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sexta-feira, 29 de abril de 2022

SOBRE OS DECRETOS DE DEUS - Parte 2

 



SOBRE OS DECRETOS DE DEUS, QUE DIZEM RESPEITO À SALVAÇÃO DOS HOMENS PECADORES, DE ACORDO COM O SEU PRÓPRIO SENTIDO



1. O primeiro decreto, a respeito da salvação dos homens pecadores, é aquele pelo qual Deus decide nomear o seu Filho, Jesus Cristo, como Salvador, Mediador, Redentor, Sumo Sacerdote, e aquEle que pode expiar pecados e, pelo mérito de sua própria obediência, pode recuperar a salvação perdida, distribuindo-a, pela sua eficácia.


2. O segundo decreto é aquele pelo qual Deus decide receber, em sua benevolência e favor, aqueles que se arrependem e creem, salvando em Cristo, e por Cristo, aqueles que perseveram; porém, deixando sob o pecado e a ira, aqueles que são impenitentes e incrédulos, condenando-os, como separados de Cristo.


3. O terceiro decreto é aquele pelo qual Deus decide administrar os meios que sejam necessários, suficientes e eficazes para o arrependimento e a fé. E esta administração é orientada conforme a sabedoria de Deus, pela qual Ele sabe o que é adequado ou conveniente para a misericórdia e a severidade; é, também, de acordo com a sua justiça, pela qual Ele está preparado para seguir e executar [as orientações] da sua sabedoria.


4. Desses três decretos, se origina um quarto decreto, a respeito da salvação dessas pessoas, em particular, e a condenação daquelas. Isto depende da presciência e da previsão de Deus, com que Ele sabia, desde toda a eternidade, quais homens, por tal administração, creriam, pela ajuda da graça preventiva ou precedente, e quais perseverariam, pelo auxílio da graça subsequente ou posterior, e quais não creriam e não perseverariam.


5. Consequentemente, diz-se que Deus “conhece os que são seus” (2ª Tm 2.19), e o número dos que serão salvos e dos que serão condenados é certo e fixo, e o quod e o qui [a substância e as partes de que é composto] ou, como na maneira de expressar dos estudiosos, é tanto materialmente quanto formalmente.


6. O segundo decreto [descrito no parágrafo 2] é a predestinação para a salvação, que é a base do Cristianismo, da salvação e da certeza de salvação; é, também, o tema do Evangelho e a essência da doutrina ensinada pelos apóstolos.


7. Mesmo assim, essa predestinação, pela qual se diz que Deus decretou salvar determinadas criaturas e pessoas, dotando-as de fé, não é a fundação do cristianismo, da salvação, nem da certeza da salvação.


Extraído das Obras de Armínio, vol. 2, págs  580, 581.



"...sabendo que fui posto para a defesa do Evangelho".

Filipenses 1:17


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