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quarta-feira, 8 de setembro de 2021

FÉ E GRAÇA

 DEFINIÇÃO DE FÉ E GRAÇA


 Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.
Não vem das obras, para que ninguém se glorie;

Efésios 2:8,9

 FÉ

A nossa vida pode ser transformada pela fé
Divulgação: Copyright: PonyWang


A salvação é um dom da GRAÇA DE DEUS, mas somente podemos recebê-la em resposta à FÉ, do lado humano. Para entender corretamente o processo da salvação, precisamos entender essas duas palavras: Fé e Graça.

 

FÉ SALVÍFICA. A em Jesus Cristo é a única condição prévia que Deus requer do homem para a salvação. A não é somente uma confissão a respeito de Cristo, mas também uma ação dinâmica, que brota do coração do crente que quer seguir a Cristo como Senhor e Salvador (cf. Mt 4.19; 16.24; Lc 9.23-25; Jo 10.4, 27; 12.26; Ap 14.4). 

 

1) O conceito de no NT abrange quatro elementos principais: 

A) significa crer e confiar firmemente no Cristo crucificado e ressurreto como nosso Senhor e Salvador pessoal.

 

Diz a nota de Rm. 1.17, da Bíblia de Estudo Pentecostal*, pág 1694:

"DE FÉ EM FÉ. "De fé em fé" significa literalmente "fé do começo ao fim". O justo deve viver sempre pela fé, e, assim fazendo, continua a viver uma vida, espiritualmente cada vez mais rica (ver Rm. 8.12,13; 14.13-23; Hb 10.38)"

 

Importa em crer de todo coração (At 8.37; Rm 6.17; Ef 6.6; Hb 10.22), ou seja: entregar a nossa vontade e a totalidade do nosso ser a Jesus Cristo tal como Ele é revelado no NT. 

 

B) Fé inclui arrependimento, i.e., desviar-se do pecado com verdadeira tristeza, ver At 17.30; - 2Co 7.10 e voltar-se para Deus através de Cristo. Fé salvífica é sempre (FÉ + ARREPENDIMENTO - At. 2.37,38).

 

Diz a nota de Mt. 3.2, sobre o arrependimento (ibidem, pág 1389)
 

"ARREPENDEI-VOS. O significado básico de arrependimento (gr. metanoeo) é voltar-se ao contrário; dar uma volta completa. Trata-se de abandonar os maus caminhos e voltar-se para Cristo e, através dEle, para Deus (At 8.22; 26.18; 1ª Pe 2.25; Jo 14.1,6).

I) A decisão de abandonar o pecado e querer a salvação em Cristo importa em aceitar a Cristo não somente como Salvador, mas também como Senhor da nossa vida. Por conseguinte, o arrependimento envolve uma troca de senhores; do senhorio de Satanás (Ef 2.2) para o senhorio de Cristo e da sua Palavra (At 26.18). 

II) O arrependimento é uma decisão livre, da parte do pecador, possibilitada pela GRAÇA DIVINA capacitadora que lhe é concedida quando ele ouve o evangelho e nele crê (At 11.21; 

III) A definição da FÉ salvífica como mera confiança em Cristo como Salvador é totalmente inadequada, ante a exigência do tipo de arrependimento feita por Cristo. Definir a salvífica sem incluir um rompimento total com o pecado é distorcer fatalmente o conceito bíblico da redenção. 

A que inclui o arrependimento é uma condição imutável para a salvação (cf. Mc 1.15; Lc 13.3,5; At 2.38; 3.19; 11.21). 

IV) O arrependimento foi uma mensagem básica na pregação dos profetas do AT (Jr 18.8; Jl 2.12,13; Ml 3.7; Ez 18.21), de João Batista, de Jesus Cristo (Mt. 4.17; 18.3; Lc. 5.32) e dos cristãos no NT (At 2.38; 8.22; 11.18; 2 Pe 3.9). A pregação do evangelho deve sempre acompanhar a mensagem do arrependimento (Lc 24.47)".

 

C) A FÉ inclui obediência a Jesus Cristo e à sua Palavra, como maneira de viver inspirada por nossa , por nossa gratidão a Deus e pela obra regeneradora do Espírito Santo em nós (Jo 3.3-6; 14.15, 21-24; Hb 5.8,9). 

