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quarta-feira, 10 de junho de 2020

DEUS ODEIA O PECADOR ?


Como Deus poderia odiar Esaú, 
sendo Ele um Deus de amor ?

 


PROBLEMA: Em Romanos 9:13 lemos: "Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú". Essa é uma passagem extraída de Malaquias 1: 2,3

Contudo, João diz que: "Deus é amor" (1 Jo 4:16). Como um Deus de amor pode odiar alguém? 

SOLUÇÃO: Em primeiro lugar, não podemos isolar um texto e desconsiderar todo um contexto histórico. A passagem em tela não está falando da pessoa Esaú e que Deus o odeia, mas da NAÇÃO que proveio dele, ou seja, Edom. O texto não está dizendo que Deus está expressando ódio a uma determinada pessoa, nessa passagem. 

Além disso, a nação de Edom merecia a indignação de Deus pela "violência feita a teu irmão Jacó [Israel]" (Ob 10). Eles se posicionaram ao lado dos inimigos de Israel, fecharam o caminho por onde poderiam escapar, e até mesmo entregaram aqueles que tinham permanecido (vv. 12-14). 

Esse ódio, é o mesmo ódio como no caso dos nicolaítas, que deixa claro que Deus odeia as obras do pecador, mas NUNCA o pecador em si. É exatamente o que João diz aos crentes da Igreja em Éfeso, que eles devem odiar as obras/ações/atitudes dos nicolaítas, as quais Deus também odeia, mas nunca as pessoas. (cf. Ap 2:6).

Um texto muito usado pelos pseudos teólogos da atualidade, para tentar subsidiar esse ultraje contra o caráter de Deus, é  o Salmos 5:5, que declara a respeito de Deus:

 "[...]odeias a todos os que praticam a maldade".(SBTB). 

Primeiro que Salmos é um livro que está no catálogo dos livros sapienciais, ou seja, é um livro poético, e tais livros não podem ser interpretados de forma literal. Outro fator determinante na interpretação de textos bíblicos, é que não podemos isolar um texto e desconsiderar todo um contexto.

Os Salmos propriamente ditos são poemas musicais. Um poema musical não pode ser lido da mesma maneira que se lê uma epístola, ou uma narrativa, ou uma seção da lei. 

Sua intenção é apelar às emocões, evocar sentimentos mais do que o pensamento proposicional e estimular uma resposta do indivíduo que vai além de um entendimento meramente cognitivo de certos fatos — essa, afinal de contas, é a grande razão de os poemas musicais serem tão amados. 


Embora os Salmos contenham e reflitam Doutrina, eles não têm a intenção de ser receptáculos de exposição doutrinária. 


Dessa forma, é perigoso ler um Salmo como se este ensinasse um sistema doutrinário, da mesma maneira que é perigoso fazer isso com a narrativa.

A narrativa bíblica deixa evidente que a Bíblia é uma carta de amor de Deus endereçada ao homem pecador, que nos revela, que o desejo de Deus, é o de perdoar nossos pecados e relacionar-se conosco. (Isaías 1:18,19). Deus não tem amor, Ele é AMOR.

Não é por que um texto isolado, em um livro poético, onde se diz que Deus odeia o pecador, que Ele de fato ODEIE O SER HUMANO.  É necessário analisar o conjunto da obra e não ater-se apenas a um texto bíblico.


Deus não odeia os homens, mas sim seus atos pecaminosos. Salmos 101:3 afirma que o salmista odeia A AÇÃO daqueles que se desviam. É isso que o contexto dos Salmos 5:5 está dizendo, tanto que o próprio versículo fala a respeito da PRÁTICA da maldade por parte do pecador. 






O ÓDIO DE DEUS É CONTRA PECADO, 
CONTRA A PRÁTICA DO PECADO. 
Paulo deixa isso muito claro:


Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus;


O qual recompensará cada um segundo as suas obras; a saber:

A vida eterna aos que, com perseverança em fazer bemprocuram glória, honra e incorrupção;

Mas a indignação e a ira aos que são contenciosos, desobedientes à verdade e obedientes à iniquidade;

Tribulação e angústia sobre toda a alma do homem que faz o mal; primeiramente do judeu e também do grego;

Glória, porém, e honra e paz a qualquer que pratica o bem; primeiramente ao judeu e também ao grego;

Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas.
Romanos 2:5-11



O ódio nos seres humanos em geral se dá em termos de um desgosto, vingança ou de uma repugnância enorme e emocional com relação a alguém ou a alguma coisa. Entretanto, em Deus o ódio a que se refere o Salmos 5:5; é um ato do juízo divino e escatológico que se dará no Dia do Senhor, quando chegar o acerto de contas com o homem pecador que se viveu em rebelião contra o seu Criador.

"E visitarei sobre o mundo a maldade, e sobre os ímpios a sua iniqüidade; e farei cessar a arrogância dos atrevidos, e abaterei a soberba dos tiranos".
(Isaías 13:11)


Isso não é contraditório ao amor de Deus, pois em seu amor por todos os pecadores, o Senhor permitiu que o pecado fosse perdoado, de forma que TODOS pudessem se reconciliar com Ele. 

Por fim o pecador vai colher a ceifa do ódio de Deus, expresso em sua eterna separação do Senhor, ou a ceifa do amor de Deus, ficando com ele por toda a eternidade. 

Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará.

(Gálatas 6:7)



Deus não quer "que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento" (2 Pe 3:9), porém sua justiça exige que o pecador seja punido por causa de sua rebelião. O amor de Deus, então, fez com que tal punição fosse levada na pessoa do seu Filho Jesus no lugar de todos os homens (2 Co 5:14-21). 


Extraído do "Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e Contradições" da Bíblia por Norman Geisler - Thomas Howe - EDITORA MUNDO CRISTÃO.




"sabendo que fui posto para a defesa do Evangelho".

Filipenses 1:17


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