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segunda-feira, 24 de outubro de 2022

A SANTIDADE DE DEUS EM LEVÍTICOS

 




Enquanto muitos enfatizam e insistem em ensinar que DEUS ODEIA O PECADOR por causa de passagens isoladas, a  Bíblia ensina que  "O amor é a essência de Deus". Segundo escreveu o teólogo norte-americano Augustus H. Strong: "a santidade é a essência do amor".


Interessante que quando se estuda sobre os ATRIBUTOS DE DEUS, não aprendemos que Deus odeia ninguém. Em nenhum dos seus atributos podemos encontrar o ÓDIO, mas sim o AMOR. Verdade, encontramos JUSTIÇA, mas não ÓDIO, por isso seus atributos agem de forma equânime, de forma harmoniosa.


Por isso o salmista diz no Salmos 89:14 

Justiça e juízo são a base do teu trono; misericórdia e verdade irão adiante do teu rosto.




Por isso uma das maiores declarações de Deus no Antigo Testamento podemos ver no livro do Profeta Sofonias:

"Pois o Eterno, o seu Deus está com vocês, Ele é poderoso e os salvará. Deus ficará contente com vocês e por causa do seu Amor, lhes dará nova vida. 
Ele cantará e se alegrará como se faz num dia de festa".
(Sofonias 3:17)
Tradução Bíblia na Linguagem de Hoje




Porém um AMOR demasiadamente oferecido de maneira suave sem regras, nem reciprocidade, nem seria amor. Um Deus que usasse de demasiada bondade e deixasse o PECADO impune nem seria Deus. Ele faria menos do que exige e reclama a sua Justiça e Santidade. 


Portanto repetimos, já que os calvinistas gostam de enxergar atributos em Deus que não podem ser atribuídos a sua natureza. Talvez devêssemos desenhar ou escrever em braile, por que somente assim cego consegue enxergar. , 



O amor de Deus é um amor santo, pois a Bíblia diz: "Deus é luz" (1 Jo 1:5) e, também: "Deus é amor" (1 Jo 4:8, 16). O amor sem santidade seria algo monstruoso que poderia destruir a lei perfeita de Deus, enquanto a santidade sem amor não daria qualquer esperança ao pecador perdido. 


Os dois encontram-se em perfeito equilíbrio e harmonia dentro da natureza divina e nas obras de Deus.



A palavra hebraica para "santo" que Moisés usou em Levítico significa "aquilo que e separado e marcado, aquilo que e diferente".

  • O sábado era santo, pois Deus o havia separado para seu povo (Ex 16:23).
  • Os sacerdotes eram santos, pois haviam sido separados para ministrar ao Senhor (Lv 21:7,
  • As vestes eram santas, pois não podiam ser reproduzidas para o uso comum (Ex.28:2). 
  • O dizimo que o povo levava ao tabernaculo era santo (Lv 27:30).


Qualquer coisa que Deus declarasse santa devia ser tratada de maneira diferente das coisas comuns

da vida no acampamento hebreu. Na verdade, o acampamento de Israel era santo, pois o Senhor habitava lá com seu povo (Dt 23:14).


Em português, a palavra "santo" vem do latim sanctu, que significa "estabelecido segundo a lei" ou "que se tornou sagrado". O termo "santificação" descreve o processode tornar-se cada vez mais semelhante a Cristo, e "santo" refere-se ao resultado desse processo.


De que modo Deus revela sua santidade?


A religião das nações em Canaã era claramente imoral e envolvia a adoração a ídolos e a prostituição, tanto masculina quanto feminina.


As divindades mitológicas da Grécia e de Roma não eram muito melhores. Por esse motivo, Deus ordenou que seu povo ficasse longe dos altares e dos santuários deles e que se recusasse a aprender seus caminhos (Ex 23:20-33; Dt 7:1-11).


 De diversas maneiras, Deus deixou claro para seu povo que ele era um Deus santo.

 

Em primeiro lugar, deu-lhes uma lei santa, que continha tanto promessas quanto penalidades, sendo que os dez mandamentos são o cerne dessa lei (Ex 20:1-17). 


Os estatutos e ordenanças de Deus governavam a vida diária do povo e diziam-lhe o que era certo e o que era errado, o que era limpo e o que era imundo e quais eram as penalidades para aqueles que desobedecessem deliberadamente.  


