RESPONDENDO AS
OBJEÇÕES CALVINISTAS
1. Qualquer outra visão da soberania de Deus que não seja a visão
calvinista diminui a glória de Deus; apenas “as doutrinas da graça”
honram e sustentam plenamente a glória de Deus.
RESPOSTA
Tudo depende do significado de “Glória de Deus”. Se ele significa poder, então talvez a afirmação esteja correta. Mas o poder não é glorioso
exceto quando guiado pela bondade e amor. Hitler era poderoso, mas
obviamente, não glorioso.
Jesus Cristo revelou Deus como “nosso Pai”
e, portanto, como bondoso e amoroso. Na verdade, o Calvinismo rígido
(TULIP), erroneamente rotulado como “as doutrinas da graça” pelos
calvinistas, diminui a glória de Deus ao representá-lo como perverso
e arbitrário. Além do mais, se o Calvinismo estiver correto, nada pode
“diminuir a glória de Deus”, pois Deus preordenou tudo para a sua glória.
2. As teologias não calvinistas da salvação, tal como o Arminianismo,
tornam a salvação dependente das boas obras, pois a decisão do pecador de aceitar a Cristo torna-se o fator decisivo em sua salvação.
RESPOSTA
Parece mais o caso que o Calvinismo torna a salvação dependente das
boas obras ou de algo bom acerca das pessoas eleitas para a salvação,
senão, como é que Deus as escolhe dentre a massa de pessoas destinadas ao inferno? Ou é algo que Deus vê nessas pessoas senão a escolha de
Deus destas pessoas é arbitrária e caprichosa.
Além do mais, a teologia Arminiana não torna a salvação dependente das boas obras; toda a
“obra” de salvação é de Deus. O pecador é capacitado a se arrepender
e a crer pela graça preveniente de Deus e a mera decisão de aceitar a
salvação de Deus não é uma boa obra; ela é simplesmente a aceitação
de um dom da graça. Em caso nenhum a aceitação de um presente é
considerada o “fator decisivo” para que o presente seja usufruído.
3. Apenas o Calvinismo pode explicar como Deus garantiu que Cristo morreria sua morte expiatória na cruz. A menos que Deus tenha
preordenado que certos homens pecadores o crucificariam, Deus não
poderia ter assegurado a crucificação.
RESPOSTA
Supor isso é totalmente desnecessário. Certamente que Deus, em sua
sabedoria e poder, pode garantir que certo evento aconteça sem precisar
manipular certas pessoas para que pequem. Sim, Deus preordenou a
cruz de Cristo, mas Ele não fez com que certos homens (ou “garantiu”
que eles) pecassem. Uma alternativa é a de que, no momento certo,
Jesus Cristo entrou em Jerusalém em sua “entrada triunfal”, sabendo que
isso provocaria sua crucificação. Não havia necessidade de manipular
certos indivíduos para que pecassem.
4. A menos que o Calvinismo seja verdadeiro, não podemos confiar
que a Bíblia seja inerrante. A Bíblia só pode ser a Palavra de Deus
caso Deus tenha anulado o livre-arbítrio do autor.
RESPOSTA
Nem o Arminianismo ou quaisquer teologias não calvinistas dizem
que Deus jamais anula o livre-arbítrio de uma pessoa. O que elas dizem
é que Deus jamais preordena ou torna certo o pecado ou a escolha de
aceitar a graça de Deus. Deus faz pressão nas pessoas para que façam
o bem, incluindo receber a Cristo, mas jamais as influencia para que
façam o mal ou anula o livre-arbítrio na questão da salvação.
5. Só o Calvinismo pode
explicar a soberania de Deus sobre a natureza e história; a menos que Deus
preordene e controle cada evento, até os mínimos detalhes da existência e até
cada pensamento e intenção da mente e coração, Deus não pode ser
soberano.
RESPOSTA
RESPOSTA
Este não é o significado de “soberania” em nenhum contexto humano. Uma pessoa soberana está no comando, mas não no controle do
que acontece em seu domínio. Deus pode guiar o curso da natureza e
história para seu objetivo planejado e garantir que a natureza e história
cheguem ao fim desejado sem controlar tudo.
