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segunda-feira, 21 de março de 2022

A SALVAÇÃO NO ARMINIANISMO

 



Quando você ouvir alguém afirmar que o Arminianismo é uma Teologia centrada no homem pode ter certeza que tal pessoa nunca leu uma linha sobre o Arminianismo, ou está falando de má fé mesmo.


A antropologia é contrária ao verdadeiro Arminianismo, que é plenamente centrado em Deus.


A Teologia Arminiana confessa a depravação humana, incluindo a escravidão da vontade.


O verdadeiro cerne da Teologia Arminiana é o caráter amoroso e justo de Deus e a vontade que TODOS os homens se arrependam e sejam salvos. 

(1ª Tm. 2:4 - 2ª Pedro 3:9 )


UM DOS EQUÍVOCOS MAIS PREDOMINANTES E PREJUDICIAIS praticados principalmente por calvinistas acerca do Arminianismo é que ele seja centrado no homem, pois acusam a Teologia Arminiana de defender a habilidade inata dos humanos em exercitar sozinhos boa vontade para com Deus e de contribuir de forma eficaz com a salvação, como se Deus fizesse algo e o homem outra.


Algumas acusações dos calvinistas contra o Arminianismo demonstram completa falta de conhecimento sobre a Teologia Arminiana clássica. 


Um dos calvinistas responsáveis por propagar esse tipo de acusação é o teólogo calvinista Edwin H. Palmer.


No entanto, mesmo Robert Peterson e Michael Williams, sendo dois teólogos calvinistas reconhecem que Armínio e os arminianos mantinham que a vontade humana está tão corrompida pelo pecado que a pessoa não pode buscar a salvação sozinha sem a capacitação da graça.


O fundamento essencial do pensamento Arminiano Clássico é a graça preveniente. 


Toda a salvação é absoluta e inteiramente da graça de Deus.


Ou seja, quando você ouvir alguém afirmar que o Arminianismo é um a Teologia centrada no homem, você saberá que a pessoa está mentindo.


Colaborou para a elaboração deste artigo:

Teologia Arminiana - Mitos e Realidades por Roger Olson




"...sabendo que fui posto para a defesa do Evangelho".

Filipenses 1:17

domingo, 20 de março de 2022

EXISTE A POSSIBILIDADE DO CRISTÃO PERDER A SALVAÇÃO ?



Armínio e a possibilidade de perda de salvação


“Jesus Cristo, também pelo seu Espírito Santo, as auxilia [as pessoas salvas] em todas as tentações que enfrentam, e lhes proporciona o pronto socorro de sua mão; também entendo que Cristo as guarda não as deixando cair, desde que tenham se preparado para a batalha, implorando a sua ajuda, e não querendo vencer por suas próprias forças”.

(As Obras de Armínio, vol. I, p. 232).


“(…) embora seja verdade que aquele que pedir [em oração] pode ser confirmado contra as tentações, e pode não cair, ainda assim é possível que ele possa não pedir e, desse modo, não receber aquela força, de modo que a deserção [da Igreja, o Corpo de Cristo] aconteça. Daí surge a constante necessidade de oração (…)” .

(As Obras de Armínio, Vol. III, p. 458, 459).


“Se alguém afirma que levando em consideração o fato de terem sido eleitos não é possível que os crentes, finalmente, venham a cair e se manter longe da salvação, porque Deus decretou salvá-los – eu respondo que o decreto sobre ser guardado não tira a possibilidade da condenação, mas remove a condenação em si. (…) é impossível que os crentes, desde que permaneçam fiéis, venham a perder a salvação. Porque se isso fosse possível, o poder que Deus decidiu empregar para salvar os crentes seria vencido. Por outro lado, se os crentes apostatarem da fé e se tornarem incrédulos, é impossível que eles não se desviem da salvação, ou seja, desde que continuem incrédulos” 

(As Obras de Armínio, vol. I, p. 257, 258).


“É possível que um cristão fiel caia em algum pecado mortal, e disso Davi parece ser um exemplo.

Portanto, ele pode cair em um momento tal que, se estivesse, então, prestes a morrer, estaria condenado” .

(As Obras de Armínio, vol. I, p. 355).


“(…) basta que ele saiba que não declinará da fé por nenhuma força de satanás, do pecado e do mundo, e por nenhuma inclinação ou fraqueza da sua própria carne, a menos que ele, voluntariamente, ceda à tentação, e negligencie a busca de sua própria salvação de uma maneira consciente”.

