Seria a Maçonaria uma religião ?
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Capa da Revista "Defesa da Fé" do Instituto Cristão de Pesquisas - Ano 7 - nº 49 Outubro de 2002 |
NOTA
O presente artigo não tem por objetivo atacar, nem ofender a crença maçônica e nem seus seguidores, tendo por objetivo uma
reflexão para saber se existe a possibilidade de uma pessoa poder conciliar ou
não o Cristianismo com a Maçonaria. E também para saber se, ao abraçar as duas,
ela está participando de duas religiões ou de uma só.
Se porventura o leitor já tiver sua própria posição a respeito
do assunto, que o Senhor Deus o ajude a analisar as informações aqui descritas
detalhadamente e, sobretudo, a buscar o conhecimento da vontade de Deus, por
meio da orientação do Espírito Santo e da própria Bíblia. Somente assim,
querido leitor, você terá condições de reavaliar sua posição e defini-la à luz
da Palavra de Deus (Ef 5.17).
INTRODUÇÃO
Quando você conversa com um maçom, eles nos abordam sempre de forma muito educada (inclusive tenho amigos maçons, os quais respeito muito), e por todos os meios, eles tentam nos convencer que a Maçonaria não é uma religião, mas que é apenas uma entidade fraterna e filantrópica, tendo por objetivo melhorar o mundo e que cristãos evangélicos podem fazer parte desta fraternidade, como muitos já o fazem.
Antes de qualquer coisa, vamos analisar o que é religião. No Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, temos a seguinte definição de religão: "culto prestado a uma divindade...". Ou basta uma simples pesquisa em qualquer dicionário para ver a definição de religião.
Essa definição
encaixa-se perfeitamente bem com as palavras de Rizzardo da Camino, 33º grau
maçônico, autor de mais de quarenta livros: "O maçom, dentro do templo
maçônico, através da liturgia, cultua o grande arquiteto do universo"¹.
Com isso fica provado que o que acontece dentro da loja maçônica nada mais é do
que um culto de adoração a uma divindade, ao Grande Arquiteto do Universo
(G.A.D.U.).
Existe um sistema de adoração dentro das lojas, conforme as palavras do maçom Carl H. Claudy: "As lojas da maçonaria são construídas para Deus. Simbolicamente, 'construir para Deus' significa edificar algo em honra, adoração e reverência a Ele. Mal o neófito entra no Portão Ocidental recebe a impressão de que a maçonaria adora a Deus".²
Vejamos ainda o que diz o importante autor maçônico Henry Wilson Coil, em sua Enciclopédia Maçônica: "A Maçonaria certamente exige a crença na existência de um Ser Supremo, a quem o homem tem de prestar contas e de quem depende. O que a igreja pode acrescentar a isso, exceto levar o indivíduo à comunhão com aqueles que tenham os mesmos sentimentos?... É exatamente isso que a Loja faz".³
Como
a Maçonaria exige a crença no Grande Arquiteto do Universo e na imortalidade da
alma para que o candidato se torne maçom, isto se torna uma grande evidência de
que essa entidade é religiosa e possui um credo ou uma doutrina. Na cerimônia
de admissão e a cada passagem de grau são feitos juramentos que nada mais são
do que promessas ou profissões de fé no Grande Arquiteto do Universo e na
fraternidade maçônica.
Diante
desse pouco que vimos, como fica então? Podemos chamar a loja de templo, mas não
de igreja? De fraternidade, mas não de religião? As invocações lá realizadas
não são adorações? As liturgias não são cultos? A iniciação não é um tipo de
batismo?
Será
que as pessoas que insistem em negar a religiosidade da Maçonaria não estão com
as mentes fechadas, ou não estão subestimando nossa inteligência ? Ou será que escondem que a Maçonaria é uma religião para
que possam infiltrar-se nas igrejas? Uma coisa é certa: o cristão maçom pode
negar que frequenta duas religiões ao mesmo tempo, mas a sua declaração não
muda os fatos.
E infelizmente, como já dito anteriormente, sabemos que existem cristãos maçons, o que ante à luz das Escrituras é incompatível. Seria como água e óleo que não se misturam. Basta fazer o comparativo entre o Cristianismo e a Maçonaria para entender que são incompatíveis.
MAIS SOBRE A MAÇONARIA
Albert Pike, um dos grandes líderes maçons,
escreveu que Lúcifer é deus e "portador da luz" e que a Maçonaria
deve seguir a doutrina luciferiana:
"A religião maçônica deve ser, por todos nós iniciados do
alto grau, mantida na pureza da doutrina luciferiana. Se Lúcifer não fosse
deus, será que Adonai, cujas ações provam sua crueldade, perfídia e ódio pelos
homens, barbarismo e repulsa pela ciência, e seus sacerdotes o caluniariam?
Sim, Lúcifer é deus, e infelizmente Adonai também é deus. Pois a lei eterna é
que não há branco sem o preto, pois o absoluto só pode existir como dois
deuses: as trevas são necessárias como moldura para a luz, assim como o
pedestal é necessário para o que é imponente... Desta forma, a doutrina do
satanismo é uma heresia; a religião filosófica pura e verdadeira é a crença em
Lúcifer, o equivalente de Adonai; mas Lúcifer, deus da luz e deus do bem, está
batalhando pela humanidade contra Adonai, o deus das trevas e do mal".
No hebraico, o termo Adonai significa literalmente "Senhor" ou "Mestre". É sinônimo de Yahweh (transcrito como "Senhor" na Bíblia de Almeida) e Elohim (traduzido "Deus", ou seja, o nosso Deus). Albert Pike diz, absurdamente, que o nosso Deus é o deus das trevas, que odeia os homens!
