sejam salvos” (Iª Tm 2:4) e “que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento” (2ª Pe 3:9). 

 

Como poderia o apóstolo Paulo haver instado a “que todos, em toda parte, se arrependam” (At 17:30), se nem todos pudessem se arrepender?

Embora a salvação seja oferecida gratuitamente a todos indistintamente, somente aqueles que se arrependem e aceitam a salvação pela fé serão salvos (ver Ef 2:8-10).

 

CALVINISTA

8) Se no Arminianismo Deus é SOBERANO, vocês arminianos não concordam que Deus não tem obrigação alguma de estender a sua graça para aqueles que Ele predestinou ao julgamento eterno? 

 RESPOSTA

Claro, Deus não está debaixo de obrigação alguma a homem algum , por coisa alguma. Entretanto a GRAÇA e MISERICÓRDIA não fluem da obrigação, mas do Amor de Deus. A perfeita santidade e a justiça de Deus não são comprometidas nesse processo.

 

CALVINISTA

 9) Se no Arminianismo existe a possibilidade do crente perder a salvação, você que já pecou hoje, não pode ir para inferno ?

A Bíblia diz que não existe homem que não peque.

Quantas vezes você já perdeu a salvação partindo desse pressuposto ? 

RESPOSTA

Essas são algumas perguntinhas básicas feitas pelos calvinistas que acham que conseguem nos amedrontar e nos deixar sem saída ou  sem resposta.

Ora para finalizar o presente artigo, além da Bíblia apresentar um arsenal de textos que provam que um verdadeiro cristão pode perder a salvação, vamos aos escritos de Armínio, que corroboram com o testemunho das Escrituras:

 

 


“Jesus Cristo, também pelo seu Espírito Santo, as auxilia [as pessoas salvas] em todas as tentações que enfrentam, e lhes proporciona o pronto socorro de sua mão; também entendo que Cristo as guarda não as deixando cair, desde que tenham se preparado para a batalha, implorando a sua ajuda, e não querendo vencer por suas próprias forças” (As Obras de Armínio, Vol. 1, p. 232).


“(…) embora seja verdade que aquele que pedir [em oração] pode ser confirmado contra as tentações, e pode não cair, ainda assim é possível que ele possa não pedir e, desse modo, não receber aquela força, de modo que a deserção [da Igreja, o Corpo de Cristo] aconteça. Daí surge a constante necessidade de oração (…)”  

(Vol. 3, p. 458, 459).


“Se alguém afirma que levando em consideração o fato de terem sido eleitos não é possível que os crentes, finalmente, venham a cair e se manter longe da salvação, porque Deus decretou salvá-los – eu respondo que o decreto sobre ser guardado não tira a possibilidade da condenação, mas remove a condenação em si. (…) é impossível que os crentes, desde que permaneçam fiéis, venham a perder a salvação. Porque se isso fosse possível, o poder que Deus decidiu empregar para salvar os crentes seria vencido. Por outro lado, se os crentes apostatarem da fé e se tornarem incrédulos, é impossível que eles não se desviem da salvação, ou seja, desde que continuem incrédulos” (Vol. 1, p. 257, 258).


“É possível que um cristão fiel caia em algum pecado mortal, e disso Davi parece ser um exemplo. Portanto, ele pode cair em um momento tal que, se estivesse, então, prestes a morrer, estaria condenado”  

(Vol. 1, p. 355).


“(…) basta que ele saiba que não declinará da fé por nenhuma força de satanás, do pecado e do mundo, e por nenhuma inclinação ou fraqueza da sua própria carne, a menos que ele, voluntariamente, ceda à tentação, e negligencie a busca de sua própria salvação de uma maneira consciente” (Vol. 2, p. 434, 435)


“…[a opinião] que afirma que é possível que os fiéis percam a fé sempre teve mais apoiadores na igreja de Cristo que aquela que nega a possibilidade de que isso ocorra”  

(Vol. 2, p. 434).


“(…) enquanto durar essa continuação e confirmação, os fiéis não parecem deixar de correr o risco de cair. Pois assim como qualquer pessoa pode não estar disposta a ser edificada sobre a pedra, também é possível que o mesmo homem, se começar a ser edificado, caia, resistindo à continuação e confirmação da edificação. (…) praticamente toda a antiguidade é da opinião de que os fiéis podem cair e perecer” (vol. 3, p. 458).


