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terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

O QUE NÃO DIZEM SOBRE A MAÇONARIA ?

 Seria a Maçonaria uma religião ?

Capa da Revista "Defesa da Fé" do Instituto Cristão de Pesquisas - Ano 7 - nº 49
Outubro de 2002

NOTA

O presente artigo não tem por objetivo atacar, nem ofender a crença maçônica e nem seus seguidores, tendo por objetivo uma reflexão para saber se existe a possibilidade de uma pessoa poder conciliar ou não o Cristianismo com a Maçonaria. E também para saber se, ao abraçar as duas, ela está participando de duas religiões ou de uma só.


Se porventura o leitor já tiver sua própria posição a respeito do assunto, que o Senhor Deus o ajude a analisar as informações aqui descritas detalhadamente e, sobretudo, a buscar o conhecimento da vontade de Deus, por meio da orientação do Espírito Santo e da própria Bíblia. Somente assim, querido leitor, você terá condições de reavaliar sua posição e defini-la à luz da Palavra de Deus (Ef 5.17).

 

INTRODUÇÃO

Quando você conversa com um maçom, eles nos abordam sempre de forma muito educada (inclusive tenho amigos maçons, os quais respeito muito), e por todos os meios, eles tentam nos convencer que a Maçonaria não é uma religião, mas que é apenas uma entidade fraterna e filantrópica, tendo por objetivo melhorar o mundo e que cristãos evangélicos podem fazer parte desta fraternidade, como muitos já o fazem.


Antes de qualquer coisa, vamos analisar o que é religião. No Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, temos a seguinte definição de religão: "culto prestado a uma divindade...".  Ou basta uma simples pesquisa em qualquer dicionário para ver a definição de religião.


Essa definição encaixa-se perfeitamente bem com as palavras de Rizzardo da Camino, 33º grau maçônico, autor de mais de quarenta livros: "O maçom, dentro do templo maçônico, através da liturgia, cultua o grande arquiteto do universo"¹. Com isso fica provado que o que acontece dentro da loja maçônica nada mais é do que um culto de adoração a uma divindade, ao Grande Arquiteto do Universo (G.A.D.U.).


Existe um sistema de adoração dentro das lojas, conforme as palavras do maçom Carl H. Claudy: "As lojas da maçonaria são construídas para Deus. Simbolicamente, 'construir para Deus' significa edificar algo em honra, adoração e reverência a Ele. Mal o neófito entra no Portão Ocidental recebe a impressão de que a maçonaria adora a Deus".² 


Vejamos ainda o que diz o importante autor maçônico Henry Wilson Coil, em sua Enciclopédia Maçônica: "A Maçonaria certamente exige a crença na existência de um Ser Supremo, a quem o homem tem de prestar contas e de quem depende. O que a igreja pode acrescentar a isso, exceto levar o indivíduo à comunhão com aqueles que tenham os mesmos sentimentos?... É exatamente isso que a Loja faz".³


Como a Maçonaria exige a crença no Grande Arquiteto do Universo e na imortalidade da alma para que o candidato se torne maçom, isto se torna uma grande evidência de que essa entidade é religiosa e possui um credo ou uma doutrina. Na cerimônia de admissão e a cada passagem de grau são feitos juramentos que nada mais são do que promessas ou profissões de fé no Grande Arquiteto do Universo e na fraternidade maçônica.


Diante desse pouco que vimos, como fica então? Podemos chamar a loja de templo, mas não de igreja? De fraternidade, mas não de religião? As invocações lá realizadas não são adorações? As liturgias não são cultos? A iniciação não é um tipo de batismo?


Será que as pessoas que insistem em negar a religiosidade da Maçonaria não estão com as mentes fechadas, ou não estão subestimando nossa inteligência ? Ou será que escondem que a Maçonaria é uma religião para que possam infiltrar-se nas igrejas? Uma coisa é certa: o cristão maçom pode negar que frequenta duas religiões ao mesmo tempo, mas a sua declaração não muda os fatos.


E infelizmente, como já dito anteriormente, sabemos que existem cristãos maçons, o que ante à luz das Escrituras é incompatível. Seria como água e óleo que não se misturam. Basta fazer o comparativo entre o Cristianismo e a Maçonaria para entender que são incompatíveis. 


