Banner

segunda-feira, 29 de março de 2021

A Bíblia fala sobre Predestinação ?

 O que a Bíblia ensina sobre Predestinação ?


É praticamente impossível não encontrar um calvinista que não recorra a Romanos 9 a fim de tentar subsidiar uma teoria sobre uma Predestinação Fatalista. Enquanto o cânon bíblico católico consta de 73 livros, o cânon protestante de 66 livros, o cânon calvinista se restringe a Romanos 9. 

Historicamente falando, Romanos 9 NUNCA foi ensinado como Dupla Predestinação incondicional antes de Agostinho no quinto século. 

Por quatro séculos, os cristãos leram o Novo Testamento incluindo Romanos 9 e JAMAIS chegaram a essa interpretação deturpada do Calvinismo.

Além disto, Romanos deve ser interpretado dentro do seu contexto — Romanos 9 até 11 é uma “unidade indivisível" de linha de pensamento. 

As divisões de capítulo não existem nos textos originais. Romanos 10 e 11 completam o argumento e mostram que Paulo não estava falando de indivíduos e de salvação e perdição de cada um deles, mas sobre grupos e serviço sob o plano divino. 


Várias coisas podemos destacar nestes três capítulos.

1) Esse exame da condição de Israel não se refere à vida ou morte eterna de indivíduos após a morte. Pelo contrário, Paulo está tratando do modo como Deus lida com nações e povos do ponto de vista histórico, i.e., do seu direito de usar povos e nações conforme Ele quer. 

Por exemplo, sua escolha de Jacó em lugar de seu irmão Esaú (9.11) teve como propósito fundar e usar as nações de Israel e de Edom, oriundas dos dois. Nada tinha que ver com seu destino eterno, i.e., quanto a sua salvação ou condenação como indivíduos. Uma coisa é certa: Deus tem o direito de chamar as pessoas e nações que Ele quiser, e determinar-lhes responsabilidades a cumprir.


2) Paulo expressa sua constante solicitude e intensa tristeza pela nação judaica (9.1-3). O próprio fato que Paulo ora para que seus compatriotas sejam salvos, revela que ele não admitia o ensino teológico da predestinação, afirmando que todas as pessoas já nascem predestinadas, ou para o céu, ou para o inferno. Pelo contrário, o sincero desejo e oração de Paulo reflete a vontade de Deus para o povo judaico (cf. 10.21; ver Lc 19.41, nota sobre Jesus chorando por causa de Israel ter rejeitado o caminho divino da salvação). No NT não se encontra o ensino de que determinadas pessoas foram predestinadas ao inferno antes de nascer. (ver o estudo ELEIÇÃO E PREDESTINAÇÃO, neste blog).


3) O mais relevante neste assunto é o tema da fé. O estado espiritual de perdido, da maioria dos israelitas, não fora determinado por um decreto arbitrário de Deus, mas, resultado da sua própria recusa de se submeterem ao plano divino da salvação mediante a fé em Cristo (9.33; 10.3; 11.20). Inúmeros gentios, porém, aceitaram o caminho de Deus, que é o da fé, e alcançaram a justiça mediante a fé. Obedeceram a Deus pela fé e se tornaram “filhos do Deus vivo” (9.25,26). Esse fato ressalta a importância da obediência mediante a fé (1.5; 16.26) no tocante à chamada e eleição da parte de Deus.


4) A oportunidade de salvação está perante a nação de Israel, se ela largar sua incredulidade (11.23). Semelhantemente, os crentes gentios que agora são parte da igreja de Deus são advertidos de que também correm o mesmo risco de serem cortados da salvação (11.13-22). Eles devem sempre perseverar na fé com temor. A advertência aos crentes gentios em 11.20-23, pelo fato da falha de Israel, é tão válida hoje quanto o foi no dia em que Paulo a escreveu.


5) As Escrituras estão repletas de promessas de uma futura restauração de Israel ao aceitarem o Messias. Tal restauração terá lugar ao findar-se a Grande Tribulação, na iminência da volta pessoal de Cristo (ver Is 11.10-12 nota; 24.17-23 nota; 49.22,23 nota; Jr 31.31-34; Ez 37.12-14 nota; Rm 11.26 nota; Ap 12.6 nota).