(As Obras de Armínio, vol. II, p. 434, 435).


“…[a opinião] que afirma que é possível que os fiéis percam a fé sempre teve mais apoiadores na igreja de Cristo que aquela que nega a possibilidade de que isso ocorra”. 

(As Obras de Armínio, Vol. II, p. 434).


“(…) enquanto durar essa continuação e confirmação, os fiéis não parecem deixar de correr o risco de cair. Pois assim como qualquer pessoa pode não estar disposta a ser edificada sobre a pedra, também é possível que o mesmo homem, se começar a ser edificado, caia, resistindo à continuação e confirmação da edificação. (…) praticamente toda a antiguidade é da opinião de que os fiéis podem cair e perecer”.

(As Obras de Armínio, vol. III, p. 458).


“(…) enquanto a semente de Deus estiver em uma pessoa, ela não peca para a morte, mas é possível que a semente, propriamente dita, por sua própria culpa e negligência [do crente], seja removida de seu coração e assim a sua primeira criação, à imagem de Deus, foi perdida, também a segunda transmissão pode ser perdida (…) o pecado reinante não pode subsistir com a graça do Espírito Santo. Também é verdade que o pecado não reina no regenerado, pois, antes que isso possa acontecer, é necessário que ele rejeite a graça do Espírito Santo, que mortifica o pecado e restringe o seu poder” .

(As Obras de Armínio, vol. III, p. 460, 467).


“Romanos 6 também é uma exortação do apóstolo aos fiéis, para que não mais vivam em pecado, porque, em Cristo, estão mortos para o pecado. Esta advertência aos cristãos seria em vão, se não fosse possível que eles vivessem em pecado, mesmo depois de sua libertação do seu domínio”.

(As Obras de Armínio, vol. III, p. 460).


“Com base nessa passagens [de escritos de Agostinho], em minha opinião, ficará claro que Agostinho pensava que alguns fiéis, algumas pessoas justificadas e regeneradas, algumas a quem havia sido concedida a fé, esperança e amor, podem apostatar e se perder e, apostatarão e se perderão, com a única exceção dos predestinados” .

(As Obras de Armínio, vol. 3, p. 467)


“No início da fé em Cristo e da conversão a Deus, o fiel se torna um membro vivo de Cristo. Se ele perseverar na fé de Cristo, e mantiver uma boa consciência, permanecerá como um membro vivo. Mas se ele se tornar idolente, se não tiver cuidado consigo mesmo, se der lugar ao pecado (…) prosseguindo dessa maneira, por fim, ele morre inteiramente e deixa de ser um membro de Cristo”.

(As Obras de Armínio, vol. III, p. 473).


CONSIDERAÇÕES FINAIS


As palavras e ensinos de Jacó Armínio foram bastante torcidas pelos seus adversários, bem como até nos dias de hoje, a Teologia Arminiana sofre com acusações infundadas e improcedentes, caluniosas na maioria das vezes.


Por esta razão Armínio não dizia publicamente que “um verdadeiro crente pode tanto cair totalmente distanciando-se da fé, e perecer” sem que tal afirmação fosse seguida de uma explicação detalhada, para não parecer que ele estivesse defendendo insuficiência da GRAÇA de Deus e de que o “os eleitos podem, finalmente, ser perdidos se não perseverassem até o fim”. 


Até porque para Armínio, a ELEIÇÃO bíblica leva em conta a perseverança final do cristão, não apenas a regeneração, sendo impossível que o que persevera até o fim, perca a salvação. 


Pois se isto fosse possível, de que modo o crente que persevera poderia ter certeza de sua salvação? 


Paulo disse à Timóteo: "...eu sei em quem tenho crido".

(2ª Timóteo 1:12)


Também disse:

"Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda".

(2ª Timóteo 4:8)


"...tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor".

(Filipenses 1:23)


Assim como existem textos claros que nos mostram que podemos ter certeza a de salvação, a Bíblia também mostra textos irrefutáveis que nos mostram a possibilidade de perca de salvação.


"No corpo da sua carne, pela morte, para perante ele vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis. 

Se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé, e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro".

(Colossenses 1:22,23)


E, sendo ele consumado, veio a ser a causa da eterna salvação para todos os que lhe obedecem.

(Hebreus 5:9)Salvação é pra quem obedece.