Que contraste com a revelação bíblica, que afirma:
"Há muito que o Senhor me apareceu, dizendo: Porquanto com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí" (Jr 31.3).
E ainda:
"Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele
nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados"
(1Jo 4.10).
A Maçonaria não aceita, e nem poderia aceitar, o Cristianismo,
porque é impossível conciliar Cristianismo e Satanismo. O Deus que para nós é o
Deus do bem, para o líder maçom é o deus do mal. Será que o cristão pode
submeter-se a isso: adorar o Grande Arquiteto do Universo (G.A.D.U.), que na Maçonaria pode ser o próprio diabo?
O CRISTIANISMO E A
MAÇONARIA
No Dicionário Filosófico de Maçonaria, de Rizzardo da
Camino, 33º grau, membro fundador da Academia Maçônica de Letras, encontramos a
seguinte definição para Cristianismo:
"A religião cristã, em si, não é adotada pela maçonaria, mas, sim,
os princípios cristãos. A maçonaria é adotada em todos os países e proclama a
existência de Deus sob o nome de Grande Arquiteto do Universo; não importa a
religião que o maçom siga, o que importa é a crença no Absoluto, no Poder
Divino, em Deus, seja qual for o nome que se lhe der, como Jeová ou Alá".
Como podemos ver nessa declaração, a Maçonaria não adota o Cristianismo e, consequentemente, não aceita a existência de Jesus Cristo como o único Deus verdadeiro. E a pergunta que fica: Como um cristão nascido de novo pode fazer parte de uma fraternidade que nega o Cristianismo e sua própria essência ?
E a Bíblia Sagrada na Maçonaria ?
Na Enciclopédia Maçônica de Coil, lemos o seguinte: "A opinião maçônica prevalecente é a de que a Bíblia é apenas um símbolo da Vontade, Lei ou Revelação Divina, e não que o seu conteúdo seja a Lei Divina, inspirada ou revelada. Até hoje, nenhuma autoridade tem mantido que um maçom deve acreditar na Bíblia ou em qualquer parte dela". ₆
Para a Maçonaria, a Bíblia é "uma das três grandes luzes emblemáticas", sendo colocada no mesmo patamar dos seus símbolos (esquadro e compasso). Mesmo que Coil não negasse o conteúdo divino da Palavra de Deus, esta atitude comparativa já seria suficiente para demonstrar que a Bíblia não é mais importante do que os símbolos maçônicos.
Além disso, segundo a doutrina Maçônica, ela pode ser substituída por qualquer outro livro de religião fluente
no país. Nos países islâmicos, por exemplo, usa-se o Alcorão, em Israel, a Torá
etc. Alguns maçons dizem que a Bíblia é um "livro sagrado" para a
loja, mas se ela pode ser substituída por outros livros, então não é sagrada,
já que um objeto sagrado é insubstituível.
Oliver Day Street, outro erudito da loja, chega a dizer o seguinte:
"Nenhuma loja entre nós deve ser aberta sem sua presença (da Bíblia). Mesmo assim, ela não é mais do que um símbolo... Não há nada de sagrado ou santo no mero livro. É só papel comum... Qualquer outro livro com o mesmo significado serviria...".₇
Outro maçom, J.W. Acker, afasta qualquer semelhança entre a maçonaria e o cristianismo bíblico ao declarar:
"Os judeus, os chineses, os turcos, cada um rejeita ou o Antigo ou o Novo Testamento, ou ambos, e ainda assim não vemos nenhuma boa razão por que não se devam tornar maçons. Na verdade, a Maçonaria da Loja Azul nada tem a ver com a Bíblia. Não se fundamenta na Bíblia. Se assim fosse, não seria Maçonaria".₈
Se para os maçons a Bíblia é apenas um enfeite ou uma parte da
mobília das lojas, a opinião dos cristãos é diametralmente oposta, pois, de acordo com o
apóstolo Paulo, "...
Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra".
Ou seja, a Bíblia é a revelação de Deus aos homens!
CONCLUSÃO
Muitos maçons se dizem religiosos porque são
líderes e pastores em suas Igrejas e se apoiam sob a égide de que ajudam os pobres. Publicamente louvam a Deus nas igrejas que fazem parte, mas no
ambiente maçônico ajoelham-se diante do Pentagrama* e adoram os símbolos dos
deuses do Egito e do pecado.
É uma pena que, apesar da controvérsia sobre o assunto, muitos que se intitulem como cristãos ainda insistam em ser maçons, demonstrando que não são capazes de abdicar de seus interesses pessoais ou de uma série de interesses em prol da obra do Senhor Jesus.
Ao invés de buscarem a união na Igreja, insistem em ser
causa de divisão e discórdia (Ef 4.3). Muitos demonstram e chegam a declarar abertamente
que, se for preciso escolherem entre a loja e a Igreja, preferem permanecer na
loja. Essas verdades trazidas nesse artigo são a prova inconteste que estamos no fim dos tempos e como predito pelo apóstolo Paulo, muitos apostatariam da fé, dando ouvidos a doutrina de demônios. Suas mentes
estão cauterizadas (1Tm 4.1,2; Hb 3.12-19; 2Tm 4.3,4).
A verdade é que os maçons têm a Maçonaria como uma religião, isto é, defendem-na como uma religião, frequentam-na como uma religião. Muitos chegam a dizer que encontraram nessa entidade "paz" e "comunhão" que não encontraram na Igreja! Mas será que o mundo pode oferecer paz semelhante à que Cristo dá e que está exarada em sua Palavra ?
"Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize".
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