Banner

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

OS MORTOS NÃO SABEM DE COISA NENHUMA ? (Ec. 9:5)

 A BÍBLIA DIZ: 

"Pois os vivos sabem que morrerão, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco têm eles daí em diante recompensa; porque a sua memória ficou entregue ao esquecimento". 

(Eclesiastes de 9:5)





A primeira coisa que é preciso avaliar antes de interpretar uma passagem bíblica é saber sobre qual livro está se falando. Qual a temática, qual tipo de linguagem usada naquele livro. Existem vários livros na Bíblia e eles estão classificados em "históricos", "proféticos", o "Pentateuco", os "Sapienciais", os "biográficos", as "epístolas", os "apocalípticos". 


No caso do livro de Eclesiastes, ele está inserido dentro de um bloco de livros considerados sapienciais, ou de sabedoria, ou poesia. Esse é o primeiro ponto a se avaliar. O segundo, em qual contexto o livro de Eclesiastes está inserido, se contexto imediato, contexto remoto, cultural, histórico, teológico etc, tudo isso deve ser levado em conta. É isso que chamamos da velha e boa regra de hermenêutica: A ciência da interpretação de textos bíblicos. A Bíblia também apresenta algumas figuras de linguagem, como literal, metafórica, alegórica, e isso também precisa ser levado em conta. 


Ao estudar Teologia, o iniciado aprende a lidar com esses pormenores e ter uma cosmovisão dos escritos sagrados. 


E por fim, mas não menos importante, o intérprete das Escrituras é o Espírito Santo. (João 16:13-14). É Ele quem revela a Palavra de Deus aos corações dos homens. Portanto, a Bíblia não pode ser lida de qualquer forma, de maneira descompromissada, tentando achar erros nela, mas com um coração honesto e sincero. Jesus não manda ler a Bíblia, mas diz para examiná-la, meditar nela, e isso é muito mais do que apenas ler um livro, ou um simples jornal ou revista. 

Uma frase interessante sobre a Bíblia vem à calhar:

"Lendo a Bíblia eu encontrei muitos erros, todos eles em mim".

Autor desconhecido




Pois bem, vamos ao que interessa. Quem muito gosta de usar textos como esses são os Adventistas do Sétimo Dia e as Testemunhas de Jeová. Com base nesse texto, entre outros, querem afirmar que os mortos não sabem nada, querendo dizer com isso que estão inconscientes, ou dormindo.

Para compreender textos desta natureza, faz se necessário lançar mão de uma hermenêutica honesta, para que seja possível entendermos alguns textos de difícil compreensão. Esse é um deles.


O texto em tela declara que os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensaSe o interpretarmos de modo absoluto e isolado do seu contexto, somos forçados a admitir que todos os mortos estão nivelados pela inconsciência, sem nenhuma possibilidade de obter recompensa, ou que estão “dormindo” num estado de repouso aguardando apenas julgamento. 


Esse não é o ensino das Escrituras. Os mortos não dormem, estão conscientes, ou no inferno, ou no céu. Essa é também uma expressão usada(dormir), uma figura de linguagem, um eufemismo, numa tentativa de tentar aliviar a dor dos entes queridos que ficaram. 


Então quando a Bíblia se refere que os mortos estão dormindo é uma referência ao corpo e não à alma que é imortal. 


Contudo, tanto as "Testemunhas de Jeová" quanto os "Adventistas" admitem que uma classe de mortos irá ressuscitar e terá recompensas, como podemos ver em Daniel 12.2; João 5.28,29; Atos 24.15; Apocalipse 22.12, etc

Logo, há de se admitir que a interpretação correta da passagem tem outro sentido: Logo, o contexto está nos afirmando que os mortos não sabem nada do que se faz debaixo do sol, na Terra onde viviam, (v. 6). Isso com relação à vida presente, na verdade, nenhum morto tem qualquer relacionamento com os que aqui ficaram, nem vagando como uma alma penada por exemplo, mas isso não quer dizer que não tenham consciência do lugar onde realmente estão e por que estão lá.