Além desse, outros textos em Hebreus também mostram essa possibilidade. 


SEGURANÇA EM CRISTO


Um dos pontos do Arminianismo - SEGURANÇA EM CRISTO - trás luz sobre essa importante doutrina que infelizmente ainda tem trazido muitas dúvidas ao coração de muitos cristãos.












O cuidado de Armínio era o mesmo de um teólogo hoje que evita dizer apenas que “Deus é três pessoas”, sem que isto seja devidamente explicado, para não parecer o ensino de um triteísmo, embora todos cremos que, de fato, Deus é um, existente eternamente em três pessoas distintas.


Entendendo-se este contexto de disputa teológica, e de extrema cautela de Armínio em que suas palavras não sofressem dano, ficará bem claro nas citações acima, retiradas das Obras de Armínio, que  acreditava sim na possibilidade do convertido, o crente regenerado, negligenciar a fé, negar a graça do Espírito Santo, e afastar-se finalmente da salvação outrora abraçada, mas não por uma força externa a que o crente não tivesse de Deus graça suficiente para vencer, e sim porque tal crente primeiro negou esta graça, e o fez livremente. 


Armínio cria que o livre-arbítrio restaurado pela graça preveniente podia, mesmo após a conversão, ser usado para negar a Cristo. 


Ele queria que este ponto fosse melhor discutido no Sínodo da Holanda, mas tanto em suas aulas na Universidade de Leyden, em sua declaração de sentimentos, como em suas cartas pessoais a doutores calvinistas, já deixava claro seu posicionamento, junto com muitos doutores contemporâneos seus e da antiguidade: o regenerado pode cair da fé e perder-se finalmente.


Extraído do aplicativo CACP com adições minhas !


"...sabendo que fui posto para a defesa do evangelho".

Filipenses 1:17


sábado, 19 de março de 2022

SANSÃO COMETEU SUICÍDIO ?

 NÃO FOI SUICÍDIO, MAS SACRIFÍCIO

O texto encontra-se no livro de Juízes e diz o seguinte:

 E disse: Morra eu com os filisteus. E inclinou-se com força, e a casa caiu sobre os príncipes e sobre todo o povo que nela estava; e foram mais os que matou na sua morte do que os que matara na sua vida” (Jz. 16.28-30).


Ao analisarmos o texto de forma isolada, talvez poderíamos supor que Sansão tivesse cometido suicídio. No entanto, não encontramos nenhuma evidência de suicídio.


Se esse fosse um dos objetivos de Sansão, isto é, se desejasse a morte devido à frustração e humilhação de ter sido capturado pelos filisteus, certamente ele já o teria feito, pois teve diversas oportunidades para se matar, enquanto esteve preso.


Se Sansão desejasse acabar com seu sofrimento devido à cegueira e às dores da mutilação, também poderia ter feito alguma coisa antes dessa ocasião. 


Além disso, a história deixa claro que houve arrependimento sincero por parte de Sansão e ele ora pedindo que sua força retorne.


Oração que foi respondida já que a força de Sansão foi restabelecida e tamanha destruição não veio dele, mas foi proveniente de Deus. Dessa forma, aceitar o ato de Sansão como suicídio significaria dizer que o próprio Deus o concedeu forças sobrenaturais para que ele se suicidasse, o que seria um absurdo e não pode ser concebido diante da natureza divina.


Devemos compreender que os filisteus eram um povo que se opunha constantemente a Israel e não buscava a paz, como fizeram os gibeonitas (Js 9). Sansão estava lidando com inimigos irreconciliáveis e sabia que um confronto poderia causar-lhe a morte, quer essa morte fosse devido à queda do edifício, quer ocorresse após a queda do edifício por meio da retaliação de algum filisteu.


Por fim, para corroborar que Sansão não cometeu suicídio, encontramos seu nome escrito na galeria dos heróis da fé registrado em Hebreus 11, um homem que pela fé livrou Israel de seus inimigos.


OU SEJA, NÃO HOUVE SUICÍDIO, MAS SACRIFÍCIO VOLUNTÁRIO PARA SALVAR O POVO DE ISRAEL.


Colaborou para elaboração deste artigo o BOLETIM MARANATA - Sigam a sua página no INSTAGRAM:

https://www.instagram.com/boletimmaranata/?igshid=YmMyMTA2M2Y=




",,,, sabendo que fui posto para a defea do evangelho".

