O QUE DIZ A BÍBLIA ?
A vinda do Senhor Jesus
A vinda do Senhor Jesus tem uma tríplice relação: à
Igreja (para o arrebatamento), à Israel (para seu preparo
em receber o Messias sete anos depois) e, às Nações (para o
Milênio). Essa tríplice divisão natural é depreendida do que está registrado na 1ª carta de Paulo aos Tessalonicenses 4.16 que expressa o significado do argumento quando diz:
- “ ...o alarido” (à Igreja);
- “ ...a voz do arcanjo” (a Israel);
- “ ...a trombeta de Deus” (às Nações).
- Em relação à Igreja
Para com a Igreja, a descida do
Senhor aos ares para ressuscitar os que dormem e transformar os crentes vivos é apresentada como constante expectação e esperança, conforme 1ª Corintios 15.51,52; Filipenses 3.20; 1ª Tessalonicenses 4.14-17; 1ª Timóteo 6.14; Tito 2,13; e Ap 3:10 e 22.20.
- Para Israel
- Para as Nações
No caso das Nações, a Volta do Senhor é predicada para consumar a destruição do presente
sistema político universal (Dn 2.44,45; Ap 19.11, Mateus 25:32). Sendo, porém, que os dois últimos acontecimentos relacionados com Israel e as Nações só terão lugar sete anos depois
do arrebatamento da Igreja por Jesus Cristo.
A volta de Jesus prometida na Bíblia se dará em duas fases distintas, doutrina essa que os pseudos teólogos da atualidade se recusam a admitir e apresentam uma interpretação particular para negar um fato consolidado nas Escrituras. Contudo, após criteriosa análise textual e exegética, as evidências comprovam que esse evento se dará em duas fases distintas.
A primeira será secretamente ao mundo, para arrebatar os santos conforme 1ª Tessalonicenses 4:
"Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.
Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor".
(1ª Tessalonicenses 4:16,17)
Depois de 07 anos desse evento, a volta de Jesus se dará em glória nas nuvens, onde todo o olho o verá descer sobre o monte das Oliveiras, conforme Mateus 24 e Zacarias 14:
"E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas.
Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória.
E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus".
(Mateus 24:29-31)
"E naquele dia estarão os seus pés sobre o Monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele para o sul.
No que diz respeito à sua primeira
vinda, ou fase, se destinará apenas à sua Igreja, e é chamada de “encontro” em 1ª Tessalonicenses 4.17, conforme já mencionado acima.
A palavra
“ arrebatamento” não se encontra graficamente na Bíblia,
nas passagens que descrevem o momento do arrebatamento da Igreja, mas o conceito do termo está na frase inserido.
Isto é, no contexto que diz: “ ...seremos arrebatados” (1 Ts
4.17).
A presente expressão obedece à seguinte sentença:
-"tirar”, “arrancar” , “levar” , “afastar” , “tirar por força ou
por violência”, “impelir” , “suprimir” , “ elidir”.
O termo "arrebatamento" deriva da palavra "raptus" em latim, que significa "ARREBATADO RAPIDAMENTE E COM FORÇA". O vocábulo grego HARPAGESOMETHA, significa literalmente arrebatados poderosamente.
Todas estas expressões designam, fundamentalmente, o traslado de uma coisa de um lado para outro ou de uma dimensão inferior para uma outra superior.
Encontramos no Novo Testamento cinco termos
técnicos na língua grega que descrevem a manifestação de
Cristo em suas duas fases futuras: Arrebatamento e Parousia e cada uma delas exemplificadas com passagens bíblicas:
- Optomai, que significa aparecer
“Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação” (Hebreus 9.28).
- Ercomai, que significa vir
“ E, se eu for, e vos preparar lugar,
virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que
onde eu estiver estejai vós também” (João 14.3).
- Epphanos, que significa aparição
- Apokalypsis, que significa revelação e/ou desvendamento.
- Parousia, que significa presença ou vinda
“E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua
boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda”
(2ª Tessalonicenses 2.8).
O retorno de Cristo exemplificado - Tipologia
Encontramos no Antigo Testamento, especialmente
no livro de Levítico 23, o ritual de cada festa estabelecida
por Deus e observada pelo povo de Israel na Terra Santa.
