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segunda-feira, 20 de junho de 2022

Como Deus, sendo bom, poderia enviar um espírito maligno a Saul?

 

Divulgação: https://apologetica.net.br/2010/07/22/deus-mau-antigo-testamento/


O texto de 1º SAMUEL 18:10 é um prato cheio para calvinistas usarem de seus malabarismos teológicos para tentar fundamentar suas teorias de que DEUS DECRETA O PECADO. Diante disto surge a pergunta:  Como Deus, sendo bom, poderia enviar um espírito maligno a Saul?


PROBLEMA: De acordo com esta passagem, "um espírito maligno" ("Atormentador" — BV) veio sobre Saul, que entrava numa "crise de raiva em sua casa", e então procurava matar Davi com sua lança. Entretanto, o versículo afirma claramente que o espírito tinha vindo "da parte de Deus". Como um Deus bom poderia enviar um espírito maligno para atormentar Saul?


SOLUÇÃO: Por ser Deus absolutamente soberano, as ações de qualquer espírito maligno estariam sujeitas à autoridade dele. Portanto, foi sob a permissão sua que o espírito atormentou Saul. Este havia rejeitado a Deus, e o Senhor o rejeitara como rei. Deus tinha uma razão especial para permitir que aquele espírito incitasse a agir contra Davi. 


Ao tentar matá-lo, o rei percebeu que o Senhor estava com Davi. Por fazê-lo ir à guerra contra os filisteus, Saul inadvertidamente fez com que a popularidade de Davi crescesse entre o povo, o que apressou sua própria queda. O envio do espírito maligno sobre Saul é semelhante ao caso de Jó, em que Deus permitiu que Satanás fosse afligi-lo com todos aqueles males. O Senhor permite o mal, mas sempre o usa para realizar seus bons propósitos.


 (Comentários de 1º Reis 22:22)




1º REIS 22:22 - Como Deus poderia usar "espíritos mentirosos" para fazer sua vontade se ele proíbe a mentira?


PROBLEMA: As Escrituras ensinam que "Deus é a verdade" (Dt 32:4, SBTB) e que "é impossível que Deus minta" (Hb 6:18). Ainda, Deus nos ordena a não mentir (Êx 20:16), e ele punirá com severidade aqueles que forem mentirosos (Ap. 21:8). 


Contudo, apesar de tudo isso, nesta passagem Deus é apresentado como aquele que recruta um espírito de mentira para seduzir o rei Acabe a selar o seu próprio destino. 

O texto diz: 


"Eis que o Senhor pôs o espírito mentiroso na boca de todos estes teus profetas" (1 Rs 22:23).


SOLUÇÃO: Vários fatores devem ser considerados para entendermos esta situação.


Primeiro, trata-se de uma visão. Como tal, é uma visão de uma cena no céu, que procura explicar a autoridade soberana de Deus com imagens de sua posição como rei. 


Segundo, toda a encenação disso representa Deus com a ampla autoridade que ele possui, de forma que até mesmo os espíritos malignos aparecem como estando sujeitos ao controle final de Deus. 


Terceiro, o Deus da Bíblia, em contraste com os deuses das religiões pagãs, soberanamente está no controle de todas as coisas, inclusive das forças malignas que ele usa para realizar os seus bons propósitos (cf. Jó 1-3). 


Quarto, a Bíblia às vezes fala de Deus "endurecer" o coração das pessoas (veja os comentários de Romanos 9:17) ou ainda de enviar-lhes a "operação do erro, para darem crédito à mentira" (2 Ts 2:11).


Entretanto, examinando com mais cuidado o texto, descobrimos que Deus agiu assim somente nas pessoas que por si mesmas tinham endurecido o seu coração (Êx 8:15) e que não haviam dado "crédito à verdade" (2 Ts 2:12).


Para resumir, Deus não está aprovando a mentira. Ele simplesmente a está utilizando para cumprir seus propósitos. Deus não está promovendo a mentira, mas permitindo que ela venha trazer juízo sobre o mal. Isso significa que o Senhor, visando os seus propósitos de justiça, permitiu que Acabe fosse enganado por um espírito maligno, por meio do qual Deus sabia, segundo a sua onisciência, que a sua soberana e boa vontade acabaria sendo realizada.


O problema no Calvinismo é que Deus não determina o sofrimento em algumas ocasiões específicas com um fim específico de crescimento espiritual na vida de algum cristão, nem executa seus juízos – que podem incluir sofrimento, como foi no Egito com as dez pragas – senão de forma banal e incondicional, onde todo o mal no mundo nada mais é senão o decreto divino em ação.


Nas ocasiões em que Deus executa os seus juízos, isso não inclui o pecado. 


O QUE A BÍBLIA DIZ ?

O salmista diz:


"Porque tu não és um Deus que tenha prazer na iniquidade, nem contigo habitará o mal".

(Salmos 5:4)


No livro do patriarca Jó lemos que a Bíblia de Jerusalém verte o seguinte:


"Escutai-me homens sensatos. Longe de Deus o mal, de Shaddai a iniquidade". 
(Jó 34:10)


"Portanto vós, homens de entendimento, escutai-me: Longe de Deus esteja o praticar a maldade e do Todo-Poderoso o cometer a perversidade!"
(Jó 34:10-ACF)

"Pelo que vós, homens sensatos, escutai-me: longe de Deus o praticar ele a perversidade, e do Todo-Poderoso o cometer injustiça".
(Jó 34:10 - ARA)


“Teus olhos são tão puros, que não suportam ver o mal; não podes tolerar a maldade. Por que toleras então esses perversos? Por que ficas calado enquanto os ímpios engolem os que são mais justos do que eles?” 

(Habacuque 1:13)


CONCLUSÃO


Deus nunca, em hipótese alguma, de nenhum modo concebível, pode determinar uma coisa como um estupro de um infante por um pecado deste infante ou de seus pais. Deus não tem nenhuma parte com o pecado. Quando Deus executa os seus juízos, ele nunca usa um pecado para este fim. Deus não justifica os fins pelos meios. Ele não peca para depois ensinar santidade. Ele não determina todo o pecado que há no mundo para depois dizer para não pecar.


POR FIM A FRASE DE ARMÍNIO


As obras de Armínio, vol. III, pág 611, 612.


Referências

1. MANUAL POPULAR de Dúvidas, Enigmas e "Contradições"

da Bíblia, por Norman Geisler - Thomas Howe


2. Calvinismo e Arminianismo - Quem está com a razão ?



"...sabendo que fui posto para a defesa do Evangelho".

Filipenses 1:17