No Sinai, Deus revelou sua presença santa. 


"Todo o povo presenciou os trovoes, e os relâmpagos, e o clamor da trombeta, e o monte fumegante; e o povo, observando, se estremeceu e ficou de longe" (Ex 20:18; ver 19:14-25).


Também revelou seu poder e presença santa quando julgou os deuses do Egito(Ex 12:12), quando abriu o mar Vermelho e destruiu o exercito egípcio (Ex. 14:13 - 15:21) e quando realizou feitos miraculosos em favor de Israel no deserto.


Deus é"glorificado em santidade" [e não através do pecado]* (Ex. 15:11), e sua gloria habitava no Santo dos Santos, tanto no tabernáculo (Ex 40:34-38) quanto no templo (1 Rs 8:10). A presença da nuvem de gloria e a coluna de fogo lembravam Israel de que Jeová era um Deus santo e um "fogo consumidor" (Dt 4:24; Hb.12:29). 

*como querem os calvinistas


Na verdade, a própria estrutura do tabernáculo declarava a santidade de Deus: a cerca ao redor da tenda, o altar de bronze em que era derramado o sangue, a bacia em que os sacerdotes lavavam as mãos e os pés e o véu que separava todos, exceto o sumo sacerdote, do Santo dos Santos.



CONCLUSÃO

Todo o sistema sacrificial declarava a Israel que "o salario do pecado e a morte" (Rm 6:23), e que "a alma que pecar, essa morrera" (Ez 18:4). Deus odeia o pecado, mas não o PECADOR pelo fato de amá-los e de desejar perdoá-los, DEUS proveu um substituto para morrer no lugar do pecador. Tudo isso é um retrato do Salvador prometido que entregou sua vida pelos pecados do mundo inteiro.


Diante de um texto tão claro como esse será mesmo que Deus ODEIA O PECADOR ?


Sua ira será derramada durante a grande tribulação contra o homem ímpio e desobediente e contra todos aqueles que após o juízo final forem lançados segundo as suas obras no Lago de Fogo onde sofrerão punição eterna, por que Deus não pode habitar com o pecado. 


Bibliografia

Coméntário Bíblico Expositivo do AT - Volume I - Warren W. Wiersbe, págs, 330, 331


quinta-feira, 1 de setembro de 2022

OS ATRIBUTOS DE DEUS

 



Os atributos de Deus são qualidades atribuídas ao caráter divino de acordo com sua auto revelação e que nos ajudam a entender quem é Deus. Saber quais são os atributos de Deus é muito importante para qualquer cristão verdadeiro.


Além da designação “atributos de Deus”, às vezes a Teologia Sistemática também denomina tal estudo de “qualidades de Deus” ou “perfeições de Deus” de modo que devemos entender todas essas expressões como sendo sinônimas.


Os atributos de Deus descrevem plenamente quem Ele é?


É importante entender que Deus não pode ser explicado ou definido de forma plena e compreensível aos homens. Sob esse aspecto, não se pode expressar o ser de Deus de forma adequada com algum atributo, palavra ou frase, ou seja, mesmo o estudo sobre os atributos de Deus o descreve de forma limitada, pois Deus, em sua plenitude, é completamente incompreensível para nós.


Algo que precisa ser considerado é que conhecemos Deus apenas com base no que Ele resolveu nos revelar. Assim, há muito mais sobre Deus que não conhecemos, ou porque nosso intelecto, nosso ser finito não consegue compreender plenamente um ser infinito, ou porque Ele simplesmente não nos revelou.


No entanto, devemos nos confortar na verdade de que Ele certamente nos revelou tudo o que de fato precisaríamos saber. A revelação de Deus aos homens é tão clara, tanto na criação quanto nas Escrituras, que torna qualquer um que negligencie tal revelação indesculpável (Rm 2).


A importância de se estudar 

os atributos de Deus



Quando estudamos os atributos de Deus, mesmo de forma limitada, podemos vislumbrar o seu caráter, entender um pouco mais sobre quem Ele é e como Ele é, e consequentemente adorá-lo e atribuir-lhe glória de uma forma mais apropriada e consciente.


Os atributos de Deus também nos auxiliam na compreensão da natureza infinita de Deus em relação ao universo. Ele é auto existente, um ser independente e infinitamente exaltado sobre a natureza, e que não sofre nenhum tipo de limitação por ela. Esse aspecto é chamado na teologia de transcendência. Ele não se confunde com a natureza, árvores, montanhas ou seres como ensina o Panteísmo.