 

É a “obediência que provém da FÉ” (Rm 1.5). Logo, e obediência são inseparáveis (cf. Rm 16.26). A fé salvífica sem uma busca dedicada da santificação é ilegítima e impossível. 

 

D) A FÉ inclui sincera dedicação pessoal e fidelidade a Jesus Cristo, que se expressam na confiança, amor, gratidão e lealdade para com Ele. A , no seu sentido mais elevado, não se diferencia muito do amor. É uma atividade pessoal de sacrifício e de abnegação para com Cristo (cf. Mt 22.37; Jo 21.15-17; At 8.37; Rm 6.17; Gl 2.20; Ef 6.6; 1Pe 1.8). 

 

2) A em Jesus como nosso Senhor e Salvador é tanto um ato de um único momento, como uma atitude contínua para a vida inteira, que precisa crescer e se fortalecer (ver nota de João 1.12 na BEP). Porque temos FÉ numa Pessoa real e única que morreu por nós (Rm 4.25; 8.32; 1Ts 5.9,10), nossa fé deve crescer (Rm 4.20; 2Ts 1.3; 1Pe 1.3-9). 

 

A confiança e a obediência transformam-se em fidelidade e devoção (Rm 14.8; 2Co 5.15); nossa fidelidade e devoção transformam-se numa intensa dedicação pessoal e amorosa ao Senhor Jesus Cristo (Fp 1.21; 3.8-10). (Ver notas de João 15.4 e Gl 2.20 na BEP).

 

 GRAÇA

Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.
Não vem das obras, para que ninguém se glorie;

Efésios 2:8,9

 

No AT Deus revelou-se como o Deus da graça e misericórdia, demonstrando amor para com o seu povo, não porque este merecesse, mas por causa da fidelidade de Deus à sua promessa feita a Abraão, Isaque e Jacó.  

(Ver nota sobre Êx 6.9 na BEP)

 

Os escritores bíblicos dão prosseguimento ao tema da GRAÇA como sendo a presença e o amor de Deus em Cristo Jesus, transmitidos aos crentes pelo Espírito Santo, e que lhes outorga misericórdia, perdão, querer e poder para fazer a vontade de Deus (Jo 3.16; 1Co 15.10; Fp 2.13; 1Tm 1.15,16). 

 

Toda atividade da vida cristã, desde o seu início até o fim, depende desta GRAÇA DIVINA. 

 

1) Deus concede uma medida da sua GRAÇA(preveniente) como uma dádiva aos incrédulos (1Co 1.4; 15.10), a fim de poderem crer no Senhor Jesus Cristo (Ef 2.8,9; Tt 2.11; 3.4). 

 

2) Deus concede GRAÇA ao crente para que seja “liberto do pecado” (Rm 6.20, 22), para que nele opere “tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade” (Fp 2.13; cf. Tt 2.11,12).

 

Ver nota na BEP em Mt 7.21, sobre a obediência como um dom da graça de Deus, bem como ver textos sobre o dom da graça para orar em Zc. 12.10, para crescer em Cristo, na 2ª epístola de Pedro 3.18 e para testemunhar de Cristo em At. 4.33; e 11.23. 

 

3) Devemos diligentemente desejar e buscar a GRAÇA DE DEUS (Hb 4.16). Alguns dos meios pelos quais o crente recebe a GRAÇA DE DEUS são: 

estudando as Escrituras Sagradas e obedecer aos seus preceitos (Jo 15.1-11; 20.31; 2Tm 3.15), 

ouvindo a proclamação do evangelho (Lc 24.47; At 1.8; Rm 1.16; 1Co 1.17,18), 

orando (Hb 4.16; Jd v. 20), 

jejuando (cf. Mt 4.2; 6.16), 

adorando a Cristo (Cl 3.16); 

estando continuamente cheio do Espírito Santo (cf. Ef 5.18) 

 participando da Ceia do Senhor (cf. At 2.42).

 

Diz a nota de Efésios 2.9 da BEP sobre como opera a graça:

NÃO VEM DE OBRAS. Ninguém poderá ser salvo pelas obras e boas ações, ou por tentar guardar os mandamentos de Deus. Seguem-se as razões: 

 

1) Todos os não-salvos estão espiritualmente mortos(separados/não inconscientes) (v. 1), sob o domínio de Satanás (v. 2), escravizados pelo pecado (v. 3) e sujeitos à condenação divina (v. 3). 