Cada festa destas, de acordo com sua significação especial,
aponta para um tempo futuro, um tempo escatológico. Nosso Deus é um Deus de Festa.
A Festa da Páscoa (Lv 23.4).
A primeira delas era a Páscoa
do Senhor e era celebrada “ no mês primeiro, aos 14 dias do
mês, pela tarde, é a páscoa do Senhor” . Esta festa é comemorável, e sua tipologia fala sobre a Redenção, feita por um grande Redentor e significa “...Cristo, nossa páscoa...,
sacrificado por nós” (1 Co 5.7).
A Festa dos Pães Asmos (Lv 23.6)
A segunda
festa deste calendário simbolizava a comunhão com
Cristo, e o pão sem fermento, na plena bem-aventurança de
sua redenção, e ensina um andar santo. A ordem divina
aqui é linda: primeiro, redenção, depois um viver santo (1ª Co 5.6-8 -1ª Pedro 2:9). A tipologia é viver em santidade para ver o Senhor:
"Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor".
Hebreus 12:14
"E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo".
1ª Tessalonicenses 5:23
A Festa das Primícias (Lv 23.10).
A festa das primícias era
uma figura da Ressurreição, primeiro de Cristo, depois os que
são de Cristo na sua vinda (1 Co 15.23; 1 Ts 4.14-16 etc).
A Festa do Pentecostes (Lv 23.15-22).
A quarta festa do calendário judaico, era chamada de “ pentecoste”. Segundo a interpretação dada pelo doutor C.I. Scofield, ela
simboliza a descida do Espírito para a Igreja, conforme
aconteceu no Cenáculo em que os discípulos oravam no dia
de Pentecostes em Atos 2.1. Desde seu início até o fim,
esta festa é o antítipo da descida do Espírito Santo para
formar a Igreja do Senhor.
A Festa das Trombetas (Lv 23.23-25).
A quinta festa chamada “...das trombetas” tem um valor completamente
profético e se refere à futura restauração no sentido total
da nação israelita.
É importante salientar que existe um longo período entre
o Pentecoste e a festa das Trombetas, ou seja, é uma referência ao
período entre o Pentecoste e a introdução do Milênio. Este
período, segundo se depreende, corresponde ao longo
período do trabalho pentecostal do Espírito Santo sobre a
Igreja aqui na terra, na atual dispensação (cf. Is 18.3;
27.13; 58.1 e ss; J1 2.1 e ss; 3.21 etc).
Esta festa é seguida imediatamente pelo dia da Expiação.
Simbolicamente falando, a festa das Trombetas tem dois significados, pois fala do
ajuntamento de Israel; assim como profeticamente, também fala do Arrebatamento da Igreja (“···A Grande Colheita” ) e logo a
seguir, vem a penúltima festa.
A Festa da Expiação (Lv 23.26-32).
Segundo os rabinos, o dia da Expiação é o mesmo descrito em Levítico
16.29-34, mas aqui a ênfase está sobre a tristeza e arrependimento de Israel. Em outras palavras, seu valor profético
é saliente, e isto antecipa o arrependimento de Israel, depois do seu julgamento, quando de Sião vier o Libertador,
e expiar a iniquidade de seu povo (Is 9.14; Rm 11.26).
A festa dos Tabernáculos (Lv 23.34 e ss). A festa dos
Tabernáculos simboliza o estabelecimento do reino milenar de Cristo com poder e grande glória. “ A festa era tanto
memorial como profética, memorial porque lembrava o
tempo de peregrinação no Egito (Lv 23.43); e profética
pelo descanso milenar de Israel depois da restauração,
quando a festa dos Tabernáculos virá a ser outra vez um
memorial; e, desta vez, não será só para Israel mas para todas as nações durante o Reino Milenar de Cristo (Ez cap.
40 a 48; Zc 14.16-21).
Esta festa era memorial para Israel
como a Santa Ceia do Senhor é para sua Igreja: “ Fazei isto
em memória de mim”.