Por outro lado, sua presença e seu poder agem ativamente dentro de sua criação, de modo que Ele não é um simples espectador da História, mas é quem controla e conduz todas as obras de suas mãos de acordo com seu propósito. Esse aspecto é chamado na teologia de imanência.


Também entendemos que os atributos de Deus fazem parte da própria essência do seu ser, ou seja, as qualidades de Deus e seu ser são uma coisa só, de modo que cada um de seus atributos é infinito e não conhece nenhum tipo de limitação, ou seja, todos os atributos de Deus atuam de forma harmoniosa. Nenhum de seus atributos está acima um do outro, se complementando ao invés de se excluírem mutuamente.

Um salmo que define bem isso: 


 "Justiça e juízo são a base do teu trono; misericórdia e verdade irão adiante do teu rosto".

Salmos 89:14


A Teontologia divide os atributos de Deus em duas categorias: atributos incomunicáveis e atributos comunicáveis.


Os atributos incomunicáveis, também chamados de atributos não-relacionados, são aqueles que Deus não compartilha com nenhuma criatura, ou seja, são atributos exclusivos dele e Ele não os comunicou a mais ninguém.


Os atributos comunicáveis são aqueles que Deus compartilha, pelo menos em certa medida, com o homem. Os atributos comunicáveis foram impressos na criação da humanidade, e basicamente por isso o homem foi feito à imagem e semelhança de Deus, isto é, porque Deus comunicou a ele alguns de seus atributos, e por portar tais atributos, o homem se parece com Deus em alguns aspectos.


Os atributos incomunicáveis de Deus

Divulgação: https://www.cbnsp.com.br


1- Asseidade: significa que Deus é auto-existente, e não necessita de nada nem ninguém para continuar a existir, ou seja, Ele não depende de ninguém fora de si mesmo para ser o que é. Obviamente a asseidade de Deus está diretamente ligada a sua eternidade (Sl 90:1,2).


2- Eternidade: significa que Deus sempre existiu, Ele não foi criado por ninguém e está acima de qualquer limitação de tempo (Gn 21:33; Sl 90:1,2). Ele não tem começo nem fim, e existe sem sucessão de momentos, ou seja, para Ele não existe passado, presente e futuro, pois seu presente é sempre a própria eternidade.


3- Unidade: significa que Deus é um e que todos os atributos dele estão inclusos em seu ser o tempo todo. A doutrina da Trindade não contradiz esse principio, pois as três Pessoas distintas formam um único Deus, ou seja, sua essência é indivisível (Dt 6:4; Ef 4:6; 1Co 8:6; 1Tm 2:5).


4- Imutabilidade: significa que Deus não muda jamais, ou seja, tanto Seu ser como Suas perfeições não sofrem qualquer alteração, e Ele não muda, de forma alguma, os Seus propósitos e promessas (Tg 1:17). Aqui é importante entender que qualquer tipo de alteração que as Escrituras pareçam sugerir é apenas figuras de linguagem para que nós, humanos, possamos compreender de forma mais didática o relacionamento dele conosco.


5- Infinitude: significa que Deus é infinito em seu ser e não sofre qualquer tipo de limitação. O tempo e o espaço não podem limitá-lo (1Rs 8:27; At 17:24-28). Talvez a qualidade da infinitude seja um dos atributos de Deus que apresenta mais dificuldade de compreensão por parte dos homens. Geralmente os estudiosos entendem que a infinitude de Deus também aparece revelada através de outros atributos, como a onipresença, onisciência, onipotência e a eternidade.


6- Onipresença: significa que Deus não é limitado de nenhuma forma pelo espaço. Sua presença é infinita, de modo que Ele está presente em toda parte com toda plenitude do Seu ser (Sl 139). Saiba mais o que é a onipresença de Deus.


7- Onipotência: significa que Deus possui todo poder, isto é, seu poder é infinito e ilimitado. Deus é soberano e capaz de cumprir todos os Seus propósitos (2Co 6:18; Ap 1:8). Saiba mais o que é a onipotência de Deus.