 

2) Para sermos salvos precisamos receber a provisão divina da salvação (vv. 4,5), ser perdoados do pecado (Rm 4.7,8), ser espiritualmente vivificados (Cl 1.13), ser feitos novas criaturas (v. 10; 2 Co 5.17) e receber o Espírito Santo (Jo 7.37-39; 20.22). 

 

Nenhum esforço da nossa parte poderá realizar essas coisas. 

 

3) O que opera a salvação é a GRAÇA DE DEUS mediante a fé (vv. 5,8). O dom salvífico de Deus inclui os seguintes passos: 

 

 

I) a chamada ao arrependimento e à fé (At 2.38). Com essa chamada vem a obra do Espírito Santo na pessoa, dando-lhe poder e capacidade de voltar-se para Deus. 

 

II) Aqueles que respondem com fé e arrependimento e aceitam a Cristo como Senhor e Salvador, recebem graça adicional para sua regeneração, ou novo nascimento, pelo Espírito e ser cheios do Espírito (At 1.8; 2.38; Ef 5.18). 

 

III) Aqueles que se tornam novas criaturas em Cristo, recebem GRAÇA contínua para viver a vida cristã, resistir ao pecado e servir a Deus (Rm 8.13,14; 2 Co 9.8). O crente se esforça para viver uma vida de santidade em Deus, mediante a GRAÇA que nele opera (1 Co 15.10). A GRAÇA divina opera no crente dedicado, tanto para ele querer, como para cumprir a boa vontade de Deus (Fp 2.12,13). Do começo ao fim, a salvação é pela GRAÇA de Deus.

 

4) A GRAÇA de Deus pode ser resistida (Lc. 7:30 - At. 7:51 - Hb 12.15), recebida em vão (2Co 6.1), apagada (1Ts 5.19), anulada (Gl 2.21) e abandonada pelo crente (Gl 5.4).

 

Estudo extraído da Bíblia de Estudo Pentecostal - Estudos Doutrinários sobre a FÉ  e a GRAÇA, pág 1704, 1705.

* BEP = Bíblia de Estudo Pentecostal.

 

 

"...sabendo que fui posto para a defesa do evangelho de Jesus Cristo"

Filipenses 1:17

 


terça-feira, 7 de setembro de 2021

EVIDÊNCIAS DO LIVRE-ARBÍTRIO

 AS 7 RAZÕES QUE NOS FAZEM CRER NA DOUTRINA BÍBLICA DO LIVRE-ARBÍTRIO NEGADA POR CALVINISTAS

O livre-arbítrio é a capacidade de escolha pela vontade do ser humano.
Divulgação: Google

 

1) Dentre as razões lógicas, a primeira delas é que a doutrina do livre-arbítrio é a única forma de colocar na conta do homem a prática do pecado e o mal existente no mundo.

 

Sem o livre-arbítrio, o pecado não provém do homem, mas de Deus, o que seria herético e blasfemo, maculando assim o caráter santo de Deus, bem como a deturpação da Sua Santa Palavra.

 

Fica óbvio dizer que sem a existência do livre-arbítrio, o pecado pode ser colocado na conta de Deus, pois Ele seria o autor do pecado. 

 

Se não existisse o livre-arbítrio a rebelião de Satanás e seus demônios foi toda planejada e decretada por Deus. 

 

Ou seja, sem o livre-arbítrio, quem causa o mal no mundo é Deus e não o homem.

 

2) A CRUCIFICAÇÃO DE JESUS

 

Se Cristo não morreu por causa de pecados cometidos livremente pelos seres humanos, pelo mau uso do livre-arbítrio, em atos autos causados, somos obrigados então a crer que Deus DETERMINOU a crucificação de Jesus por um DECRETO e criou o homem para que também através de um DECRETO caísse, para que assim Deus pudesse cumprir com seu decreto de crucificação. 

 

 

3) A QUESTÃO DO DETERMINISMO

 

Se Deus determinou tudo, inclusive todas as ações e atos humanos, não tem como responsabilizar o homem por seus pecados, pois ele está apenas obedecendo os decretos irrevogáveis de Deus. O homem não tem livre escolha. Ou seja, se o ser humano está apenas cumprindo irresistivelmente os decretos de Deus, responsabilizá-lo por apenas cumprir esses decretos preestabelecidos por Deus é INCOERÊNCIA. 

