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sexta-feira, 5 de junho de 2020

A DOUTRINA DA ELEIÇÃO

O que a Bíblia diz sobre a Eleição ?


A afirmação da doutrina da eleição pela Confissão Westminster diz o seguinte: 

“Pelo decreto de Deus e para a manifestação de sua glória, alguns homens são predestinados para a vida eterna. 

"Segundo seu etemo e imutável propósito, e segundo o santo conselho e beneplácito de sua vontade, antes que o mundo fosse criado. Deus escolheu em Cristo, para a glória eterna, os homens que são predestinados para a vida; para o louvor de sua gloriosa graça, ele os escolheu de sua mera e livre graça e amor, e não por previsão de fé, ou de boas obras e perseverança nelas, ou de qualquer outra coisa na criatura que a isso o movesse, como condição ou causa".


"Segundo o inescrutável conselho de sua própria vontade, pela qual ele concede ou recusa misericórdia, como lhe apraz, para a glória de seu soberano poder sobre suas criaturas, para louvor de sua gloriosa justiça, o resto dos homens foi Deus servido não contemplar e ordená-los para a desonra e ira por causa de seus pecados.”

Confissão Westminster, Capítulo 3, págs 5, 6 [ ênfase minha]



O Calvinismo diz uma coisa, a Bíblia diz outra


Um dos principais problemas e que qualquer leitor minimamente instruído nas Escrituras já deve ter sido capaz de ter percebido facilmente, é que, enquanto Calvino cria que Deus quer que o ímpio se perca, a Bíblia diz que Deus não quer que ele se perca:



Parece que temos um contraste aqui. 


De um lado, temos a Bíblia, a Palavra de Deus, dizendo que Deus NÃO DESEJA a morte do ímpio, que a morte de um réprobo NÃO lhe agrada, que Deus NÃO QUER A MORTE DELE,  que Ele quer que todos cheguem ao arrependimento, que NÃO deseja que ninguém pereça e que deseja que TODOS os homens sejam salvos.


Do outro lado, temos João Calvino, que diz que Deus quer que os não-eleitos se percam, que a única causa pela qual Deus os reprova é porque quer excluí-los da herança e que Deus lança os infantes à morte eterna porque isso lhe pareceu bem. 

Parece ser razoável tal teologia ?

Além do problema da Bíblia, outro problema da predestinação incondicional é que, nela, a Eleição é puramente arbitrária, o que deve ser reconhecido por qualquer calvinista minimamente sincero. 

Se Deus não previu futuras ações humanas nem determinou nada em função delas, mas decidiu tudo de antemão sem levar em conta nenhuma ação prévia de nenhum indivíduo, então ficamos com a triste conclusão de Deus, em sua soberania, definiu os escolhidos na base do “uni-duni-duni tê – o escolhido foi você”. 




O problema da Eleição Incondicional no Calvinismo, é que ela trás uma visão extrema e distorcida da Soberania de Deus, a qual não permite ao homem qualquer liberdade de escolha ou ação, até mesmo para pecar. 

Sendo esse o caso, se alguém for salvo, Deus deve escolher por ele. Da Eleição Incondicional vem, então, a predestinação à salvação.

A pergunta que não quer calar: "Por que tão poucos foram escolhidos por Deus que “é amor” (1 João 4:8) e o restante é condenado ?

Esse é um problema que nem o próprio Calvino resolveu. Em todas as suas Institutas, ele não oferece explicação alguma e nem um calvinista honesto consegue apresentar uma resposta satisfatoriamente bíblica.

Então qual o critério dessa escolha? Os teólogos calvinistas, através de seus malabarismos teológicos afirmam que as teologias não calvinistas da salvação, tal como o Arminianismo por exemplo, fazem do homem o centro e tornam a salvação dependente das boas obras, pois a decisão do pecador de aceitar a Cristo torna-se o fator decisivo em sua salvação. 

No entanto, contradição é o segundo nome do Calvinismo e valer-se de premissas falaciosas é uma tática muito usada por calvinistas desonestos.

Em nenhum lugar o Arminianismo Clássico advoga salvação pelas obras, mas nos parece que na verdade é o Calvinismo que torna a salvação dependente das boas obras ou de que algo bom tenha na vida das pessoas eleitas para a salvação.

Se não, como é que Deus as escolhe dentre a massa de pessoas destinadas ao inferno? Ou é algo que Deus vê nessas pessoas,  senão a escolha de Deus destas pessoas é arbitrária e caprichosa. 

Além do mais, a teologia Arminiana não torna a salvação dependente das boas obras; toda a “obra” de salvação é de Deus. O pecador é capacitado a se arrepender e a CRER pela graça preveniente de Deus e a decisão de aceitar a salvação de Deus ou não, não é uma boa obra; ela é simplesmente a aceitação de um dom da graça. 

Em caso nenhum a aceitação de um presente é considerada o “fator decisivo” para que o presente seja usufruído. 



Neste processo, Calvinistas tendem a considerar o sinergismo como uma cooperação mútua entre Deus e um ser humano na salvação; deste modo, o humano contribui com algo essencial e eficaz na salvação. Mas este não é o sinergismo de Armínio. 