CONCLUSÃO
Para os cristãos da Igreja Primitiva a maior e mais
sublime expectação era o retorno de Cristo para buscar seus Santos naquela época ainda. Paulo, por
exemplo, conserva em si uma expectação imediata da presença de Cristo em sua vida. Leiamos o que Paulo diz:
Em 1ª Tessalonicenses 4.15: “Dizemo-vos, pois, isto,
pela palavra do Senhor: que nós (ele atualiza), os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os
que dormem" - E na seção seguinte ele exclama - “Porque o
mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de
arcanjo, e com a trombeta de Deus...”
Paulo emprega o pronome <<NÓS>> por saber que a volta do Senhor poderia acontecer a qualquer momento durante aquele período mesmo e comunica aos Tessalonicenses essa mesma esperança.
Paulo emprega o pronome <<NÓS>> por saber que a volta do Senhor poderia acontecer a qualquer momento durante aquele período mesmo e comunica aos Tessalonicenses essa mesma esperança.
As referências de que Jesus poderia arrebatar a Igreja naquele período mesmo segundo Paulo são muitas:
Na passagem de Romanos 16.20, encontramos a ardente expectação de Paulo pelo retorno de Cristo, quando
diz: “E o Deus de paz esmagará em breve Satanás debaixo
dos vossos pés...”
Esta ansiedade de Paulo e dos demais
cristãos no primeiro século vem à tona em vários elementos doutrinários, tais como:
Em 1ª Coríntios 7.29, lemos: “Isto, porém, vos digo,
irmãos, que o tempo se abrevia, o que resta é que também
os que têm mulheres sejam como se as não tivessem” .
Em 1ª Coríntios 10.11, Paulo diz: “Ora tudo isto lhes
sobreveio como figuras, e estas estão escritas para aviso
nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos”.
Em
outras formulações referentes à expectativa imediata dos
escritores do Novo Testamento quanto ao retorno de Cristo, são os verbos e advérbios que deixam bem claro a urgência para tal acontecimento!
Veja:
1) “E isto digo, conhecendo o tempo, que é já hora de
despertarmos do sono; porque a nossa salvação (plena redenção do corpo) está agora mais perto de nós do que
quando aceitamos a fé” (Rm 13.11).
2) “Seja a vossa equidade notória a todos os homens.
Perto está o Senhor!” (F1 4.5).
3) "E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo".
1ª Tessalonicenses 5:23
4) “Sede vós também pacientes, fortalecei os vossos
corações; porque já a vinda do Senhor está próxima” (Tg
5.8).
5) “O Senhor não retarda a sua promessa (da sua vinda), ainda que alguns a têm por tardia...” (2 Pd 3.9a,).
Ou seja, a promessa do Arrebatamento da Igreja é uma promessa feita pelo próprio Senhor Jesus. Ou seja, se Ele não vier buscar a sua Igreja, será um grande mentiroso e Sua Palavra um conto sombrias de lendas obscuras.
Mas assim como Deus cumpriu as suas promessas, com o Arrebatamento da Igreja não será diferente, por que essa é a bem-aventurada esperança é que nos anima e fortalece até mesmo nas horas difíceis.
Vale a pena lutar com todo o empenho até o fim, como disse Jesus:
"Mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo"
(Mateus 24:13).
"Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei DA( e não NA) hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra"
(Apocalipse 3:10).
Essa luta até o fim, só é possível com o auxílio do Espírito Santo que nos ajuda a vencer o pecado, o diabo e o mundo, para que possamos estar aptos à atender a chamada final, o toque de reunir do Senhor.
Não será outro que virá nos chamar, mas o próprio Senhor Jesus que descerá até as nuvens ao nosso encontro(Atos 1:11). O mesmo Senhor que nos salvou e tem nos guardado na peregrinação nesta vida.
O mesmo que morreu, mas ressuscitou para a nossa redenção e justificação. O mesmo que subiu ao céu para interceder por nós. O mesmo Jesus bondoso paciente, poderoso e amoroso.

"... sabendo que fui posto para a defesa do Evangelho".
Filipenses 1:17
Colaboração: Severino Pedro da
Silva - Escatologia, doutrina das últimas coisas.
Rio de Janeiro, Editora CPAD, 1988 - 11' Edição 1998
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