Deus é como o mestre
de xadrez que sabe como responder a cada jogada que seu oponente
faz. Não há perigo de que a vontade final divina não seja feita. Na verdade, o calvinismo não consegue explicar a Oração do Pai Nosso que
nos ensina a orar “seja feita sua vontade, assim na terra como no céu”,
que sugere que a vontade de Deus não é sempre realizada na terra. De
acordo com o calvinismo, ela é!
6. Só o Calvinismo pode explicar passagens tais com o Romanos 9, que
diz que Deus tem misericórdia de quem ele quer ter misericórdia.
RESPOSTA
Vista de maneira descontextualizada de todo o livro de Romanos,
o capítulo 9 pode parecer apresentar um problema para a crença no
livre-arbítrio. Todavia, a interpretação calvinista, que ensina a escolha
incondicional e até arbitrária de pessoas, por parte de Deus, de sorte
que algumas são salvas e outras condenadas, jamais foi ouvida antes
de Agostinho, e isso no século V. Toda a patrística grega interpretava
Romanos 9 de maneira diferente.
Uma interpretação alternativa perfeitamente sensata diz que a passagem de Romano 9 não está se referindo
à indivíduos ou à salvação pessoal, mas à grupos e ao serviço. Deus é
soberano em escolher Israel e então a igreja gentia para que cumpram
seus respectivos papeis em seu plano de redenção
7. A teologia reformada, Calvinismo, é a única base para a teologia
cristã bíblica ortodoxa. Todas as demais abordagens, tal com o Arminianismo, uma teologia centrada no homem, levam inevitavelmente
à teologia liberal.
RESPOSTA
O Arminianismo não é uma “teologia centrada no homem”, mas uma
teologia centrada em Deus. Ele é movido total e exclusivamente por uma
visão da bondade e amor incondicionais de Deus. A principal razão pela
qual os Arminianos e outros não calvinistas acreditam no livre-arbítrio é
para preservar e proteger a bondade de Deus de maneira a não fazer dele
o autor do pecado e do mal. O Calvinismo dificulta traçar uma diferença
entre Deus e o diabo, exceto no sentido de que o diabo quer que todos
vão para o inferno e Deus quer que alguns vão para o inferno. [ênfase minha].
A teologia Arminiana não leva à teologia liberal. Na verdade, o Calvinismo leva. Friedrich Schleiermacher, o pai da teologia liberal moderna, era calvinista!
Ele jamais sequer considerou o Arminianismo; ele foi do calvinismo rígido e conservador direto para o universalismo enquanto que manteve a
providência meticulosa divina até mesmo sobre o pecado.
A maioria dos
teólogos liberais do século XIX eram ex-calvinistas que vieram a abominar
sua visão de Deus e desenvolveram a teologia liberal sem qualquer ajuda
do Arminianismo Clássico. O Arminianismo clássico foi preservado por
muitos fundamentalistas, cristãos pentecostais, de movimentos de santidade e batistas livres, nenhum dos quais podendo ser considerados liberais.
8. Deus tem o direito de fazer o que quiser com suas criaturas e, principalmente, com os pecadores que merecem a condenação. Sua bondade
é mostrada em seu resgate misericordioso de alguns pecadores; ele não
deve nada a ninguém . As pessoas que Ele ignora merecem o inferno.
RESPOSTA
Enquanto pode ser verdadeiro que todos mereçam o inferno, embora
até mesmo muitos calvinistas hesitem em dizer isso acerca das crianças,
Deus é um Deus de amor que genuinamente deseja que todas as pessoas sejam salvas, conforme o Novo Testamento claramente testifica em 1ª Timóteo 2.4: “que deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem
ao conhecimento da verdade”.
Não há como fugir do fato de que “todos
os homens” signifique todas as pessoas, sem exceção. A questão não é
imparcialidade, mas amor. Um Deus que poderia salvar a todos porque
ele sempre salva incondicionalmente, mas escolhe salvar apenas alguns
não seria um Deus bom ou amável. Ele certamente não seria o Deus de
1 Timóteo 2.4 e de passagens semelhantes.
9. Se Deus conhece de antemão o que acontecerá no mundo que Ele
irá criar, incluindo a Queda e todas as suas consequências, isto é o
mesmo que preordenar tudo, incluindo o pecado e o mal.