8- Onisciência: significa que Deus conhece todas as coisas de modo completo e absoluto. Seu conhecimento é infinito e não está sujeito a qualquer limitação. Ele não precisa pedir nenhuma informação, bem como nunca possui dúvidas (Sl 139; 147:4). Saiba mais sobre a onisciência de Deus.


9- Soberania: significa que Deus controla todas as coisas, pois Ele próprio é soberano e supremo sobre tudo e todos. Ele é quem governa o universo e conduz a História segundo os seus propósitos eternos. Também é importante saber que a soberania de Deus não anula a responsabilidade humana, e nem a responsabilidade humana descaracteriza as ações soberanas de Deus (Fp 2:12,13).



Os atributos comunicáveis de Deus




10- Amor: a Bíblia declara explicitamente que “Deus não tem amor, ELE É AMOR” (1Jo 4:8). O amor, como um dos atributos de Deus, deve ser entendido, sobretudo, pelo aspecto do que os escritores do Novo Testamento chamaram de “amor ágape“, isto é, um amor profundo e incondicional, que ao mesmo tempo em que revela grande afeição, também revela cuidado, zelo, correção e abnegação.


O apóstolo Paulo escreveu que o amor de Deus é derramado no coração dos cristãos genuínos (Rm 5:5). Certamente a maior manifestação do amor de Deus foi enviar Jesus, seu Filho, para morrer na cruz pelos pecadores(Rom. 5:8). Esse ato imerecido é designado como graça (Ef 2:4-8). Aqui mais uma vez vale ressaltar que o atributo do amor não anula os atributos da santidade, justiça e retidão, eles agem de forma equânimes.


A própria obra de Cristo no Calvário deixa isso muito bem claro, pois se por um lado vemos seu infinito amor ao enviar seu próprio Filho, por outro vemos que esse ato serviu para satisfazer a sua justiça e santidade. Se Ele fosse mais amor do que justiça, santidade e retidão, Ele poderia ter perdoado os pecadores sem precisar sacrificar seu próprio Filho.


Logo, não existe qualquer base bíblica ou fundamentação lógica para dizer que os demais atributos de Deus estão sujeitos e subordinados ao seu atributo do amor, resultando, na heresia do Universalismo, doutrina que o Arminianismo Clássico não ensina em seus alfarrábios, não passando de injuriosas calúnias proferidas por teólogos do Calvinismo. 


➡️Para o Calvinismo a Soberania de Deus está acima dos demais atributos e é sinônimo de Tirania ou Determinismo, o que não deixa de ser uma desonestidade intelectual já que nenhum dicionário conceituado traça esse paralelo entre SOBERANIA E DETERMINISMO. 


11- Bondade: esse atributo está diretamente ligado ao atributo do amor, enfatizando a benevolência de Deus para com suas criaturas. A bondade de Deus também implica na realidade de que tudo o que Ele faz é essencialmente bom e legítimo, mesmo que o homem não compreenda (2Cr 30:18; Sl 86:5; 100:5; 119:68; At 14:17).


12- Misericórdia: a misericórdia é outro atributo que também está ligado ao atributo do amor, e revela a compaixão e piedade Deus para com os miseráveis e angustiados (Ef 2:4,5). Na verdade, além da misericórdia e bondade, existem várias outras características de Deus que estão relacionadas ao atributo do amor, como por exemplo, a benevolência, a benignidade e a longanimidade.


Através do capítulo 5 da Epístola aos Gálatas, percebemos que muitos dos atributos comunicáveis de Deus são compartilhados com os cristãos através do fruto gerado pelo Espírito Santo.


13- Sabedoria: significa que Deus é infinitamente sábio, de modo que Ele próprio é a fonte da sabedoria. O profeta Daniel entendeu isso ao dizer que “dele são a sabedoria e a força” (Dn 2:20; cf. Jó 12:13; Jó 36:5; Sl 147:5; Is 40:28; Rm 11:33). Além disso, devemos entender que a sabedoria de Deus é completamente superior à sabedoria dos homens (Is 55:8; cf. Jó 28:12-28; Jr 51:15-17).


14- Justiça: significa que Deus é plenamente justo e perfeito em sua retidão. Não há injustiça em Deus, e dele não provém nenhum tipo de desigualdade. Ele sempre é correto, e seus juízos são perfeitos (Sl 11:7; Dn 9:7; At 17:31). Muitos estudiosos também detalham o atributo da justiça em outras características específicas, como a retidão e a equidade.