Antes, seu sinergismo é um sinergismo evangélico que reserva todo o poder, capacidade e eficácia da salvação à GRAÇA, mas que permite aos humanos fazerem uso da capacidade concedida por Deus de resistir ou não resistir a ela. 

A única "contribuição‟ da parte dos humanos é a não-resistência à graça. É o mesmo que aceitar um presente. Armínio não conseguia entender por que um presente que deve ser recebido livremente deixa de ser um presente, como contendem os calvinistas.+

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+ OLSON, Roger. Teologia Arminiana: Mitos e Realidades. Editora Reflexão: 2013, pág. 214.





A Bíblia usa o termo “eleito” de várias formas: para Israel, para Cristo, para uma senhora e para os anjos. NUNCA, entretanto, essa palavra é utilizada, para indicar que existe um grupo seleto que, sozinho, foi predestinado a ser salvo. NUNCA

Ironside declarou: “em nenhum lugar na Bíblia, as pessoas já estão predestinadas ao inferno e, em nenhum lugar, as pessoas são, simplesmente, predestinadas ao Céu [...]; predestinação é sempre para algum lugar especial de benção”.*

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* H. A. Ironside, In the Heavenlies. Addresses on Ephesians (Neptune, NJ: Loizeaux Brothers, 1937), pág. 34.





O Calvinismo define os eleitos, como aquele único grupo seleto que Deus, desde a eternidade passada, já designou para a salvação. 

Todo o restante está predestinado por Deus à condenação eterna. O Evangelho pode ser pregado dia e noite aos condenados, no entanto, sem sucesso, pois eles são totalmente incapazes de crer. 

Deus não tem desejo algum de abrir-lhes os olhos cegos e dar-lhes a fé para crer, sejam eles quem forem. Ele faz isso apenas pelos eleitos (através da eleição incondicional), embora pudesse fazê-lo para com todos. 

No entanto, jamais essa doutrina repugnante é ensinada nas Escrituras! 

Os “eleitos” no Calvinismo são, incondicionalmente (isto é, sem qualquer fé, entendimento ou escolha da parte dele), eleitos à salvação simplesmente porque, na misteriosa vontade soberana de Deus, Ele decidiu, sem qualquer razão aparente, salvar a eles e somente eles. 

Os calvinistas objetam quando dizemos: “sem qualquer razão aparente”. Afirma-se que Deus não necessita de razão e que é simplesmente do Seu agrado fazê-lo ou que a razão está escondida na Sua misteriosa vontade: “não sabemos em que Deus fundamenta a Sua escolha [...]”**. 

Até mesmo Deus, no entanto, deve ter uma razão para salvar alguém e condenar os outros. Do contrário. Ele agiria irresponsável e contrariamente ao Seu Ser. De fato, da eleição/predestinação é sempre dito, na Bíblia, que se fundamenta na presciência de Deus***. 

Aqueles a quem Ele pré-conheceu que creriam, Ele predestinou a bênçãos especiais, as quais Ele decidiu que acompanhariam a salvação das penalidades do pecado — “as coisas que Deus preparou para aqueles que O amam” (1 Coríntios 2:9). 



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** Edwin H. Palmer, The Five Points of Calvinism, ed. aum. (Grand Rapids, MI: Baker Books, 20. impressão, 1999), p. 26.

*** 
Romanos 8:29 e 1 Pedro 1:2


A Bíblia explica continuamente por que o homem está separado de Deus e apresenta qual é a solução:


Isaías 1:18-22 AA - Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor: ainda ...


Certamente seremos salvos se levantarmos nossos olhos a Deus


DEUS argumenta com Israel, que Ele enviou Seus profetas para advertir o Seu povo e explica, repetidamente, por que, mesmo relutantemente, Ele os têm punido: “por causa das impiedades das vossas obras” (Deuteronômio 28:20); “eles têm esquecido o pacto do SENHOR” (Deuteronômio 29:25); “porque eles deixaram a Minha lei” (Jeremias 9:13); etc. 

Deus explica que Ele deu Seu Filho para morrer pelos pecados do mundo inteiro, por causa do Seu grande amor por toda a humanidade: “porque Deus enviou Seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para salvá-lo” (João 3:17); “e temos visto e testificado que o Pai enviou o Seu Filho para ser o Salvador do mundo” (1 João 4:14). 

Deus, no entanto, NUNCA declara nas Escrituras a razão para salvar um grupo seleto e condenar todos os outros. Com certeza, uma doutrina tão importante seria claramente explicada na Bíblia, em defesa do caráter de Deus; no entanto, ela nem mesmo é mencionada. Podemos somente concluir que a Eleição Incondicional é apenas uma invenção humana. 


CONCLUSÃO

Charles Spurgeon, um calvinista moderado, viu os perigos dessa doutrina mortal quando disse:



Colaboração para elaboração deste artigo:

"Contra o Calvinismo" - Roger Olson;

"Confissão de Fé de Westminster"

"Calvinismo ou Arminianismo - Quem está com a razão ?" - Lucas Banzoli

"Que Amor é Este ?" - Dave Hunt

"Eleitos,  mas Livres" - Norman Geisler






"...sabendo que fui posto para a defesa do Evangelho".

Filipenses 1:17


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