 MAIS SOBRE A MAÇONARIA



Albert Pike, um dos grandes líderes maçons, escreveu que Lúcifer é deus e "portador da luz" e que a Maçonaria deve seguir a doutrina luciferiana:


"A religião maçônica deve ser, por todos nós iniciados do alto grau, mantida na pureza da doutrina luciferiana. Se Lúcifer não fosse deus, será que Adonai, cujas ações provam sua crueldade, perfídia e ódio pelos homens, barbarismo e repulsa pela ciência, e seus sacerdotes o caluniariam? Sim, Lúcifer é deus, e infelizmente Adonai também é deus. Pois a lei eterna é que não há branco sem o preto, pois o absoluto só pode existir como dois deuses: as trevas são necessárias como moldura para a luz, assim como o pedestal é necessário para o que é imponente... Desta forma, a doutrina do satanismo é uma heresia; a religião filosófica pura e verdadeira é a crença em Lúcifer, o equivalente de Adonai; mas Lúcifer, deus da luz e deus do bem, está batalhando pela humanidade contra Adonai, o deus das trevas e do mal".


No hebraico, o termo Adonai significa literalmente "Senhor" ou "Mestre". É sinônimo de Yahweh (transcrito como "Senhor" na Bíblia de Almeida) e Elohim (traduzido "Deus", ou seja, o nosso Deus). Albert Pike diz, absurdamente, que o nosso Deus é o deus das trevas, que odeia os homens! 

Que contraste com a revelação bíblica, que afirma: 

"Há muito que o Senhor me apareceu, dizendo: Porquanto com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí" (Jr 31.3). 

E ainda: 

"Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados" (1Jo 4.10).


A Maçonaria não aceita, e nem poderia aceitar, o Cristianismo, porque é impossível conciliar Cristianismo e Satanismo. O Deus que para nós é o Deus do bem, para o líder maçom é o deus do mal. Será que o cristão pode submeter-se a isso: adorar o Grande Arquiteto do Universo (G.A.D.U.), que na Maçonaria pode ser o próprio diabo?


O CRISTIANISMO E A 

MAÇONARIA


No Dicionário Filosófico de Maçonaria, de Rizzardo da Camino, 33º grau, membro fundador da Academia Maçônica de Letras, encontramos a seguinte definição para Cristianismo:


"A religião cristã, em si, não é adotada pela maçonaria, mas, sim, os princípios cristãos. A maçonaria é adotada em todos os países e proclama a existência de Deus sob o nome de Grande Arquiteto do Universo; não importa a religião que o maçom siga, o que importa é a crença no Absoluto, no Poder Divino, em Deus, seja qual for o nome que se lhe der, como Jeová ou Alá".


Como podemos ver nessa declaração, a Maçonaria não adota o Cristianismo e, consequentemente, não aceita a existência de Jesus Cristo como o único Deus verdadeiro. E a pergunta que fica: Como um cristão nascido de novo pode fazer parte de uma fraternidade que nega o Cristianismo e sua própria essência ?


E a Bíblia Sagrada na Maçonaria ?




Na Enciclopédia Maçônica de Coil, lemos o seguinte: "A opinião maçônica prevalecente é a de que a Bíblia é apenas um símbolo da Vontade, Lei ou Revelação Divina, e não que o seu conteúdo seja a Lei Divina, inspirada ou revelada. Até hoje, nenhuma autoridade tem mantido que um maçom deve acreditar na Bíblia ou em qualquer parte dela". 


Para a Maçonaria, a Bíblia é "uma das três grandes luzes emblemáticas", sendo colocada no mesmo patamar dos seus símbolos (esquadro e compasso). Mesmo que Coil não negasse o conteúdo divino da Palavra de Deus, esta atitude comparativa já seria suficiente para demonstrar que a Bíblia não é mais importante do que os símbolos maçônicos. 


Além disso, segundo a doutrina Maçônica, ela pode ser substituída por qualquer outro livro de religião fluente no país. Nos países islâmicos, por exemplo, usa-se o Alcorão, em Israel, a Torá etc. Alguns maçons dizem que a Bíblia é um "livro sagrado" para a loja, mas se ela pode ser substituída por outros livros, então não é sagrada, já que um objeto sagrado é insubstituível.


Oliver Day Street, outro erudito da loja, chega a dizer o seguinte: 


"Nenhuma loja entre nós deve ser aberta sem sua presença (da Bíblia). Mesmo assim, ela não é mais do que um símbolo... Não há nada de sagrado ou santo no mero livro. É só papel comum... Qualquer outro livro com o mesmo significado serviria...".