15- Santidade: significa que Deus é completamente separado do pecado, e totalmente comprometido com sua honra. Ele nunca está relacionado a qualquer coisa impura ou qualquer comportamento indigno (Is 40:25; Hc 1:12; Jo 17:11; Ap 4:8). O atributo da santidade em Deus exige que os pecadores estejam separados dele, a menos que estes sejam justificados pelos méritos de Cristo, sendo feitos nele santo.


16- Veracidade: significa que Deus, e tudo o que provém dele, é necessariamente verdadeiro, infalível e absolutamente confiável (Hb 10:23), de modo que Ele é o próprio Deus verdadeiro (Jo 17:3). O atributo da veracidade também expressa a fidelidade de Deus, ou seja, tudo o que Ele revelou de si mesmo é genuíno, e por ser fiel, Ele nunca fará nada que afronte a sua própria natureza ou contradiga sua palavra.


17- Liberdade: significa que Deus não precisa de nada nem ninguém para fazer o que quer, ou seja, Ele é completamente livre para executar sua vontade (Mt 11:26; cf. Is 40:13,14) de acordo com a perfeição de sua natureza, ou seja, apesar de ser completamente independente e livre, isso não significa que Ele seja livre para pecar, mentir, deixar de ser Deus ou mesmo morrer, pois trais coisas contrariam seu próprio ser.


18- Paz: esse atributo de Deus nos revela que nele próprio, ou em qualquer uma de suas ações, não há nenhum tipo confusão ou desordem. Gideão entendeu essa qualidade de Deus quando declarou “O Senhor é paz” (Jz 6:24).


Conclusão sobre os atributos de Deus   


Essa lista de atributos de Deus não deve ser entendida como uma lista exaustiva, já que se trata de um estudo limitado pela nossa compreensão do ser de Deus, bem como não deve ser considerada uma lista padrão, pois há muitas listas sobre os atributos de Deus, algumas mais completas e detalhadas e outras mais diretas e objetivas.


Infelizmente muita gente que se intitula cristão e não conhece os atributos de Deus acaba criando para si a visão de um tipo de deus que nada tem a ver com o verdadeiro Deus. Que possamos nos atentar para o conselho do nosso Senhor através do profeta Jeremias, e entender que o nosso maior motivo de orgulho deve ser o de conhecê-lo e compreender os seus atributos (Jr 9:23,24).


Sem dúvida, mesmo diante de nossas limitações, estudar sobre quais são os atributos de Deus é algo maravilhoso que nos leva a admirar o seu grandioso amor, a sua esplêndida majestade, e inigualável magnificência e grandiosidade, qualidades e atributos que apenas o Único Deus verdadeiro poderiam possuir. 


Concluo deixando o que escreveu o autor ou autora da epístola aos Hebreus:


"Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno".

 Hebreus 4:16



Todos os direitos reservados ao Prof.  Daniel Conegero, autor do artigo, com acréscimos meus.

Artigo Extraído do site:

https://estiloadoracao.com/atributos-de-deus


quinta-feira, 4 de agosto de 2022

SERIA O CALVINISMO A ÚNICA FORMA DE PENSAMENTO PROTESTANTE?

 



Para reforçar sua posição, e porque muitos cristãos podem ser céticos sobre sinceramente abraçar a alegação de que o Calvinismo é a única forma real de Cristianismo bíblico, os calvinistas insistem que há somente dois esquemas sustentáveis entre os reais cristãos: Calvinismo e Arminianismo. 


O termo Arminianismo é derivado do nome do teólogo holandês James Arminius (1560-1609), maior expoente da Teologia que leva o seu nome.


No entanto, Armínio não inventou o termo, ele certamente se retrairia ante o pensamento de como seu nome tem sido usado desde sua morte. O que veremos neste ensaio, é que o Arminianismo não é limitado às doutrinas de Armínio,  pois de acordo com os calvinistas, o Arminianismo é qualquer coisa contrária ao Calvinismo. 


E sempre é bom lembrar que esta arbitrária divisão de homens em calvinista ou arminiano é a força do sistema calvinista. Visto que a maioria das pessoas conhecem muito pouco sobre Armínio e muitas das informações que eles conhecem vêm de um calvinista, elas hesitam a ser identificadas com ele. Em tom irônico, alguns chegam a achar que o termo Arminianismo tem a ver com quem nasceu na Armênia. 