Estudo extraído da Bíblia de Estudo Pentecostal.


"...sabendo que fui posto para a defesa do Evangelho".
Filipenses 1:17


segunda-feira, 22 de março de 2021

A Bíblia fala de Eleição Incondicional ?

 Existe Eleição Incondicional na Bíblia ?


Lemos na 2a carta aos Tessalonicenses o seguinte:


Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, POR VOS TER DEUS ELEGIDO desde o princípio para a salvação em santificação do Espírito, e fé da verdade.

(2a Tel. 2:13)


Com base nessa passagem CALVINISTAS DESONESTOS tentam provar a doutrina da eleição como sendo incondicional.


Como a Teologia Arminiana responde a este dilema?

PRIMEIRA REGRA DE HERMENÊUTICA: NUNCA ISOLE UM TEXTO E DESCONSIDERE O CONTEXTO IMEDIATO E/OU REMOTO.

 

Primeiro que a carta não é INDIVIDUAL. Não é para uma pessoa em específico. É para a Igreja de Cristo. Só aqui já mata a pretensão calvinista de supor que exista algum tipo de ELEIÇÃO INCONDICIONAL.

 

Segundo, precisamos entender o contexto imediato da carta, e o caráter escatológico das epístolas de Paulo aos Tessalonicenses. O estudante honesto das Escrituras perceberá isso logo de início. Tratam-se de epístolas escatológicas. 

 

Tanto que o tema das epístolas é a VOLTA DO SENHOR.

 

O tema da seção é bastante claro. Visa acalmar a incerteza ou a excitação causada pelas asseverações de que o Dia do Senhor já está presente. A resposta básica dada por Paulo é que certos outros eventos devem acontecer primeiramente, a saber: a aparição do assim-chamado homem da iniquidade.

 

Os primeiros versículos do referido capítulo remontam ao período antes do aparecimento do ANTICRISTO, e os versos. 9-12 remontam ao período do seu aparecimento antes da sua destruição descrita no v. 8.

 

O efeito do ensino é, primeiramente, assegurar os leitores de que, embora certos eventos devam anteceder o Dia do Senhor, a “contagem regressiva” já começou (v. 7).

 

Em terceiro lugar, comentar sobre a maneira em que os ímpios serão enganados pelo homem na iniquidade e, desta forma, participarão do seu julgamento e destruição. Este último pensamento liga-se com a advertência de Paulo aos leitores no sentido de não serem enganados ao ponto de confundir a Epifania do homem da iniquidade com a Parousia do Senhor Jesus.

 

No presente contexto pode ser deliberada a fim de assegurar os leitores de que o Senhor Jesus, que virá para Seu próprio povo, e que destruirá os ímpios, os ama de modo especial e os conservará em segurança para a salvação final.

 

Perceba que o texto diz:

 

Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, mediante a santificação do Espírito, e fé da verdade;

 

Ou seja, mostra-nos ele que a santificação é necessária à salvação, por ser um de seus meios.

 

O texto em tela está nos falando sobre a APOSTASIA antes da manifestação do ANTI CRISTO e que Deus enviará a operação do erro para aqueles que rejeitarão o evangelho, para que creiam na mentira.

 

Mas nós os que somos SALVOS, ELEITOS, devemos dar graças a Deus por Deus ter nos ELEGIDO para a salvação e ter nos livrado desse período, porque aqueles outros que estiverem no período da GRANDE TRIBULAÇÃO na Terra receberão a MARCA DA BESTA e não se salvarão.

 

O texto não fala de uma Eleição Incondicional ou Individual, mas está falando que os ELEITOS estarão salvos e livres do que ocorrerá no mundo no período da Grande Tribulação e salvos com Jesus em Glória.