Outro maçom, J.W. Acker, afasta qualquer semelhança entre a maçonaria e o cristianismo bíblico ao declarar: 


"Os judeus, os chineses, os turcos, cada um rejeita ou o Antigo ou o Novo Testamento, ou ambos, e ainda assim não vemos nenhuma boa razão por que não se devam tornar maçons. Na verdade, a Maçonaria da Loja Azul nada tem a ver com a Bíblia. Não se fundamenta na Bíblia. Se assim fosse, não seria Maçonaria".


Se para os maçons a Bíblia é apenas um enfeite ou uma parte da mobília das lojas, a opinião dos cristãos é diametralmente  oposta, pois, de acordo com o apóstolo Paulo, "... Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; 

Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra".

2ª Timóteo 3:16,17


Ou seja, a Bíblia é a revelação de Deus aos homens!

 


CONCLUSÃO


Muitos maçons se dizem religiosos porque são líderes e pastores em suas Igrejas e se apoiam sob a égide de que ajudam os pobres. Publicamente louvam a Deus nas igrejas que fazem parte, mas no ambiente maçônico ajoelham-se diante do Pentagrama* e adoram os símbolos dos deuses do Egito e do pecado.


É uma pena que, apesar da controvérsia sobre o assunto, muitos que se intitulem como cristãos ainda insistam em ser maçons, demonstrando que não são capazes de abdicar de seus interesses pessoais ou de uma série de interesses em prol da obra do Senhor Jesus. 


Ao invés de buscarem a união na Igreja, insistem em ser causa de divisão e discórdia (Ef 4.3). Muitos demonstram e chegam a declarar abertamente que, se for preciso escolherem entre a loja e a Igreja, preferem permanecer na loja. Essas verdades trazidas nesse artigo são a prova inconteste que estamos no fim dos tempos e como predito pelo apóstolo Paulo, muitos apostatariam da fé, dando ouvidos a doutrina de demônios. Suas mentes estão cauterizadas (1Tm 4.1,2; Hb 3.12-19; 2Tm 4.3,4).


A verdade é que os maçons têm a Maçonaria como uma religião, isto é, defendem-na como uma religião, frequentam-na como uma religião. Muitos chegam a dizer que encontraram nessa entidade "paz" e "comunhão" que não encontraram na Igreja! Mas será que o mundo pode oferecer paz semelhante à que Cristo dá e que está exarada em sua Palavra ?


"Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize".

(João 14:27)

Diante do exposto, fica evidente que a Maçonaria apesar da negativa de seus membros, é uma religião, não aceita o Cristianismo como revelação de Deus para a humanidade, não aceita a Bíblia Sagrada como Palavra de Deus, demonstrando assim incompatibilidade entre um e outro.

Como dito no início deste artigo, o objetivo não é ofender ninguém, mas expor os fatos á luz das Escrituras e do bom senso.


Referências bibliográficas

1.Camino, Rizzardo da. "Breviário maçônico". 2a.Ed. São Paulo: Editora Madras, 1997, p.194.

2. Claudy, Carl H. Foreign Countries: A Gateway to the Interpretation and Development of Certain Symbols of Freemasonry. Richmond (U.S.A.), Macoy Publishing, 1971, p. 29. 

3. Coil, Henry Wilson. Coil's Masonic Encyclopedia. New York (U.S.A.): Macoy Publishing, 1961, p. 512.

4.A.C. de LaRive. La femme et l' enfant dans la Franc, Maçonneirie Universele, Paris, 1889, p.588.

5.Camino, Rizzardo da. "Dicionário Filosófico de Maçonaria". Ed. Madras, p. 47.

6. Coil, Henry Wilson. Coil's Masonic Encyclopedia. New York (U.S.A.): Macoy Publishing, 1961, p. 520. 

7. Oliver Day Street. Simbolism of the tree degrees, Masonic Service Association, Washington, 1924, p.44-45.

8.Ankerberg, John; Weldon, John. "Os ensinos secretos da maçonaria" (The Secret Teachings of the Masonic Lodge: A Christian Perspective). São Paulo: Edições Vida Nova, 1990, p. 133.

É um símbolo associado ao satanismo, bastante utilizado pelos satanistas medievais como uma forma de representar o oposto dos dogmas do Cristianismo. Ao contrário do modelo convencional, o pentagrama invertido apresenta uma das pontas para baixo e duas pontas para cima, uma clássica representação a Baphomet, uma divindade pagã que é associada ao ocultismo e satanismo.



Artigo extraído da Revista "Defesa da Fé" - do Instituto Cristão de Pesquisas - Ano 7 - nº 49 - Outubro de 2002. Todos os direitos reservados. 




"...sabendo que fui posto para a defesa do evangelho".
Filipenses 1:17 


 

 

 


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