RESPOSTA
Deus conhece previamente porque algo vai acontecer; Ele não conhece previamente porque Ele preordena. Em outras palavras, de acordo com
a Escritura, tradição e a razão, o pecado de Adão é o que fez com que
Deus o conhecesse. Deus não previu o pecado de Adão e então decidiu
criar o mundo no qual Adão pecaria. A diferença jaz na intenção de Deus.
O Calvinista deve acreditar que Deus teve por intenção que Adão pecasse
e tornou o pecado certo, fazendo de Deus o autor do pecado. Arminianos
e outros não calvinistas acreditam que Deus jamais teve por intenção
que Adão pecasse ainda que soubesse que isso aconteceria. O pecado
não foi sua vontade. O Calvinismo faz do pecado a vontade de Deus.
10. Teologias não calvinistas minimizam a segurança e a confiança
da salvação porque elas tornam a salvação dependente das decisões
humanas. Só o Calvinismo proporciona conforto e segurança, pois ele
diz que tudo é de Deus, incluindo os dons de arrependimento e fé.
RESPOSTA
Na verdade, o Calvinismo enfraquece o conforto e a segurança ao tornar
Deus arbitrário e moralmente ambíguo. Um Deus que predestinaria muitas
pessoas ao inferno quando poderia salvá-las, uma vez que sua escolha sempre é incondicional, não é confiável. E mais, como que as pessoas
podem saber, com certeza, que são eleitas? Muitos Calvinistas duvidaram
de suas eleições.
Os Calvinistas falam de “sinais de graça” que provam
que alguém é eleito, mas e se a pessoa não tiver certeza ou não mostrar
sinais de graça suficientes? O Calvinismo não proporciona mais conforto
e segurança do que o Arminianismo ou teologias não calvinistas que garantem que as pessoas são salvas se confiarem unicamente em Cristo.
11. As teologias não calvinistas, tal como o Arminianismo, acreditam
que o livre-arbítrio libertário, crença de que decisões e ações livres
simplesmente não vêm de lugar nenhum , seja impossível. O Calvinismo e outras teologias, assim com o muitos filósofos, sabem que o
“livre-arbítrio” simplesmente significa fazer o que você quer fazer e as
pessoas sempre são controladas por seu s motivos mais fortes, então,
ser capaz de fazer o contrário - livre-arbítrio libertário, é um a ilusão.
RESPOSTA
Se “livre-arbítrio" só significa fazer o que você quer fazer ainda que
não possa fazer o contrário, como é que alguém é responsável por aquilo que faz? Se um assassino, por exemplo, não pode fazer outra coisa
senão matar, então um juiz ou um júri deve declará-lo inocente - talvez
por razão de insanidade. A responsabilidade moral, prestação de contas e a culpa dependem da habilidade de fazer o contrário - liberdade
libertária. A visão Calvinista de “livre-arbítrio” não é, de fato, livre, de
maneira nenhuma.
Outrossim, se não existe tal coisa como o livre-arbítrio libertário,
então Deus também não o tem, e isso faz com que criação de Deus do
mundo seja necessária e não escolhida livremente, neste caso, não pela
graça, mas pela necessidade. A visão Calvinista de “livre-arbítrio” rouba
tanto a habilidade de Deus quanto a das pessoas de fazerem o contrário
e, consequentemente, suas ações e decisões não são louváveis e nem
culpáveis.
O que é, é, e o que será, será. Isso caminha na contramão
de nossos instintos e intuições acerca da responsabilidade moral e a
liberdade transcendente de Deus de criar ou não criar.
12. Deus não tem obrigação alguma de estender a sua graça para aqueles que Ele predestinou ao julgamento eterno.
RESPOSTA
Claro, Deus não está debaixo de obrigação alguma a homem algum , por coisa alguma. Entretanto a GRAÇA e MISERICÓRDIA não fluem da obrigação, mas do Amor de Deus. A perfeita santidade e a justiça de Deus não são comprometidas nesse processo.
Extraído do Livro
"Contra o Calvinismo" - Roger Olson - Editora Reflexão -
Apêndice 2 - "Respostas às alegações calvinistas", pág 291 à 300 ( Acréscimo pessoal da objeção nº 12).
"sabendo que fui posto para a defesa do Evangelho".
Filipenses 1:17
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