Por isso, se há somente dois pontos de vista: se você não é um calvinista, então você tem que ser um arminiano. Boettner nos informa: “Deve ser evidente que há apenas duas teorias que podem ser mantidas pelos cristãos evangélicos sobre este importante tema; que todos os homens que têm feito qualquer estudo dele, e que têm alcançado toda as conclusões estabelecidas sobre isto, deve ser ou calvinistas ou arminianos. Não há nenhuma outra posição que um cristão pode tomar.”[1] 


O teólogo presbiteriano William Shedd (1820-1894) insiste que “somente estes dois esquemas gerais de doutrina cristã são logicamente possíveis” e que “no futuro, como foi no passado, todos os crentes evangélicos pertencerão ou a uma divisão dogmática ou a outra.”[2]


Ainda não capaz de convencer os ardentes céticos de que o Calvinismo é o Cristianismo bíblico, o calvinista começa por fazer um contraste desdenhoso entre o Calvinismo e o Arminianismo.


O Calvinismo é a eterna verdade. O Arminianismo tem sempre sido uma mentira inveterada.[3]


É nítido que o Arminianismo é anti-Escritura, mas que o Calvinismo é completamente verdadeiro aos ensinos da Bíblia.[4]


As verdades bíblicas do Calvinismo nunca são tão claras como em oposição às idéias errôneas dos arminianos.[5]


E quais são as “idéias errôneas dos arminianos”? George Curtiss (1835-1898), um arminiano professo do último século, define sua doutrina como:


O Arminianismo ensina que Deus, em Jesus Cristo, fez provisão de forma geral para a salvação de todos aqueles que, pelo arrependimento em direção a Deus e fé em nosso Senhor Jesus Cristo, aceitam os termos, e todos os que dessa forma aceitam são eternamente salvos. Todos os que rebelam contra Deus, e recusam aceitar Jesus nos termos da misericórdia ofertada, morrem sob a ira divina, e são eternamente perdidos.[6]


Mais isto não é bom o suficiente para um calvinista, pois agora “a salvação do homem depende da escolha de seu próprio livre-arbítrio.”[7]


O calvinista, depois, tenta silenciar os céticos por uma série de sutis implicações e insinuações, juntas com evidente equivoco. De novo enfatizamos que arminiana é a designação dada pelos calvinistas a qualquer doutrina que não é calvinista. 

A maioria dessas assim rotuladas não são arminianas de forma alguma. Mas o que faz eles renunciarem o nome para o Calvinismo são declarações chocantes sobre o Arminianismo como estas:


O pensamento do Arminianismo é melhor entendido historicamente como um comprometimento do evangelho da Reforma com o tema humanístico da autonomia da consciência humana fluindo do ensino pagão antigo que tinha sido justamente redescoberto na Renascença.[8]


O último e maior monstro do homem pecador; o elixir do Anti-Cristianismo.[9]


Estas doutrinas são uma perversão da Verdade de Deus e o meio de salvação. Elas não têm nenhum fundamento bíblico.[10]


O Arminianismo é a própria essência do papismo.[11]


O Arminianismo é a praga da igreja e o flagelo da sã doutrina.[12]


O ARMINIANISMO é aquele erro rejeitado que se tornou a heresia mais insidiosamente desenvolvida a reinvindicar suporte bíblico.[13]


Então, para atacar o Arminianismo, ele é descrito como ritualista, efêmero, aristocrático, desfavorável à liberdade civil, estimulador de casta, e auspicioso para os ricos.[14].


Quem ousaria declarar-se arminiano diante de declarações como estas? 


Assim, se há somente dois sistemas, então é aparente que a maioria dos homens que desejam parecer ortodoxos declararia ser calvinista.


Além destes contrastes com o Calvinismo e os ataques gerais contra o Arminianismo, os calvinistas, além disto, mal representam seus oponentes por uma outra forma de indução ao erro: culpa por associação. Este argumento vai além do que simplesmente designar seus oponentes como arminianos, pois uma vez que esta ligação é feita, os arminianos são classificados com tudo nesse mundo que é herético ou não é ortodoxo. N. S. McFetridge (1842-1886) associa o Arminianismo com as heresias do Arianismo, Socinianismo, e Unitarianismo.[15].


