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sábado, 6 de junho de 2020

Respostas às alegações Calvinistas

RESPONDENDO AS 
OBJEÇÕES CALVINISTAS 


1. Qualquer outra visão da soberania de Deus que não seja a visão calvinista diminui a glória de Deus; apenas “as doutrinas da graça” honram e sustentam plenamente a glória de Deus.

RESPOSTA

Tudo depende do significado de “Glória de Deus”. Se ele significa poder, então talvez a afirmação esteja correta. Mas o poder não é glorioso exceto quando guiado pela bondade e amor. Hitler era poderoso, mas obviamente, não glorioso. 

Jesus Cristo revelou Deus como “nosso Pai” e, portanto, como bondoso e amoroso. Na verdade, o Calvinismo rígido (TULIP), erroneamente rotulado como “as doutrinas da graça” pelos calvinistas, diminui a glória de Deus ao representá-lo como perverso e arbitrário. Além do mais, se o Calvinismo estiver correto, nada pode “diminuir a glória de Deus”, pois Deus preordenou tudo para a sua glória. 


2. As teologias não calvinistas da salvação, tal como o Arminianismo, tornam a salvação dependente das boas obras, pois a decisão do pecador de aceitar a Cristo torna-se o fator decisivo em sua salvação.

RESPOSTA

Parece mais o caso que o Calvinismo torna a salvação dependente das boas obras ou de algo bom acerca das pessoas eleitas para a salvação, senão, como é que Deus as escolhe dentre a massa de pessoas destinadas ao inferno? Ou é algo que Deus vê nessas pessoas senão a escolha de Deus destas pessoas é arbitrária e caprichosa. 

Além do mais, a teologia Arminiana não torna a salvação dependente das boas obras; toda a “obra” de salvação é de Deus. O pecador é capacitado a se arrepender e a crer pela graça preveniente de Deus e a mera decisão de aceitar a salvação de Deus não é uma boa obra; ela é simplesmente a aceitação de um dom da graça. Em caso nenhum a aceitação de um presente é considerada o “fator decisivo” para que o presente seja usufruído.


3. Apenas o Calvinismo pode explicar como Deus garantiu que Cristo morreria sua morte expiatória na cruz. A menos que Deus tenha preordenado que certos homens pecadores o crucificariam, Deus não poderia ter assegurado a crucificação.

RESPOSTA

Supor isso é totalmente desnecessário. Certamente que Deus, em sua sabedoria e poder, pode garantir que certo evento aconteça sem precisar manipular certas pessoas para que pequem. Sim, Deus preordenou a cruz de Cristo, mas Ele não fez com que certos homens (ou “garantiu” que eles) pecassem. Uma alternativa é a de que, no momento certo, Jesus Cristo entrou em Jerusalém em sua “entrada triunfal”, sabendo que isso provocaria sua crucificação. Não havia necessidade de manipular certos indivíduos para que pecassem.


4. A menos que o Calvinismo seja verdadeiro, não podemos confiar que a Bíblia seja inerrante. A Bíblia só pode ser a Palavra de Deus caso Deus tenha anulado o livre-arbítrio do autor.

RESPOSTA

Nem o Arminianismo ou quaisquer teologias não calvinistas dizem que Deus jamais anula o livre-arbítrio de uma pessoa. O que elas dizem é que Deus jamais preordena ou torna certo o pecado ou a escolha de aceitar a graça de Deus. Deus faz pressão nas pessoas para que façam o bem, incluindo receber a Cristo, mas jamais as influencia para que façam o mal ou anula o livre-arbítrio na questão da salvação.



5. Só o Calvinismo pode explicar a soberania de Deus sobre a natureza e história; a menos que Deus preordene e controle cada evento, até os mínimos detalhes da existência e até cada pensamento e intenção da mente e coração, Deus não pode ser soberano. 

RESPOSTA

Este não é o significado de “soberania” em nenhum contexto humano. Uma pessoa soberana está no comando, mas não no controle do que acontece em seu domínio. Deus pode guiar o curso da natureza e história para seu objetivo planejado e garantir que a natureza e história cheguem ao fim desejado sem controlar tudo. 