 

A ELEIÇÃO

 

Seu elemento temporal:  Neste versículo encontramos as palavras «desde o princípio». Quando foi esse «princípio»? No passado eterno e sem data, quando do decreto baixado pelo Pai. Por essa razão é que se lê em

Efésios. 1:4: «...antes da fundação do mundo...»; e em 3:9: «...desde os séculos (passados)...»; e em 1ª Ped. 1:20: «...antes da fundação do mundo...»; e em 2ª Tim. 1:9: «...antes dos tempos eternos...»

 

A ELEIÇÃO É UMA DOUTRINA BÍBLICA e o seu foco não é o indivíduo, mas o grupo, o corpo, a Igreja, formada por todos aqueles que creram em Cristo e permanecerão até o fim.

 

A ELEIÇÃO da Igreja, à luz da Bíblia, é um ato soberano de Deus sem demonstrar preferência (haiéromai) e sem “implicar necessariamente a rejeição do que não é escolhido” (eklégomai).

 

Deus não preferiu salvar uns em detrimento de outros. Ele soberanamente estabeleceu Cristo como a provisão universal de Salvação e estabeleceu ainda que a escolha ou separação dos que serão salvos se dará conforme a união ou não de cada um a Cristo.

 

Ou seja, essa escolha não é baseada em preferências, mas em Cristo. Foi Ele que estabeleceu esse critério, tornando a ELEIÇÃO CONDICIONAL, sendo esta condição: O ESTAR  EM  CRISTO, de maneira que o que se perde não se perde porque foi rejeitado por Deus, mas porque rejeitou a Salvação que lhe foi oferecida gratuitamente por Deus através de Cristo.

 

Seu intermédio: O presente versículo esclarece que a eleição se torna uma realidade vívida por meio da santificação, bem como através da fé na verdade.

 

...pela santificação do Espírito...

 

A salvação é um empreendimento elevado em demasia, para ser realizada pela mera vontade humana.

 

A santificação é um a operação efetuada sobre do homem, nos três aspectos do seu ser: Corpo, alma e espírito (ver I Tes. 5:23). Por esse motivo, requer a reação positiva do homem, através de sua cooperação no sentido de sua própria santificação, por que como diz a Escritura, sem a santificação, ninguém jamais verá Deus. (Heb. 12:14).

 

Fica claro o contraste neste texto:

 

Aqueles que seguem o ANTICRISTO e que depositam a sua confiança em uma mentira nesse período e por conta disto se perderão e aqueles que exercem fé na verdade(Fé em Cristo), sendo a realidade da salvação de todo o homem que Nele crê e como ela é obtida e qual o seu destino, sendo essa a mensagem central do evangelho.

 

O texto diz que Paulo dava graças a Deus por aqueles crentes, que aceitaram o convite divino da ELEIÇÃO, feito a seus leitores através da pregação do evangelho, até à consumação da era vindoura, quando adquiriremos a glória que Cristo possui, e do que ele mesmo participaria, juntamente com aqueles que fossem consagrados a Deus pelo Espírito Santo e que tivessem fé na verdade do evangelho.

 

Arminianos em nenhum momento negam a doutrina da Eleição, já que se trata de uma doutrina fundamental que está presente nas Escrituras, mas nada que faça supor uma tal de ELEIÇÃO INCONDICIONAL, tão propagada por calvinistas.

 

Colaborou:

 

Blog: Oráculos Divinos

Bíblia de Estudo Pentecostal

A Mecânica da Salvação

O NOVO TESTAMENTO INTERPRETADO - VERSÍCULO POR VERSÍCULO -Russell Norman Champlin, Ph. D.

 

Comentários de 1ª e 2ª TESSALONICENSES, Introdução e Comentário por I. Howard Marshall, Professor de Exegese do Novo Testamento, Universidade de Aberdeen, Escócia - SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA E ASSOCIAÇÃO RELIGIOSA EDITORA MUNDO CRISTÃO.


"... sabendo que fui posto para a defesa do Evangelho".
Filipenses 1:17


quarta-feira, 3 de março de 2021

AS OVELHAS PODEM SER ARREBATADAS DA MÃO DE CRISTO ?