Gordon Clark (1902-1986) coloca arminianos e católicos romanos juntos, como se eles fossem sistemas cognatos.[16].


George Whitefield (1714-1770) classifica os arminianos com os arianos, deístas, infiéis, e socinianos.[17].


 A associação mais injuriosa é aquela da antiga heresia do Pelagianismo. Duane Spencer (1920-1981) nos informa que:


 “O Arminianismo nada mais é do que um refinamento do Pelagianismo,”[18] enquanto outros moderadamente somente emprega o termo “Semi-Pelagianismo” nos ataques contra o Arminianismo.[19].


A significância do Pelagianismo para um estudo do Calvinismo e Arminianismo ao examinada, revela que o Arminianismo não tem nada de Pelagianismo ou semi, como injuriosamente nos caluniam os desonestos calvinistas.


O quarto pilar na tentativa dos calvinistas denegrirem o Arminianismo é a implicação que os Arminianos acreditam na salvação pelas obras. 


Isto é estabelecido utilizando de uma completa gama de associações heréticas. Visto que há supostamente apenas dois grupos de cristãos: se você não é um calvinista, então você é um arminiano. 


Ou, se você é um arminiano, então você está inserido em uma combinação de Socinianismo, Romanismo, e Unitarianismo, que por sua vez são baseados no Pelagianismo; por isso: você acredita na salvação pelas obras. 


Então, não estando ligado ao Calvinismo significa que você é o assunto das seguintes opiniões:


O Arminianismo ensina salvação principalmente pela graça, mas não totalmente pela graça.[20]


O Arminianismo é por necessidade sinérgico, em que compreende que a salvação é um esforço conjunto e mútuo entre ambos, Deus e o homem.[21]


Assim, a própria salvação dos “arminianos” é questionada:


A salvação como os Arminianos descrevem é incerta, precária e duvidosa.[22]


Acredito que alguns arminianos talvez sejam cristãos nascidos de novo.[23]


Em nenhuma outra parte, a dicotomia calvinista/arminiano é mais pronunciada do que em referência à salvação:


Um faz a salvação depender da obra de Deus, o outro da obra do homem; um considera a fé como parte do dom de Deus da salvação, o outro como a própria contribuição do homem para a salvação; um dá toda a glória da salvação dos crentes a Deus, a outra divide o louvor entre Deus, quem, por assim dizer, construiu o mecanismo de salvação, e o homem, quem, crendo, operou este mecanismo.[24]


Há na realidade somente dois tipos de pensamento religioso. Há a religião da fé, e há a religião das obras. Cremos que o que tem sido conhecido na igreja cristã como Calvinismo é a personificação mais pura e mais consistente da religião da Fé, enquanto o que tem sido conhecido como Arminianismo tem sido diluído a um grau perigoso pela religião das obras.[25]


O calvinista sustenta que somente no Calvinismo podemos encontrar o ensino da salvação pela graça, monopolizando assim um ato salvífico conquistado por Cristo no Calvário.


O Calvinismo é a moldagem da alma inteiramente pela livre graça de Deus apenas, a quem somente pertence a salvação.[26]


A doutrina que homens são salvos somente através do amor e graça imerecidos de Deus encontra sua completa e honesta expressão somente nas doutrinas do Calvinismo.[27]


Por isso, não é o Calvinismo mas o Arminianismo que “se mostra como o evangelho de Cristo, mas na realidade é ‘um outro evangelho.’”[28].


Esta é uma alegação séria, pois como Paulo escreveu aos Gálatas: “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além do que já vos pregamos, seja anátema.” (Gl 1.8). 


Manter que somente no Calvinismo pode o ensino da salvação pela GRAÇA ser encontrado é acusar qualquer um que não é calvinista de acreditar na salvação pelas obras. 


Esta acusação, por si mesma, é muitas vezes suficiente para fazer homens se tornarem calvinistas que de outra forma não admitiriam qualquer título.


Outra vez, nunca é demais lembrar que esta arbitrária divisão de homens entre calvinistas ou arminianos é a força do sistema calvinista. A esse respeito as armas do Calvinismo são a ignorância, a intimidação e bravatas. 