Deus é como o mestre de xadrez que sabe como responder a cada jogada que seu oponente faz. Não há perigo de que a vontade final divina não seja feita. Na verdade, o calvinismo não consegue explicar a Oração do Pai Nosso que nos ensina a orar “seja feita sua vontade, assim na terra como no céu”, que sugere que a vontade de Deus não é sempre realizada na terra. De acordo com o calvinismo, ela é! 


6. Só o Calvinismo pode explicar passagens tais com o Romanos 9, que diz que Deus tem misericórdia de quem ele quer ter misericórdia. 

RESPOSTA

Vista de maneira descontextualizada de todo o livro de Romanos, o capítulo 9 pode parecer apresentar um problema para a crença no livre-arbítrio. Todavia, a interpretação calvinista, que ensina a escolha incondicional e até arbitrária de pessoas, por parte de Deus, de sorte que algumas são salvas e outras condenadas, jamais foi ouvida antes de Agostinho, e isso no século V. Toda a patrística grega interpretava Romanos 9 de maneira diferente. 

Uma interpretação alternativa perfeitamente sensata diz que a passagem de Romano 9 não está se referindo à indivíduos ou à salvação pessoal, mas à grupos e ao serviço. Deus é soberano em escolher Israel e então a igreja gentia para que cumpram seus respectivos papeis em seu plano de redenção


7. A teologia reformada, Calvinismo, é a única base para a teologia cristã bíblica ortodoxa. Todas as demais abordagens, tal com o Arminianismo, uma teologia centrada no homem, levam inevitavelmente à teologia liberal.

RESPOSTA

Arminianismo não é uma “teologia centrada no homem”, mas uma teologia centrada em Deus. Ele é movido total e exclusivamente por uma visão da bondade e amor incondicionais de Deus. A principal razão pela qual os Arminianos e outros não calvinistas acreditam no livre-arbítrio é para preservar e proteger a bondade de Deus de maneira a não fazer dele o autor do pecado e do mal. Calvinismo dificulta traçar uma diferença entre Deus e o diabo, exceto no sentido de que o diabo quer que todos vão para o inferno e Deus quer que alguns vão para o inferno. [ênfase minha].

A teologia Arminiana não leva à teologia liberal. Na verdade, o Calvinismo leva. Friedrich Schleiermacher, o pai da teologia liberal moderna, era calvinista! Ele jamais sequer considerou o Arminianismo; ele foi do calvinismo rígido e conservador direto para o universalismo enquanto que manteve a providência meticulosa divina até mesmo sobre o pecado. 

A maioria dos teólogos liberais do século XIX eram ex-calvinistas que vieram a abominar sua visão de Deus e desenvolveram a teologia liberal sem qualquer ajuda do Arminianismo Clássico. O Arminianismo clássico foi preservado por muitos fundamentalistas, cristãos pentecostais, de movimentos de santidade e batistas livres, nenhum dos quais podendo ser considerados liberais.


8. Deus tem o direito de fazer o que quiser com suas criaturas e, principalmente, com os pecadores que merecem a condenação. Sua bondade é mostrada em seu resgate misericordioso de alguns pecadores; ele não deve nada a ninguém . As pessoas que Ele ignora merecem o inferno.

RESPOSTA

Enquanto pode ser verdadeiro que todos mereçam o inferno, embora até mesmo muitos calvinistas hesitem em dizer isso acerca das crianças, Deus é um Deus de amor que genuinamente deseja que todas as pessoas sejam salvas, conforme o Novo Testamento claramente testifica em 1ª Timóteo 2.4: “que deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade”. 

Não há como fugir do fato de que “todos os homens” signifique todas as pessoas, sem exceção. A questão não é imparcialidade, mas amor. Um Deus que poderia salvar a todos porque ele sempre salva incondicionalmente, mas escolhe salvar apenas alguns não seria um Deus bom ou amável. Ele certamente não seria o Deus de 1 Timóteo 2.4 e de passagens semelhantes. 



9. Se Deus conhece de antemão o que acontecerá no mundo que Ele irá criar, incluindo a Queda e todas as suas consequências, isto é o mesmo que preordenar tudo, incluindo o pecado e o mal.

