Hebreus eram cristãos verdadeiros ?
A APOSTASIA
Acho engraçado teólogos calvinistas como por exemplo o Rev. Hernandez Dias Lopes, entre outros calvinistas usarem textos bíblicos claros como esse de Hb. 6:4-6 para tentar negar a apostasia de cristãos verdadeiros. Isolam textos e desconsideraram todo um contexto.
Numa palestra sobre o referido texto, que está no "YouTube", o citado reverendo numa tentativa de dizer que esses cristãos não eram cristãos verdadeiros, usa um outro texto da epístola de João.
Diz o texto:
‘‘Saíram de nós, por que não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós.
(1ª João 2:19)
PORÉM, basta voltar alguns versículos para compreender o sentido do texto. Esse texto usado pelo referido reverendo não serve como base, pois ele está se valendo de uma hermenêutica desonesta.
OU SEJA, o contexto está falando, de "ANTICRISTOS" e não de cristãos professos. Um anticristo ou falso Cristo é aquele que está inserido num contexto de engano e que virá no fim dos tempos para dissuadir as pessoas em uma grande rebelião contra Deus e a fé cristã.
NO CASO, João faz uma ligação, um paralelo, afirmando que "muitos anticristos" já penetraram na igreja. O TEXTO É UMA REFERÊNCIA aos falsos mestres. Assim como o ANTICRISTO usará da mentira para enganar, os falsos mestres se valerão deste artifício para enganar a muitos.
Jesus já havia falado anteriormente no Sermão Profético em Mateus 24 sobre os FALSOS CRISTOS que viriam nos últimos dias antes da sua volta. São falsos teólogos, falsos pregadores, que não são cristãos genuínos, que amam o mundo e seus prazeres pecaminosos e distorcem o evangelho e a mensagem da cruz, opondo-se assim a Cristo e sua justiça. É isso que João quer dizer na sua carta: Falsos mestres e teólogos inseridos no seio da igreja que disseminam heresias de perdição. É o famoso Joio.
Por isso João diz no verso 19, "SAÍRAM DE NÓS, POR QUE NÃO ERAM DE NÓS". Quando os anticristos (v. 18) deixaram a comunhão dos crentes fiéis, não eram crentes salvos por Cristo.
Agora usar esse texto da epístola de João para tentar fazer um paralelismo como o texto de Hebreus é no mínimo desonestidade intelectual.
1 João 2:19
1 João 2:19
1 João 2:19
1 João 2:19
1 João 2:19
1 João 2:19
1 João 2:19
1 João 2:19
Ora, o tema de HEBREUS é claríssimo. A epístola foi escrita para os cristãos judeus que estavam sob perseguição e esmorecimento, não suportando e vindo a abandonar a fé.
O escritor procura fortalecê-los na fé em Cristo, bem como animar seus leitores a manterem-se firmes na sua confissão de Cristo até o fim, prosseguirem para a maturidade espiritual, e não voltarem-se ao estado de condenação caso abandonem a fé em Jesus Cristo.
Só isso já é suficiente para derrubar a tese calvinista, de que o texto não está se referindo a cristãos verdadeiros.
Hb 3.12 diz:
“Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo”.
A apostasia aparece duas vezes no NT. como substantivo (At.21.21; 2Ts 2.3) e aqui em Hb. como verbo (gr. aphistemi, que é traduzido por “apartar”).
O termo grego é definido como decaída, deserção,
rebelião, abandono, retirada ou afastar-se daquilo a que antes se estava
ligado.
Apostatar significa cortar o relacionamento salvífico com Cristo, ou apartar-se da união vital com Ele e da verdadeira fé nEle.
Sendo assim, a apostasia individual é possível somente para quem já experimentou a salvação, a regeneração e a renovação pelo Espírito Santo (cf. Lc. 8.13; Hb 6.4,6); não é uma simples negação das doutrinas do NT pelos inconversos dentro da igreja visível.
A apostasia pode envolver dois aspectos distintos, embora relacionados entre si:
a) a apostasia teológica, i.e., a rejeição de todos os ensinos originais de Cristo e dos apóstolos ou dalguns deles (1Tm 4.1; 2Tm 4.3); e
b) a apostasia moral, i.e., aquele que era crente deixa de permanecer em Cristo e volta a ser escravo do pecado de Satanás e da imoralidade (Is. 29.13; Mt. 23.25-28; Rm. 6.15-23; 8.6-13).
A Bíblia adverte fortemente quanto à possibilidade da apostasia, visando tanto nos alertar do perigo fatal de abandonar nossa união com Cristo, como para nos motivar a perseverar na fé e na obediência.
O propósito divino desses trechos bíblicos de advertência não deve ser enfraquecido pela ideia que afirma: “as advertências sobre a apostasia são reais, mas a sua possibilidade, não”.
Antes, devemos entender que essas advertências são como uma realidade possível durante o nosso viver aqui, e devemos considerá-las um alerta, se quisermos alcançar a salvação final.
Diz a nota da Bíblia de Estudo Pentecostal sobre a palavra RECAÍRAM de Hebreus 6:6:
Esta palavra (gr. parapesontas, de parapipto) é um particípio aoristo e deve ser traduzido no tempo passado literalmente: "tendo decaído". O escritor de Hb. apresenta a apostasia como algo realmente possível. ¹
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1. Bíblia de Estudo Pentecostal - Nota explicativa sobre Hebreus 6.6, pág. 1907.
Por fim até o calvinista Sproul comenta sobre o referido texto:
[...] "Penso que esta passagem pode muito bem estar descrevendo cristãos verdadeiros".²
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2. SPROUL, Robert Charles. Eleitos de Deus. Editora Cultura Cristã: 1998, pág. 137.
CONCLUSÃO
A tese de que aquelas pessoas não eram cristãos verdadeiros é claramente falsa pelo contexto, que diz que elas:
• Foram iluminadas;
• Provaram o dom celestial;
• Tornaram-se participantes do Espírito Santo;
• Experimentaram os poderes da era que há de vir;
• Arrependeram-se.
Analise alguns dos muitos trechos do NT que contêm as seguintes advertências:
Mt. 24.4,5,11-13;
Jo. 15.1-6;
At. 11.21-23; 14.21,22;
1ª Co. 10: 1-13 e 15.1,2;
Cl. 1.21-23;
1ªTm. 4.1,16; 6.10-12;
2ªTm. 4.2-5;
Hb. 2.1-3; 3.6-8,12-14; 6.4-6;
Tg. 5.19,20;
2ª Pe. 1.8-11.
Colaborou para a elaboração deste artigo:
Bíblia de Estudo Pentecostal
Calvinismo ou Arminianismo - Quem está com a razão ?
"...sabendo que fui posto para a defesa do evangelho"
Filipenses 1:17
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