 

Como bem disse C.S. Lewis:

"Todos os que estão no inferno, estão lá por que escolheram. Sem esta auto escolha não poderia existir inferno algum".¹

 

4) A VONTADE DO HOMEM

 Se não existisse Livre-arbítrio, o homem nunca poderia se opor a vontade de Deus em nenhuma circunstância. 

A Bíblia mostra em vários momentos o homem se opondo à vontade de Deus e a isso chamamos de livre-arbítrio.

 

 

5) NOSSO SENSO DE LOUVOR E DE DEMÉRITO

 

Note que a maioria das pessoas tem mais apreço por uma pessoa "boa" do que por uma pessoa "má".

 

Por exemplo:  Entre Madre Tereza de Calcutá e Adolf Hitler, quem você acha que as pessoas terão mais apreço, simpatia ? Entre Stalin ou Zilda Arns ?

 

Se as pessoas mencionadas acima estivessem apenas cumprindo os Decretos Preestabelecidos  por Deus, nada faria sentido.

 

Tanto Hitler, quanto Madre Tereza, Stalin, Zilda Arns,  estariam apenas cumprindo seu papel que foi PREDETERMINADO por Deus.

 

Nenhum deles poderia agir diferente da forma que agiram por que foram ORDENADOS a agir daquela maneira. Não haveria mérito algum nas boas ações e nem demérito nas más ações praticadas.

 

Logicamente, dentro dessa visão, o culpado seria Deus, no entanto essa linha de pensamento macula o santo caráter de Deus que é Justo e que não tolera o pecado. 

 

A tradução Almeida Corrigida e Fiel versa o seguinte:

 "Porque tu não és um Deus que tenha prazer na iniquidade, nem contigo habitará o mal".
(Salmos 5:4)

 

 

A versão Bíblia King James Atualizada trás: 

 "Porque tu, ó Deus, não tens prazer na injustiça, e contigo não pode habitar o mal".

 (Salmos 5:4)

 

Paulo é enfático quando diz: 

"O qual recompensará cada um segundo as suas obras".

Romanos 2:6

 


"Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará".

Gálatas 6:7

 

6) SEM O LIVRE-ARBÍTRIO NADA NESSA VIDA FARIA SENTIDO.

 

 Parafraseando Bruce Reichenbach:

"De fato, todos os nossos sentimentos, amor, ódio, emoções, seriam todos controlados, dirigidos e determinados por Deus".²

 

Comenta ele:

"A humanização integral e o crescimento moral só ocorrem quando existe liberdade".³

 

 

 7) AS ESCOLHAS HUMANAS

 

Foram os israelitas que escolheram fazer o bezerro de ouro;

(Êxodo 32:1-4) 

 

Jesus apresentou dois caminhos;

 (Mateus 7.13-14)

 

Deus falou para seu povo escolher morte ou vida:

"Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe pois a vida, para que vivas, tu e a tua descendência"
(Deuteronômio 30:19)

 

Deus também deu três possibilidades de escolha à Davi em virtude do seu pecado.

(1ª Crônicas 21: 11-13) 

 

Ou seja, se não existe livre-arbítrio, ou possibilidade de escolha, Deus decidiu tudo por nós. O fato da existência do livre-arbítrio em hipótese alguma extrai a Soberania de Deus, já que a oração do Pai Nosso nos mostra que nem sempre a vontade de Deus é feita na terra, como é feita no céu. 

 

 

 CONCLUSÃO

 

Sem o  livre-arbítrio, significaria que todos os bons acontecimentos são bênçãos de Deus e os maus, maldições. Se Deus DETERMINA TUDO, não sobra nada para o livre-arbítrio que Deus soberanamente decretou conceder ao homem. 

 

Nessa visão, isso significa que os erros e acertos de sua vida são apenas por que Deus Determinou, sufocando assim a sua liberdade de escolha e personalidade.




 

  

Referências bibliográficas

1. LEWIS, C. S. - "O grande abismo" - pág. 88

2. BANZOLI, Lucas - "Calvinismo ou Arminianismo - Quem está com a razão ?" - pág. 113

3. REICHENBACH, Bruce R. - "Predestinação e Livre-arbítrio: Quatro perspectivas sobre a soberania de Deus e a liberdade humana" - pág. 138.

  

 "...sabendo que fui posto para a defesa do Evangelho"

Filipenses 1:17