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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

O BATISMO COM FOGO

 CONTRARIANDO O QUE DIZEM OS "EISEGETAS"

 O texto que os cessacionistas adoram usar:

E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; cujas alparcas não sou digno de levar; ele vos batizará com o Espírito Santo, e com fogo.
Em sua mão tem a pá, e limpará a sua eira, e recolherá no celeiro o seu trigo, e queimará a palha com fogo que nunca se apagará.

Mateus 3:11,12

Por causa destes versos os "eisegetas" cessacionistas adoram ensinar que o fogo mencionado nesses textos trata-se de FOGO DE JUÍZO. No entanto, o contexto imediato e remoto não permitem essa interpretação.

Jesus batiza a pessoa no fogo. O fogo tem várias funções que graficamente simbolizam a obra de Cristo. Ela ilumina, aquece, derrete, queima e destrói completamente. A diferença entre o batismo com água e fogo é a diferença entre um trabalho que ocorre por fora e outro que ocorre no interior. [Existe um paralelismo dos batismos].


A água só limpa o exterior; já o fogo purifica por dentro, o interior,  isto é, o coração. Jesus Cristo separa uma pessoa de sua antiga vida e purifica-o dentro pelo fogo do Seu Espírito. 


Note-se que na mente de João, o "batismo de fogo" significava que o Messias estava para destruir os inimigos de Israel. Era "o fogo messiânico do juízo" que havia de vir do trono de Davi. 


Contudo, na profecia de João Batista relativa ao Messias e seu batismo superior também existe um paralelismo antitético: João Batista batizou nas águas; e seu Superior batizará com o Espírito Santo (pneuma hagion, que também pode ser traduzido por “vento santo”) e com fogo.




O foco da mensagem de João Batista para os impenitentes é o batismo de julgamento, e para os arrependidos, o batismo de arrependimento. Só Jesus tem o poder de dar o Espírito (vento) e o fogo do batismo — um cumprimento profético mais pleno da capacitação para a missão e testemunho da igreja primitiva: 

“Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo". [...] (Atos 1:5)

"Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas”[...} (At 1.5,8). 




Lucas apresenta o aspecto da capacitação do batismo com o Espírito, quando narra o próprio batismo e capacitação de Jesus pelo Espírito Santo (Lc 3-21.22).


Existem bons motivos, contudo, para falar de “fogo”, junto com o Espírito Santo, como agente purificador nesse contexto e não como fogo de juízo. As pessoas a quem João se dirige estão sendo batizadas por ele; elas, provavelmente, arrependeram-se. 


Mais importante, a preposição en (“com”) não é repetida antes de fogo: uma preposição governa o “Espírito Santo” e o “fogo”, e isso normalmente sugere um conceito unificado, Espírito-fogo, ou algo semelhante (cf. M. J. Harris, DNTT, 3:1178; Dunn Baptism [Batismo], p. 10-13). 


No Antigo Testamento, fogo, com frequência, tem uma conotação purificadora e não destrutiva (e.g., Is. 1.25; Zc. 13.9; Ml. 3.2,3). O batismo de água de João relacionasse com arrependimento; mas aquele de quem ele prepara o caminho administrará o batismo de Espírito-fogo que purifica e refina a pessoa. 

Em uma época na qual muitos judeus sentiam que o Espírito Santo fora removido até a era messiânica, esse anúncio só podia ser saudado com animada antecipação.


Por fim, temos o conceituado Comentário R.N. Champlin que comenta o seguinte:


Batizará com o Espírito Santo e com fogo. Há várias interpretações dessas palavras: 

1.  Alguns acham que aqui temos dois batismos: um do Espírito e outro de fogo, e que este último estaria falando de juízo , provavelmente até do inferno.  Assim interpretaram Orígenes e outros pais da igreja, entre outros, como Neander M eyer. de Wette, Lange e outros modernos; 

2. Outros acham que o fogo , neste caso. significa o fogo que destruirá o mundo no último dia:

3. Outros relacionam este fogo com o purgatório. Essas interpretações no entanto falham ao considerar que o <FOGO> dos vs. 11e o fogo do v.12 não falam do mesmo ministério de Cristo . O ministério do Espírito seria com fogo, assim como o ministério de João foi com <água>. 


É verdade também que Cristo julgará (v.12), e que o fogo também é símbolo de juízo . 

Contudo, Cristo tem por ministério limpar, purgar, e isso será para aqueles que aceitam o ministério do Espírito Santo; 


4. A interpretação mais aceita é de que o FOGO

do vs. 11 indica o caráter do batismo do Espirito. Talvez o modo como ele veio no Pentecoste tenha sido como vento, dotado de poder, força, como se fôra um fogo impelido pelo vento; e quanto aos seus efeitos seria isso a purificação do povo de Deus na  qualidade de fogo produziria a purificação e a  transmissão de poder— (usando a força do fogo). 


Temos, pois, um a dupla referência aos efeitos do fogo: o primeiro, de limpar, de purgar o bem : o outro , de destruir o mal.  M arcos 9:4  contêm uma referência semelhante, e pode ser usada com o ilustração. 


O símbolo do batismo do Espírito (fogo) e o caráter e os resultados desse batismo mostram superioridade do ministério de Jesus, em contraste com o de João.

Os manuscritos entre os Papiros do Mar Morto

ilustram fartamente que os essênios (com quem João evidentemente se associou) eram uma seita que praticava o batismo, requerendo batismo de arrependimento para os convertidos, além de praticarem outras abluções, entre eles. 

Os hinos de Qumram falam de batismo de fogo, tais como um rio em chamas que engolfaria os «lançados fora>>; e alguns bons intérpretes reputam esse batismo de fogo como algo que se refere ao juízo . 

Parece bem certo, porém , a despeito do conhecimento de João sobre tais ideias, que ele usa da ideia do fogo como algo benéfico, que visava o remanescente arrependido, e não os incrédulos.



CONCLUSÃO

Diante do exposto, o fogo de Mateus 3:11, não se trata de fogo de juízo. O fogo de 12 não está atrelado ao fogo do verso 11.


Ou seja, o fogo de Mateus 3:11 trata-se de revestimento para a realização da obra do Senhor, bem como purificação e capacitação, a despeito do que dizem os cessacionistas. 


Colaborou para a elaboração deste artigo:

Comentário Bíblico Pentecostal - CPAD

Bíblia de Esboços e Sermões - O EVANGELHO SEGUNDO MATEUS - 

R.N. Champlin


"...sabendo que fui posto para a defesa do Evangelho"

Filipenses 1:17"

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