Quando tudo contrário ao Calvinismo é rotulado Arminianismo, e o Arminianismo é apresentado da pior forma possível, não é de se admirar que tantos homens têm se declarados calvinistas. Muitos pensam que eles são calvinistas porque eles aderem à doutrina da segurança eterna. Outros que aceitam o termo são assim pois acreditam na salvação pela graça e na completa ruína do homem na queda. Muitos somente sabem que não são arminianos e tomam o nome de Calvino como padrão. 


Enquanto os calvinistas desprezam Armínio e o identificam com todo o mal possível, o nome de seu temido adversário deve ser persistentemente invocado. John Goodwin (1593-1665) disse com propriedade sobre os calvinistas:


A necessidade e força daqueles dogmas ou doutrinas, apelidados Arminianos, é tão imenso para o favorecimento e a promoção dos temas do Cristianismo, que mesmo aquelas pessoas que obtêm uma boa parte de sua subsistência no mundo por desprezá-los, e declamarem contra eles, mas não podem lucrar com sua profissão, não são capazes de continuar seu trabalho de pregar, com qualquer satisfação tolerável daqueles que os escutam, sem empregá-los e declará-los freqüentemente.[29]


É claramente evidente que sem o nome de Armínio para usar como um epíteto da condenação, os calvinistas teriam maiores problemas para convencer as pessoas a juntarem-se a eles.


Ou seja, uma análise criteriosa e honesta da Teologia Arminiana provará que as acusações acima são infundadas e não resistem às verdades dos fatos. 


 REFERÊNCIAS


[1]. Boettner, Predestination, p. 333.


[2] William G. T. Shedd, Calvinism: Pure and Mixed (Edinburgh: The Banner of Truth Trust, 1986), p. 149.


[3] Robert C. Harbach, Calvinism the Truth (Grand Rapids: First Protestant Reformed Church, 1984), p. 3.


[4] Gordon H. Clark, Predestination (Phillipsburg: Presbyterian and Reformed Publishing Co., 1987), p. 144.


[5] Palmer, p. 26.


[6] George L. Curtiss, Arminianism in History (Cincinnati: Cranston & Curts, 1894), p. 10.


[7] David J. Engelsma, Hyper-Calvinism and the Call of the Gospel (Grand Rapids: Reformed Free Publishing Association, 1980), p. 7.


[8] R. K. McGregor Wright, No Place for Sovereignty (Downers Grove: InterVarsity Press, 1996), p. 90.


[9] Alexander Leighton, citado em Christopher Ness, An Antidote Against Arminianism (Huntington: Paragon Printing Co., 1982), p. 2.


[10] William MacLean, Arminianism: Another Gospel (Pensacola: Chapel Library, 1976), p. 5.


[11] Ibid.


[12] Herman Hanko, God’s Everlasting Covenant of Grace (Grand Rapids: Reformed Free Publishing Association, 1988), p. 16.


[13] Harbach, p. 3.


[14] N. S. McFetridge, Calvinism in History (Edmonton: Still Waters Revival Books, 1989), pp. 6-10.


[15] Ibid., p. 5.


[16] Clark, Predestination, p. 127.


[17] George Whitefield, Letter to John Wesley on Electon (Canton: Free Grace Publications, 1977), p. 15.


[18] Duane Edward Spencer, TULIP: The Five Points of Calvinism in the Light of Scripture (Grand Rapids: Baker Book House, 1979), p. 65.


[19] Grover E. Gunn, The Doctrines of Grace (Memphis: Footstool Publications, 1987), p. 3; Richard A. Muller, “Grace, Election, and Contingent Choice: Arminius’s Gambit and the Reformed Response”, em Schreiner e Ware, eds., The Grace of God, the Bondage of the Will, p. 277.


[20] Gunn, p. 3.


[21] Storms, Chosen for Life, p. 30.


[22] Clark, Predestination, p. 95.


[23] Palmer, p. 26.


[24] J. I. Packer, Introductory Essay to John Owen’s The Death of Death in the Death of Christ (Pensacola: Chapel Library, n.d.), pp. 6-7.


[25] Boettner, Reformed Faith, p. 1.


[26] Warfield, Calvin, p. 500.


[27] Boettner, Predestination, p. 95.


[28] MacLean, p. 5.


[29] James Arminius, The Works of James Arminius, trad. James Nichols e William Nichols (Grand Rapids: Baker Book House, 1986), vol. 1, p. 1.


Pelo Prof. Laurence Vance


Extraído do app CACP RESPONDE