 AS OVELHAS PODEM SE PERDER ?

"E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão.
 Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai." (João 10.28,29).

As ovelhas podem ser arrebatadas 
das mãos de Cristo ? 

Bom, a premissa que diz que Deus não quer que ninguém se perca não significa que tal pessoa não irá se perder. 
Jesus também não queria que Jerusalém fosse destruída (Mt.23:37). Ele chegou até a chorar sobre ela (Lc.19:41). Mas ela foi destruída assim mesmo (Mt.23:38).

O texto de João 10:28-29, mais uma vez nos mostra o problema do calvinista, que é enxergar neste texto a impossibilidade de que as próprias pessoas, por livre e espontânea vontade, o abandonem. 

O texto diz que ninguém poderá tirá-las do Pai, mas não fala nada sobre se as próprias pessoas podem ou não deixá-lo. A conclusão de que as próprias pessoas também não podem deixá-lo fica por conta da especulação calvinista e não do texto bíblico. 

O fato de ninguém poder tirar algo da mão de alguém de modo algum implica em este algo não poder fazer nada.

Recorramos a uma analogia por favor

Suponhamos que eu carregue um criança no meu colo e diga a todo mundo que ninguém pode tirá-la de mim. Isso significa que nenhuma outra pessoa pode vir até mim e arrancá-la da minha mão. Por que o meu desejo é que ela fique no meu colo e eu tenho poder suficiente para protegê-la de qualquer mal ou de alguém que tente arrebatá-la de minhas mãos.

Mas isso não significa que eu estou impedindo daquela criança por si mesmo e por livre e espontânea vontade, sair do meu colo. 
Se eu fizesse isso, não estaria cuidando dela, mas dominando-a. 

Deus não é um ditador celestial que impede que seus filhos saiam de seus braços e sim um pai amável que os protege das ameaças externas, mas que respeita a livre decisão de cada filho. (Vide a parábola do Filho Pródigo)

Quando alguém deixa os braços de Cristo, não é porque outra pessoa a arrancou das mãos do Pai, mas porque o próprio indivíduo optou pelo outro caminho. 

É digno de nota que neste mesmo Evangelho de João, poucos capítulos adiante, vemos Jesus dizendo isso:

"Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que, estando em mim, não dá fruto, ele corta; e todo que dá fruto ele poda, para que dê mais fruto ainda. Vocês já estão limpos, pela palavra que lhes tenho falado. Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês. 

Nenhum ramo pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Vocês também não podem dar fruto, se não permanecerem em mim. Eu sou a videira; vocês são os ramos. 

Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma. Se alguém não permanecer em mim, será como o ramo que é jogado fora e seca. Tais ramos são apanhados, lançados ao fogo e queimados. Se vocês permanecerem em mim, e as minhas palavras permanecerem em vocês, pedirão o que quiserem, e lhes será concedido. (João 15:1-7).


CONCLUSÃO

Assim, o próprio Senhor Jesus esclareceu que, embora ninguém de fora possa arrebatar dele as suas ovelhas, as ovelhas podem se separar de Cristo por sua própria conta, não permanecendo nele e sendo por fim queimadas. Como no exemplo do navio, ninguém de outro navio pode entrar no navio de Cristo para tirar à força os crentes que ali estão e lançá-los ao mar, mas os próprios crentes podem por sua própria conta e liberdade se lançarem e se perderem. 

É como disse o pastor Ciro Zibordi:

“Quem quiser pode „navegar‟ em outras „embarcações‟ ou „canoas furadas‟. Contudo, é melhor permanecer no „navio da salvação‟, em Cristo, pois a segurança da salvação é para quem nEle permanecer (Jo 10.28). Ninguém pode arrebatar, raptar, o crente da mão de Jesus, a menos que o próprio crente negue a sua fé, seguindo a falsos doutores (2 Tm 4.1-5)”.



Extraído do livro Calvinismo ou Arminianismo – Quem está com a razão?
Com algumas adaptações.


"...sabendo que fui posto para a defesa o Evangelho".
Filipenses 1:17