RESPOSTA

Deus conhece previamente porque algo vai acontecer; Ele não conhece previamente porque Ele preordena. Em outras palavras, de acordo com a Escritura, tradição e a razão, o pecado de Adão é o que fez com que Deus o conhecesse. Deus não previu o pecado de Adão e então decidiu criar o mundo no qual Adão pecaria. A diferença jaz na intenção de Deus. 

O Calvinista deve acreditar que Deus teve por intenção que Adão pecasse e tornou o pecado certo, fazendo de Deus o autor do pecado. Arminianos e outros não calvinistas acreditam que Deus jamais teve por intenção que Adão pecasse ainda que soubesse que isso aconteceria. O pecado não foi sua vontade. O Calvinismo faz do pecado a vontade de Deus.


10. Teologias não calvinistas minimizam a segurança e a confiança da salvação porque elas tornam a salvação dependente das decisões humanas. Só o Calvinismo proporciona conforto e segurança, pois ele diz que tudo é de Deus, incluindo os dons de arrependimento e fé.

RESPOSTA

Na verdade, o Calvinismo enfraquece o conforto e a segurança ao tornar Deus arbitrário e moralmente ambíguo. Um Deus que predestinaria muitas pessoas ao inferno quando poderia salvá-las, uma vez que sua escolha sempre é incondicional, não é confiável. E mais, como que as pessoas podem saber, com certeza, que são eleitas? Muitos Calvinistas duvidaram de suas eleições. 

Os Calvinistas falam de “sinais de graça” que provam que alguém é eleito, mas e se a pessoa não tiver certeza ou não mostrar sinais de graça suficientes? O Calvinismo não proporciona mais conforto e segurança do que o Arminianismo ou teologias não calvinistas que garantem que as pessoas são salvas se confiarem unicamente em Cristo.


11. As teologias não calvinistas, tal como o Arminianismo, acreditam que o livre-arbítrio libertário, crença de que decisões e ações livres simplesmente não vêm de lugar nenhum , seja impossível. O Calvinismo e outras teologias, assim com o muitos filósofos, sabem que o “livre-arbítrio” simplesmente significa fazer o que você quer fazer e as pessoas sempre são controladas por seu s motivos mais fortes, então, ser capaz de fazer o contrário - livre-arbítrio libertário, é um a ilusão.

RESPOSTA

Se “livre-arbítrio" só significa fazer o que você quer fazer ainda que não possa fazer o contrário, como é que alguém é responsável por aquilo que faz? Se um assassino, por exemplo, não pode fazer outra coisa senão matar, então um juiz ou um júri deve declará-lo inocente - talvez por razão de insanidade. A responsabilidade moral, prestação de contas e a culpa dependem da habilidade de fazer o contrário - liberdade libertária. A visão Calvinista de “livre-arbítrio” não é, de fato, livre, de maneira nenhuma. 

Outrossim, se não existe tal coisa como o livre-arbítrio libertário, então Deus também não o tem, e isso faz com que criação de Deus do mundo seja necessária e não escolhida livremente, neste caso, não pela graça, mas pela necessidade. A visão Calvinista de “livre-arbítrio” rouba tanto a habilidade de Deus quanto a das pessoas de fazerem o contrário e, consequentemente, suas ações e decisões não são louváveis e nem culpáveis. 

O que é, é, e o que será, será. Isso caminha na contramão de nossos instintos e intuições acerca da responsabilidade moral e a liberdade transcendente de Deus de criar ou não criar.


12. Deus não tem obrigação alguma de estender a sua graça para aqueles que Ele predestinou ao julgamento eterno.

RESPOSTA

Claro, Deus não está debaixo de obrigação alguma a homem algum , por coisa alguma. Entretanto a GRAÇA e MISERICÓRDIA não fluem da obrigação, mas do Amor de Deus. A perfeita santidade e a justiça de Deus não são comprometidas nesse processo.


Extraído do Livro

"Contra o Calvinismo" - Roger Olson - Editora Reflexão -


Apêndice 2 - "Respostas às alegações calvinistas", pág 291 à 300 ( Acréscimo pessoal da objeção nº 12).



"sabendo que fui posto para a defesa do Evangelho".
Filipenses 1:17




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