Filipenses 1:17


UM DEUS BIPOLAR

 AS DUAS VONTADES 

CONTRÁRIAS DE DEUS




CALVINO DISSE QUE DEUS TEM DUAS VONTADES CONTRÁRIAS


"Ora, facilmente se refuta o que objetam, em primeiro lugar, isto é, que se nada acontece a não ser que Deus o queira, há nele DUAS VONTADES CONTRÁRIAS, porquanto, de seu desígnio secreto, decreta o que abertamente proibiu através de sua lei. 

Contudo, antes que eu responda, quero de novo prevenir os leitores de que esta cavilação não se volta contra mim; ao contrário, é contra o Espírito Santo que, de fato, ditou ao santo varão Jó esta confissão: “Como aprouve a Deus, assim se fez” [Jó 1.21]. 

Como fora despojado por ladrões, reconhece no dano e malefício que fizeram o justo azorrague de Deus".

As Institutas ou Tratado da Religião Cristã 

vol. 1 - Edição clássica (latim). Pág 232


Que Deus bipolar é esse ? Tem como levar a sério essa teologia ? A Bíblia no entanto diz o seguinte sobre a vontade de Deus: 


"E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus".

Romanos 12:2


Ou seja, a Bíblia diz que a vontade de Deus é boa, agradável e perfeita. Como pode Deus ter duas vontades contrárias ?



A Bíblia ainda diz:

“Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação; que vos abstenhais da fornicação”.

1ª Tessalonicenses 4:3


Davi, por exemplo, forma um paralelo entre a frase “tua lei” e a “tua vontade” no Sl. 40.8. Semelhantemente, o apóstolo Paulo considera que, conhecer a Deus é sinônimo de conhecer a sua vontade, na sua carta aos Romanos 2.17,18. 


Noutras palavras: como em sua Lei o Senhor nos instrui no caminho que Ele traçou, ela pode ser apropriadamente chamada “a vontade de Deus”. “Lei” significa essencialmente “instrução”, e inclui a totalidade da Palavra de Deus. 


Como pode então, Deus ter duas vontades contrárias ? Que absurdo é esse ?


Para saber mais sobre a vontade de Deus click no link abaixo: 

https://oraculosdivinos.blogspot.com/search?q=vontade+de+deus




"...sabendo que fui posto para a defesa do Evangelho".

Filipenses 1:17


quinta-feira, 3 de março de 2022

O canto do galo que Jesus mencionou foi da ave?

 O CANTO DO GALO


Divulgação: https://pt.dreamstime.com/ilustração-stock-canto-do-galo-image

A famosa passagem da negação de Pedro, consta nos quatro Evangelhos sendo as seguintes: 


Disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, três vezes me negarás.
(Mateus 26:34)


E lembrou-se Pedro das palavras de Jesus, que lhe dissera: Antes que o galo cante, três vezes me negarás. E, saindo dali, chorou amargamente.
(Mateus 26:75)


E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje, nesta noite, antes que o galo cante duas vezes, três vezes me negarás.
(Marcos 14:30) 


Assim versa a Bíblia de Jerusalém: "[...] "E foi para fora, para o pátio anterior. E um galo cantou". (Marcos 14:68).


Diz a nota da referida Bíblia sobre o versículo:

《Esse primeiro canto do galo, que não despertou Pedro e a falsa saída que segue, são estranhos e fazem supor uma narração primitiva que não continha outra coisa a não ser a negação, o canto do galo e a saída. 

Sua composição, a partir de duas narrações paralelas procedentes de outras tradições, produziu o número tradicional de três negações (14:30 - p.p. 14:72,cf. João 13:38 - 21:15-17).

A combinação dos textos sensível em Marcos, é velada em Mateus e Lucas,que suprimiram o primeiro canto do galo e atenuaram(Lucas omite) a primeira falsa saída, a qual porém, permanece sugerida pela separação em João da primeira negação (18:17) e das outras duas(18:25-27)》. 

Bíblia de Jerusalém, Nova Edição,  Revista e Atualizada, págs 1782  1783.


Como podemos observar nenhuma referência a um possível  toque de trombeta como querem sugerir alguns "estudiosos".