“(…) enquanto a semente de Deus estiver em uma pessoa, ela não peca para a morte, mas é possível que a semente, propriamente dita, por sua própria culpa e negligência [do crente], seja removida de seu coração e assim a sua primeira criação, à imagem de Deus, foi perdida, também a segunda transmissão pode ser perdida (…) o pecado reinante não pode subsistir com a graça do Espírito Santo. Também é verdade que o pecado não reina no regenerado, pois, antes que isso possa acontecer, é necessário que ele rejeite a graça do Espírito Santo, que mortifica o pecado e restringe o seu poder” (vol. 3, p. 460, 467).


“Romanos 6 também é uma exortação do apóstolo aos fiéis, para que não mais vivam em pecado, porque, em Cristo, estão mortos para o pecado. Esta advertência aos cristãos seria em vão, se não fosse possível que eles vivessem em pecado, mesmo depois de sua libertação do seu domínio” (vol. 3, p. 460).


“Com base nessa passagens [de escritos de Agostinho], em minha opinião, ficará claro que Agostinho pensava que alguns fiéis, algumas pessoas justificadas e regeneradas, algumas a quem havia sido concedida a fé, esperança e amor, podem apostatar e se perder e, apostatarão e se perderão, com a única exceção dos predestinados” (vol. 3, p. 467)


“No início da fé em Cristo e da conversão a Deus, o fiel se torna um membro vivo de Cristo. Se ele perseverar na fé de Cristo, e mantiver uma boa consciência, permanecerá como um membro vivo. Mas se ele se tornar idolente, se não tiver cuidado consigo mesmo, se der lugar ao pecado (…) prosseguindo dessa maneira, por fim, ele morre inteiramente e deixa de ser um membro de Cristo” (vol. 3, p. 473).
___________


OBSERVAÇÕES FINAIS

 
As palavras e ensinos de Jacó Armínio foram bastante torcidos pelos seus adversários, e por esta razão o teólogo holandês não dizia publicamente que “um verdadeiro crente pode tanto cair totalmente distanciando-se da fé, e perecer” sem que tal afirmação fosse seguida de uma explicação mais detalhada, para não fazê-lo parecer estar defendendo insuficiência da graça de Deus e a tolice de que o “os eleitos podem, finalmente, ser perdidos”. 

 

Até porque para Armínio, a eleição bíblica leva em conta a perseverança final do cristão, não apenas a regeneração, sendo impossível que o que persevera até o fim (verdadeiro eleito) perca a salvação. Pois se isto fosse possível, de que modo o crente que persevera poderia ter certeza de sua salvação? 

 

O cuidado de Armínio era o mesmo de um teólogo hoje que evita dizer apenas que “Deus é três pessoas”, sem que isto seja devidamente explicado, para não parecer o ensino de um triteísmo, embora todos cremos que, de fato, Deus é um, existente eternamente em três pessoas distintas.


Entendendo-se este contexto de disputa teológica, e de extrema cautela do teólogo holandês em que suas palavras não sofressem dano, ficará bem claro nas citações acima, retiradas de As Obras de Armínio (3 volumes, CPAD, 2015), que Armínio acreditava sim na possibilidade do convertido, o crente regenerado, negligenciar a fé, negar a graça do Espírito Santo, e afastar-se finalmente da salvação outrora abraçada, mas não por uma força externa a que o crente não tivesse de Deus graça suficiente para vencer, e sim porque tal crente primeiro negou esta graça, e o fez livremente (Armínio cria que o livre-arbítrio restaurado pela graça preveniente podia, mesmo após a conversão, ser usado para negar a Cristo). 

 

Ele queria que este ponto fosse melhor discutido no Sínodo da Holanda, mas tanto em suas aulas na Universidade de Leyden, em sua declaração de sentimentos, como em suas cartas pessoais a doutores calvinistas, já deixava claro seu posicionamento, junto com muitos doutores contemporâneos seus e da antiguidade: o regenerado pode cair da fé e perder-se finalmente. 

 

Colaborou para elaboração deste artigo

A Mecânica da  Salvação, por Silas Daniel

Contra o Calvinismo, por Roger Olson

Site CACP

 

"...sabendo que fui posto para a defesa do evangelho"

Filipenses 1:17