Se for fiel, irá para o céu. Portanto, a expressão: “Os mortos não sabem coisa nenhuma” (9-5,6), não significa que os mortos estão inconscientes ou dormindo como já dito.  O culto aos antepassados ou a memória dos mortos tem origem no Taoísmo¹, que ensina em comum com várias outras religiões, entre elas o Catolicismo Romano por exemplo, a missa pelos mortos, assim como várias outras religiões do extremo Oriente que tem essa prática.

Portanto, segundo as Escrituras Sagradas além da prática ser uma forma de IDOLATRIA, estão também cometendo uma impossibilidade e pecado diante de Deus, pois o estado eterno das pessoas que partiram foi DECIDIDO em vida e ele não muda depois da morte. OU INFERNO, OU CÉU, não havendo um terceiro lugar como o Purgatório por exemplo para purificação dos pecados, como ensina a Igreja Católica Romana.

A purificação de nossos pecados está no sangue de Cristo como diz as Escrituras:




_______________________

1. O Taoísmo se baseia no sistema politeísta e filosófico de crenças que assimilam os antigos elementos místicos e enigmáticos da religião popular chinesa, como: culto aos ancestrais, rituais de exorcismo, alquimia e magia.

A origem da filosofia do Taoísmo é atribuída aos ensinamentos do mestre chinês Erh Li ou Lao Tsé (velho mestre), um contemporâneo de Confuncio, nos anos 550 a.C., segundo o Shih-chi (Relatos dos Historiadores). Apesar de não ser uma religião mundialmente popular, seus ensinos têm influenciado muitas seitas modernas.


Os mortos, por melhor que tenham sido suas obras aqui na Terra, por mais que tenham sido pessoas maravilhosas em vida, já pereceram. Não têm parte ou relação alguma com qualquer coisa que se faça debaixo do sol, ou seja na Terra onde viviam. Seus negócios, vida, trabalho, relacionamentos nessa vida acabaram no momento de sua partida para outro “plano” como algumas religiões preferem usar o termo, da passagem desta vida para a outra.


No caso dos ímpios, a sua esfera de existência é o sheol/hades, inferno em grego.  Logo, não participam e nem participarão mais das atividades humanas, nem mandam mensagens através de seus espíritos, nem mantem contato com os entes queridos que ficaram vivos. (Veja Lucas. 16.19-31). Ou seja, por mais pesado que essas palavras possam parecer, qualquer culto, missa, reza, ou oração à memória dos antepassados, daqueles que morreram, torna-se, então, um tipo de contato com os próprios demônios (1ª Coríntios 10.19,20). 


Se você acredita nisso, sinto muito meu amigo(a), mas esse tipo de conduta não é aprovada pelas Escrituras. Se você o fez, pode se arrepender, pedir perdão a Deus, por que Ele é misericordiosos para perdoar toda e qualquer injustiça e pecado. 

Eu respeito você, se mesmo com esse alerta, continuar com essa prática, mas é uma prática antibíblica. 


CONCLUSÃO

Portanto a expressão: “Os mortos não sabem coisa nenhuma” (9-5,6), é uma verdade. Salomão não mentiu, os mortos não sabem coisa alguma, mas do que está acontecendo aqui na Terra, onde viviam, sobre suas famílias, trabalhos, mas estão conscientes, ou no céu, ou no inferno.


Significa dizer que TODO E QUALQUER RELACIONAMENTO com esse mundo findou com sua morte, mas que estão conscientes, ou no INFERNO(HADES) em tormentos, sabendo por que estão lá e por que foram para lá, no caso os ímpios. 


No caso dos justos, eles estão no Paraíso com Cristo, mas também não tendo qualquer tipo de contato ou relacionamento com as pessoas, amigos e familiares que ficaram. 


É isso que significa a expressão OS MORTOS NÃO SABEM COISA NENHUMA, mas não que estejam dormindo ou inconscientes como muita gente acha ou pensa.


Contribuiu para a elaboração deste artigo: Bíblia Apologética CACP.


"...sabendo que fui posto para a defesa do Evangelho".

(Filipenses 1:17)


Nenhum comentário:

Postar um comentário