E o galo cantou segunda vez. E Pedro lembrou-se da palavra que Jesus lhe tinha dito: Antes que o galo cante duas vezes, três vezes me negarás. E, retirando-se dali, chorou.
(Marcos 14:72)


Mas ele disse: Digo-te, Pedro, que não cantará hoje o galo antes que três vezes negues que me conheces.
(Lucas 22:34)


E, virando-se o Senhor, olhou para Pedro, e Pedro lembrou-se da palavra do Senhor, como lhe havia dito: Antes que o galo cante hoje, me negarás três vezes.
(Lucas 22:61)


Respondeu-lhe Jesus: Tu darás a tua vida por mim? Na verdade, na verdade te digo que não cantará o galo enquanto não me tiveres negado três vezes.
(João 13:38)


Infelizmente podemos encontrar na internet muitos artigos que distorcem a realidade dos fatos e , além de alguns “estudiosos” e até teólogos renomados, como o Pr. Elias Soares, por exemplo que em sua obra intitulada: “Perguntas difíceis responder” – 2ª Edição, na página 123, sobre o referido episódio comenta o seguinte:

 

"é razoável suporque, “o cantar do galo”, referido por Jesus nos evangelhos longede ser o canto de uma ave, mas sim o toque das trombetas dos soldados romanos que anunciavam a troca de turno”. (pág  123) 

(longe de ser ? Como assim longe de ser ???)


Além disso, os estudiosos afirmam que existe uma teoria que era proibido criar galinhas em Jerusalém, afirmação que não se confirma historicamente.

 

Lamentavelmente um teólogo renomado como o referido Pr, se valer de conjecturas pra tentar apoiar uma teoria, revela o quão pobre é a nossa teologia.


Outros estudos sobre o canto do galo utilizam da expressão 《pode serque não seja o canto de uma ave, mas PODE SE REFERIR, à sons emitidos por qualquer instrumento musical, como o toque de uma trombeta por exemplo.

 

Não é de se admirar que calvinistas acusem os Pentecostais de não estudarem. Esses são exemplos clássicos.

 

Porém, com facilidade se refuta o que diz a aludida obra, entre outros artigos na internet. Convém salientar ainda, que o presente artigo não tem por objetivo atacar pessoas, mas debater ideias, REFUTAR o que esse Blog, segundo a orientação do Espírito Santo entende como errado e trazer luz sobre temas polêmicos.


Para tanto, basta só um pouco de boa vontade e pesquisa, mesmo sendo um Pentecostal, por que pentecostais também estudam.


Esse blog acredita piamente que o canto do galo trata-se do canto da ave mesmo, do galináceo e exponho os motivos.


Na obra, "Jerusalém no tempo de Jesus" lemos o seguinte sobre o episódio:




"De onde faziam vir os animais?"

Jerusalém contava com diversos mercados de animais, uns para os profanos e outros para o destinados aos sacrifícios.

1. Um deles só vendia animais vivos.

2. Outro comerciava animais cevados, sendo explicitamente um mercado de carne. Aí se vendiam galinhas também.

Aos mercados de animais profanos acrescentavam-se os mercados de animais para os sacrifícios.* (Sobre esse comentário a referida obra trás a seguinte nota):



* Segundo B. Q. Vil 7; Tos. B. Q. VIII 10 (361, 29); b. B. Q. 82b, a criação de galinhas era proibida em Jerusalém. Temia-se, com efeito, que as galinhas, ao ciscar, pusessem à luz coisas impuras. Em contrapartida, encontramos referência de um galo em Jerusalém; cantou na hora da negação de Pedro (Mc 14,72; Mt 26,74; Lc 22,60; Jo 18,27). Segundo a Mishna, o canto do galo seria, no Templo, como ponto de referência: "Ao canto do galo, tocavam-se as trombetas” (Sukka V 4, cf. Tamid V 4, cf. Tamid I 2 e Yoma I 8). Uma só vez a Mishna menciona um galo de Jerusalém e assim mesmo num contexto lendário. R. Yuda ben Baba, segundo ‘Ed. VI 1, declarou: "Apedrejaram um galo em Jerusalém, porque ele matara um homem” (dizem que com o bico, furara o crâneo de uma criança). Em suma, podemos afirmar que se criavam galinhas em Jerusalém. A pretensa proibição de criá-las não é mais digna de crença do que as outras proibições mencionadas nessa passagem de b. B. Q. 82b (cf. supra, pp. 16 e 63). Tos. B. Q. VIII 10 (361, 29) traz uma confirmação: a criação daquelas aves é permitida se, para ciscar, elas tiverem um jardim ou um monte de esterco. Mencionam a esse respeito, a existência de jardins em Jerusalém (supra, p. 62); confirma, pois, a inverossimilhança de b. B. Q. 82b e passagens paralelas.¹
[ênfases minha]
_______________________________________________________
1. Jerusalém no tempo de Jesus: Pesquisa de história, econômico-social no período neotestamentário / Joachim Jeremias; [tradução de M. Cecília de M. Duprat; revisão de Honório Dalbosco ], — São Paulo: Edições Paulinas, 1983, pág. 69 e 70. 


Em outra obra intitulada: 《A Enciclopédia da vida de Jesus》sob o título AS AVES QUE COMPUNHAM O CENÁRIO BÍBLICO, afirma o seguinte:




As aves mencionadas pelos evangelistas, como também pelos escritores sagrados em geral, são vistas ainda com muita frequência na região de Jesus. Existiam pássaros de toda espécie que viviam nos campos e nas matas; havia pombos, galos, galinhas, corvos que nem semeiam, nem segam, nem têm despensa nem celeiro, e Deus os alimenta (Lc 12.24); estes eram o transtorno dos agricultores. Havia também um exército terrível de aves de rapina que aparecia conforme o registro no evangelho (Mt 24.28), onde quer que se encontrasse um cadáver.²
[ênfases minha]

________________________________________________________
2. Enciclopédia da vida de Jesus / Louis-Claude Fillion 1ª edição: Setembro/2004 - 2 volumes, págs 22 e 23


Por fim, o conceituado Dicionário Wycliffe. 


Afirma que o GALO era sinal de fertilidade e que nos casamentos 《OS JUDEUS - carregavam um casal, um GALO e uma galinha à frente dos noivos. Diz a referida obra:


Galinha Doméstica, Gallus gallus domesticus. As aves domésticas são provavelmente originadas da galinha da floresta vermelha da Índia. Elas parecem ter sido conhecidas já nos tempos do AT (Pv 30.31, na versão RSV em inglês; não o “galgo”, da versão KJV). O sinete de Jazanias (cf. 2 Rs 
25.23) datando de 600 a.C. leva a figura de 
um galo de briga; sendo foi encontrado em Tell 
en-Nasbeh, o local da antiga Mispa.

As aves domésticas eram consideradas um 
símbolo de fertilidade. Os judeus carregavam 
um galo e uma galinha na frente dos casais 
de noivos. O galo(ave) ainda é usado como um 
cronometrista e relógio despertador nos países orientais (cf. Mt 26.34). Veja Cantar do 
Galo. A preocupação materna da galinha era 
familiar aos ouvintes de Jesus (Mt 23.37). A 
referência em Neemias 5.18 às galinhas ou 
aves domésticas para a mesa de Neemias é 
provavelmente de caça selvagem.³
[ênfases minha]

_________________________________________________________
3. Dicionário Wycliffe, CPAD, pág 126



Outras obras, como NOVA CHAVE LINGÜÍSTICA DO NOVO TESTAMENTO GREGO - VOCABULÁRIO GREGO - VOL I - bem como o DICIONÁRIO VINE, entre outras renomadas obras corroboram que o canto do GALO era da ave sim.

Interessante mencionar o episódio onde Jesus faz uma analogia da rejeição à Deus por parte do povo de Israel durante a história e como Deus queria os acolher, com a figura de uma galinha que queria ajuntar seus filhinhos de baixo de suas asas.

Ele traça um paralelo e faz uso de animal muito bem conhecido pelo povo judeu, para ilustrar uma verdade.

Jesus durante seu ministério por diversas vezes fez ilustrações similares como essa de situações corriqueiras e que o povo estava habituado e por isso entendiam com facilidade.






CONCLUSÃO


Diante do exposto, fica claro que Pedro quando negou Jesus ouviu LITERALMENTE o canto da ave: O GALO, no caso, e que a teoria de que o canto do galo pudesse ser o toque das trombetas quando tocadas pelos soldados romanos, não passa de mera especulação e conjecturas. Existe sim uma associação com o toque das trombetas: Os soldados ao ouvir o canto do galo, tocavam suas trombetas, mas não que o canto do galo seja o toque das trombetas dos soldados romanos. 

Ou seja, a referência de que o canto do GALO não era da ave é improcedente historicamente falando.


"...sabendo que fui posto para a defesa do evangelho"
Filipenses 1:17